Novos ares!

Arquitetura

Reforma transforma casa neocolonial dos anos 80 em sede de escola

Luciane Belin, especial para HAUS
20/06/2022 20:33
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Para ampliar a oferta e atender em sua grade também o Ensino Fundamental II, a Escola Lumen, em Curitiba, adquiriu o terreno de esquina ao lado de onde estava sediada e transformou uma antiga residência em uma continuação de sua sede.
Com 750 metros quadrados e capacidade para cerca de 130 alunos, a nova área passou por uma reforma com projeto assinado pela Küster Brizola Arquitetura, dos arquitetos Arthur Brizola e João Gabriel Küster Cordeiro, com colaboração de Rebeca Parolin e Hardy Frecceiro.
A partir de uma adaptação estrutural, paredes foram removidas para converter os cômodos residenciais em seis salas de aula, uma biblioteca, sala de professores, sala da diretora, cantina e recepção.
As garagens foram
transformadas em espaços para oficinas e um laboratório, e a cozinha da casa
foi adaptada para receber uma cantina, aproveitando a estrutura hidráulica
robusta que a casa já possuía.
Como o terreno faz divisa com a atual sede da escola, foi possível elaborar uma conexão direta entre as duas unidades. Agora, para passar do Fundamental I ao Fundamental II, só é preciso passar por uma escada azul que cria uma continuidade com o entorno de maneira lúdica.

Novos ares

A primeira transformação necessária para adaptar o imóvel residencial ao uso dos estudantes foi estrutural e conduzida pela Maestro Engenharia: para tornar os espaços mais arejados e garantir o conforto dos estudantes, as salas ganharam mais altura, sem, contudo, alterar nada no exterior da casa. O projeto de engenharia permitiu que as salas ganhassem cerca de 30 centímetros de pé-direito, chegando aos atuais 2,70 metros, mais adequado ao uso coletivo.
Além disso, o pátio central da construção em forma de ferradura, que antes abrigava uma piscina, virou pátio e recebeu uma cobertura em forma de livro aberto, sustentado por pilares ao centro. Isso evitou que a estrutura da casa precisasse sustentar o peso da cobertura.
Área da piscina foi transformada em pátio central da escola.
Área da piscina foi transformada em pátio central da escola.
As aberturas voltadas ao pátio foram levemente ampliadas e receberam molduras coloridas que lembram uma fotografia de polaroide. “As bases das janelas podem ser usadas pelos alunos como bancos. Além disso, foram instalados bancos de concreto com diferentes alturas, para contemplar a diversidade dos alunos. É muito interessante ver, atualmente, como os próprios alunos estão utilizando e ressignificando esse espaço coletivo”, explica o arquiteto Arthur Brizola.
A única adição à construção original foi a Sala Cubo, a sala de aula mais ampla da escoa, por onde foi iniciada a reforma e que deu o tom de toda a obra. “Esta sala cria um volume externo à unidade arquitetônica. Traz a mesma ideia arquitetônica, mas com um design mais contemporâneo”, detalha.

Espaços jovens e contemporâneos

De acordo com o arquiteto, o projeto foi desenvolvido a fim de trazer um desenho contemporâneo e que refletisse a marca da escola em arquitetura. “Para isso, usamos tons neutros em todas áreas de circulação e cores para destacar os usos particulares de cada ambiente. As cores são utilizadas de forma pontual sempre trazendo algum tipo de surpresa no percurso da escola. Cantina, recepção, biblioteca, cada espaço possui uma cor. Esse conceito também foi levado para as salas de aula onde cada uma possui uma cor, criando diferentes tipos de atmosfera de acordo com a grade de ensino”, detalha.
A estética da área
da garagem seguiu a mesma linha de cores e materiais, com a proposta de
dialogar com os alunos, mas sem uma pegada muito infantil. “É uma arquitetura
mais contemporânea para atender esses jovens que vão sair dali já adolescentes,
então é um espaço jovem”, detalha Arthur.
Para isso, além das cores, os materiais também contribuíram. O projeto utilizou pisos de granilite, madeiras, compensado concreto e metais, gerando um corpo com uso dinâmico e diversificado.
Nas salas instaladas onde antigamente ficava a garagem, a rampa foi transformada em escada, de forma que esse acesso nivelado funciona como arquibancada. “Essa parte se transformou quase num anfiteatro não oficial, os alunos inclusive têm aula ali”, conta.
Além das cores, a decoração é feita com paisagens brasileiras e foram elaborados dois painéis assinados pelos artistas Paulo Auma e Katheriny Mendes.

Veja mais algumas fotos do projeto:

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