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Arquitetura

Piscina é sinônimo de felicidade e uma das áreas de lazer mais desejada pelos brasileiros

Marcos Kahtalian*
23/03/2022 11:14
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Piscina é uma das áreas de lazer mais buscadas por famílias brasileiras, do nordeste ao sul do Brasil. | Unsplash/Lefteris Kallergis

Segundo consta, o verão acabou. E com ele vai terminando a temporada das piscinas. Mas as belas piscinas permanecerão por aqui. Arrisco a dizer que estarão cada vez mais no meio de nós, ampliando sua presença. É que, simplesmente, sempre que investigamos quais das áreas de lazer mais as famílias desejam, de forma espontânea ou estimulada, sempre as piscinas ocupam o lugar de destaque. Seja em condomínios de casas ou apartamentos. Na cidade, na praia, no campo. A piscina, pode-se dizer, é uma imagem da felicidade. Nada como uma tarde sonolenta e ociosa, e um mergulho refrescante de fim de tarde. Um splash na água e tudo se resolve.
É claro que no amplo espectro de consumidores, há variações desse desejo. Se em capitais como Cuiabá e Teresina, piscina nem mais é assunto, pois já virou item de série dos novos projetos - tamanha a densidade do calor que elas são aí usadas inclusive noite adentro - em praças mais frias, como no Sul, piscinas apresentam menos uso se não forem aquecidas. Mas são muito utilizadas sobretudo no verão ou enquanto durar o calor, o que aliás vem acontecendo a cada vez mais. Pergunte a qualquer curitibano, digamos, mais antigo, e ele dirá que não existe mais inverno. “O último frio de verdade aqui foi há uns 15 anos”, me disse um certa vez. E olhe lá.
Se em capitais como Cuiabá e Teresina, piscina nem mais é assunto, pois já virou item de série dos novos projetos, em praças mais frias, como no Sul, piscinas apresentam menos uso se não forem aquecidas.
Se em capitais como Cuiabá e Teresina, piscina nem mais é assunto, pois já virou item de série dos novos projetos, em praças mais frias, como no Sul, piscinas apresentam menos uso se não forem aquecidas.
Mas o fenômeno das águas não para por aí: piscinas infantis, piscinas com raia para natação, piscinas adultas, onduladas ou retilíneas; graciosas piscinas com design de especialistas e elegantes decks molhados, espelhos d’água sinuosos, piscinas com ondas, o que mais for possível no mundo das águas transparentes. Há designers de piscinas que projetam verdadeiras delícias, casas que giram para uma paisagem de água.  Há mesmo agora a onda esnobe, sem trocadilho, de lagos artificiais translúcidos, isto é, de piscinas que se passam por lagos fictícios, onde até, dizem, peixinhos importados nadariam para deleite dos happy few. São piscinas com outro nome.
Tudo isso leva ao aprimoramento desse item que, de exclusivo em clubes, no passado, passa a ser um item cada vez mais doméstico. Há problemas de manutenção e de custo operacional. Questões relativas à segurança e às normas de convívio. Piscina é bom, mas como tudo que assim é, dá trabalho. E, portanto, fácil é uma atraente piscina virar uma poça de água decadente.
Nada é mais deprimente para quem viu seus dias de glória do que observar o desleixo com que muitas vezes são deixadas certas piscinas. Cobre-se a sua superfície com uma lona plástica, pois a sua água ou estrutura já não é mais utilizável. Vale observar essas questões quando do desenvolvimento de um novo projeto, para que o investimento realmente se justifique. Piscina boa de verdade é sempre rara e a dos outros.
Muita preocupação, então? É, só mesmo dando um mergulho na piscina. Azar do verão se ele já acabou.
*Marcos Kahtalian é sócio-fundador da Brain Inteligência Estratégica.

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