Da Disneylândia às pirâmides do Egito

Arquitetura

Projeto educacional do CAU/PR apresenta universo da Arquitetura e Urbanismo para crianças

CAU/PR
24/11/2022 16:41
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Mágico e encantado! Ninguém duvida que o mundo das crianças pode ser definido assim. Mas como apresentar um universo fantástico e cheio de conhecimento para os pequenos? Foi com esta pergunta em mente que uma equipe do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR) colocou em prática o CAU Educa, projeto que mostra o universo da profissão para estudantes de 7 a 12 anos.
Com aulas lúdicas, que duram cerca de uma hora, os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental conhecem a importância da Arquitetura e Urbanismo para a saúde das pessoas e para o desenvolvimento das cidades. “As crianças precisam crescer entendendo que é possível mudar para melhor o ambiente onde vivemos. Elas podem ser os agentes de transformação. As aulas são divertidas e têm muita interação, já que o público infantil é muito curioso”, afirma o gerente de Fiscalização do CAU/PR, Gesse Lima. É ele quem torna-se o professor do dia e dá as aulas para a criançada de escolas públicas e particulares do estado.
De diferentes formas, seja com blocos de montar, papel, caneta e tesoura ou até macarrão, a equipe do CAU/PR monta um bairro de maquete e ensina, inclusive, sobre a importância do sol para as construções. “Nós apagamos as lâmpadas da sala de aula e fazemos de conta que o sol é a luz da lanterna do celular. Segurando o telefone, fazemos alguns movimentos com as mãos e explicamos a posição do nosso principal astro no inverno, no verão e nas outras estações do ano. Só com isso, por exemplo, os pequenos já conseguem entender como a luz solar é fundamental para as habitações e interfere, especialmente, na qualidade de vida das pessoas”, explica Gesse Lima.
Um dos destaques da aula é a utilização dos óculos de realidade virtual que proporcionam aos alunos um passeio on-line por diferentes cidades do mundo, sendo possível conhecer a Disneylândia e as pirâmides do Egito na mesma hora. “A gente sabe que muitas dessas crianças não podem visitar esses locais presencialmente, então o passeio on-line acaba se tornando uma experiência muito positiva”, completa.

Projeto leva conscientização para as crianças nas escolas

Em 2022, o CAU Educa atendeu mais de 600 crianças em todas as regiões do estado. O projeto passou por 15 escolas em dez cidades paranaenses. O presidente do CAU/PR, Milton Zanelatto, participou de algumas dessas ações. Ele lembra que o projeto também tem a missão de conscientizar os pequenos alunos sobre os direitos de cada cidadão. “Pode ser que andando pela cidade, a criança encontre uma caçamba cheia de resíduos de material de construção em cima da calçada. Nesse momento, ela teria de desviar e correr o risco de andar pela rua para passar pelo trecho onde está colocada irregularmente a caçamba. Nessa hora, a criança pode mostrar o erro para os pais e alertar que é possível denunciar a situação”, exemplifica o presidente do órgão de fiscalização federal.
O CAU Educa conta com o apoio dos professores das escolas selecionadas. “É uma proposta inovadora e faz as crianças valorizarem os espaços que costumam frequentar. Sem dúvida, elas levam o que aprendem para casa e tornam o que a gente pode achar complexo em algo de fácil entendimento”, pontua Ilsemara Jahnke, diretora do Centro Municipal de Educação Infantil Carlos Alberto Pereira de Oliveira, que fica na Vila Guaíra, uma das escolas visitadas em Curitiba.
A intenção do CAU/PR é ampliar o projeto em 2023 para atender adolescentes e o público da terceira idade. “Eu gostei muito da aula que a gente teve hoje”, conta do seu jeitinho o pequeno aluno Gustavo Nunes Macena, do Colégio Sesi Internacional, situado também na capital paranaense.
“Percebemos uma grande discrepância entre os alunos das diferentes escolas que visitamos. Em alguns colégios, as crianças conheciam o trabalho de Oscar Niemeyer, por exemplo, mas em outras nunca tinham ouvido falar da profissão de arquiteto e urbanista. Vimos uma disparidade até mesmo em relação aos materiais escolares. Em algumas escolas, as crianças não tinham sequer cola e tesoura. Por isso, para o ano que vem, além de ampliar a faixa etária do nosso público, queremos focar o trabalho nas escolas vulneráveis do estado e levar um pouquinho de conhecimento para as crianças mais carentes”, finaliza o gerente de Fiscalização do CAU/PR, Gesse Lima.

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