Arquitetura
Novo Museu do Louvre é acusado de utilizar trabalho escravo em suas obras
Foto: Reprodução/Museu Louvre Abu Dhabi
O novo Museu do Louvre, em Abu Dhabi, mal abriu as portas e já está sendo acusado de ter utilizado trabalho escravo em suas obras. A ONG internacional de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) publicou diversos documentos que relatam uma série de violações contra os trabalhadores migrantes. Em entrevista ao portal Al Jazeera, a diretora francesa da ONG Benedicte Jeannerod disse que, apesar da façanha técnica e estética, a história do edifício é desagradável.
O relatório, datado de 2015, aponta “condições de trabalho inseguras que levam a acidentes e mortes no local de trabalho, confisco de passaportes, condições de vida e moradia terríveis, salários extremamente baixos ou, por vezes, não pagamento de salários”.
O museu ainda não se pronunciou oficialmente sobre a acusação.
Mas não é a primeira vez que denúncias como essa são feitas sobre obras da região. A construção dos estádios para a Copa de 2022, no Qatar, onde supostamente 500 trabalhadores imigrantes indianos e 382 nepaleses morreram, também foi criticada. Ao ser questionada pelo jornal The Guardian, a arquiteta responsável pela obra Zaha Hadid (falecida em 2016) disse que não era seu dever como arquiteta resolver essa questão.
A ilha Saadiyat, onde está localizado o museu, possui uma área de mais de 43 mil metros quadrados e já abriga um campus para a Universidade de Nova York e dois outros grandes museus internacionais, incluindo o Guggenheim. Em acordo feito entre a França e os Emirados Árabes Unidos em 2007, o Louvre em Paris concordou em colocar seu nome ao novo museu em Abu Dhabi por US$ 520 milhões.
O museu projetado pelo arquiteto francês Jean Nouvel possui 55 espaços e 23 galerias permanentes. Além disso, 600 obras de arte de todo o mundo estão em exibição permanente.
*Colaborou Natalia Basso.