Arquitetura

Prédio símbolo da Marechal Floriano tenta restauro e construção de torre de 9 andares

Luan Galani
18/06/2018 22:07
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Maquete volumétrica de estudo preliminar dá o tom do que a Fortuna pretende fazer na área do imóvel. Crédito: Divulgação

Um dos símbolos da paisagem histórica da Avenida Marechal Floriano Peixoto, o imóvel de arquitetura de imigrantes alemães de 1904 na altura do número 1.250 entrou com pedido de restauro e de construção de um empreendimento imobiliário residencial de 9 andares na parte de trás do terreno. Os requerimentos ainda estão em estudo nos órgãos municipais competentes.
A informação foi obtida com exclusividade por HAUS e confirmada pelo arquiteto Luiz Alberto Borges de Macedo, responsável desde 2016 pelo projeto para a atual proprietária do edifício, a Fortuna Incorporação e Administração de Imóveis, que adquiriu a construção em 2006. Se aprovados os pedidos, a meta da empresa é começar a obra ainda este ano.
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
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Macedo conta que a intenção é preservar o prédio, que está cadastrado como Unidade de Interesse de Preservação de Curitiba, e torná-lo ponto de entrada de dois pontos comerciais (como era na configuração original do imóvel), de três níveis de garagem (28 vagas de estacionamento) e da torre residencial com 31 unidades, que vão de estúdios de 31 m² a plantas com tamanho médio de 62 m².
“Inicialmente pensamos até em fazer um hotel no terreno atrás do imóvel histórico”, lembra o arquiteto. “Mas a habitação pode gerar condições melhores de preservação do edifício a longo prazo.”
A reportagem também levantou que 11 processos de pedidos de alvará de restauro ou de modificação do imóvel foram requeridos desde o final da década de 1990, e sempre venceram por desistência das respectivas empresas proprietárias. Questionado, o arquiteto explica que jamais houve desistência e que os pedidos mais recentes fazem parte do mesmo processo. Porém, como a avaliação e alteração do projeto são morosas, o próprio sistema obriga o cadastramento de novos processos.

Histórico

Desde março de 2014 a Justiça decidiu pelo restauro imediato do imóvel histórico, que ainda não aconteceu, como noticiou HAUS. Diante disso, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) requereu a 1ª Vara Cível da Região Metropolitana de Curitiba o cumprimento de sentença. Até esta segunda-feira (18), a Justiça não se pronunciou.
Procurado pela reportagem, o advogado Luis Gustavo D’Agostini Bueno, que representa a Naje Administração e Participações, empresa que foi dona do imóvel até 2006 e que também foi obrigada a fazer o restauro, de acordo com determinação da Justiça, diz que a Naje não tem como reparar imóvel de terceiro. “Tecnicamente não tem como fazer isso. E já na época da venda, a conservação da construção foi descontada do preço da negociação”, explica.
A advogada Nádia Magalhães, que representa a Fortuna Incorporação e Administração de Imóveis, não recebeu autorização da empresa para falar sobre o caso.

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