Uma vida em um ano. 2019 foi intenso, repleto de surpresas, conquistas e transformações que abrem caminho para uma nova década, na qual a inovação e a sustentabilidade despontam como potenciais protagonistas. E como em toda transformação, não serão apenas as glórias que ficarão na lembrança deste ano, mas também perdas irrecuperáveis, celebrações históricas e uma promessa de futuro com diversas possibilidades. Relembre 10 momentos marcantes de 2019!

Em 2019, o mundo deu adeus a importantes e icônicos nomes do design e da arquitetura. Alessandro Mendini, arquiteto, filósofo e designer, tido como a “Carmen Miranda” do setor, faleceu logo no início do ano, em fevereiro, deixando órfãos os discípulos de seu estilo colorido, divertido e sem regras.

Em maio, o arquiteto Ieoh Ming Pei, conhecido pela forma abreviada de seu nome, I.M. Pei, e criador da icônica pirâmide do Museu do Louvre, faleceu aos 102 anos de idade. Dois meses depois, o italiano Cristiano Toraldo di Francia deixava enlutada a comunidade arquitetônica, em especial os seguidores e admiradores do movimento Superstudio, que teve seu ápice nas décadas de 1960 e 1970, do qual foi cofundador. O setor da iluminação, por sua vez, perdeu Ingo Maurer, um de seus principais nomes. Conhecido mundialmente por suas luminárias surpreendentes e provocativas, o designer alemão faleceu em outubro, aos 87 anos.

No Brasil, uma das perdas mais significativas foi a do engenheiro Mário de Mari. Autor da “Casa flutuante”, tombada como Patrimônio Municipal de Curitiba, ele foi um dos profissionais que ajudaram a verticalizar a capital paranaense.

A celebração de um centenário não pode passar despercebida, ainda mais quando se trata de uma das maiores e mais emblemáticas escolas de arquitetura e design da história. A alemã Bauhaus chegou à marca em 2019 e não foram poucos os eventos e menções à data. O arquiteto alemão Van BoLe-Mentzel, por exemplo, transformou um ônibus em uma réplica itinerante da escola, que circulou pela Alemanha, China e Congo. Na HAUS, nós resgatamos a história e o protagonismo das mulheres de Bauhaus que, mesmo brilhantes, ficaram à margem da história, escanteadas para aulas de tecelagem (arte considerada menor na época) da escola, que foi uma das primeiras do mundo a aceitar pessoas do sexo feminino.

É de Curitiba o projeto premiado pelo Oscar do design mundial para jovens talentos, o iF Design Talent Award 2019. Trata-se do Maria, um absorvente íntimo desenvolvido pela estudante de Design de Produto da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e egressa do curso de especialização em Design do Centro Europeu — “Soluções de impacto para o futuro”, Rafaella de Bona. Sustentável, o item de higiene foi desenvolvido para mulheres em situação de rua, de forma a trazer mais dignidade e conforto durante o ciclo menstrual. Ao todo, 39 trabalhos foram premiados em todo o mundo, sendo a curitibana a única brasileira na lista.

Com a aprovação do Papa Francisco, o Brasil terá a primeira “catedral’ indígena na Amazônia, financiada pelo Vaticano. O templo religioso será construído no coração da reserva Yanomami, o maior território indígena brasileiro, e já teve parte da verba para as obras repassada pela Santa Sé para as autoridades católicas brasileiras. Com 875,49 m² e capacidade para 500 pessoas, o projeto é assinado pelos arquitetos Teresa Cristina Cavaco Gomes e Tobias Bonk Machado, da Creatos Arquitetura, de Curitiba – referência nacional em arquitetura religiosa e arte sacra.

2019 marcou os 500 anos de morte de um dos mais célebres e geniais artistas que o mundo já conheceu: Leonardo da Vinci. E não faltaram exposições, menções e homenagens ao pintor, escultor, arquiteto, matemático e engenheiro – entre muitas outras habilidades – italiano que é uma das mais importantes figuras do período renascentista. Durante a Semana do Móvel de Milão, na Itália, a instalação Aqua foi uma destas manifestações. No Brasil, a data foi celebrada com a abertura da exposição imersiva “Leonardo da Vinci – 500 Anos de um Gênio”, no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP), que segue até 1º de março de 2020.

O famoso artista britânico Banksy segue mantendo sua identidade em sigilo, fato que contribui para a promoção de suas obras e de seu nome. E foi para protegê-lo de uma empresa de cartões que tentava patenteá-lo que Banksy criou uma loja com seus produtos oficiais, todos com edições limitadas. Para comprá-lo, no entanto, é necessário muito mais do que um simples clique. Há uma curadoria dos potenciais compradores, que precisam provar que “não são um robô” respondendo à pergunta “por que a
arte importa?”

A “Cidade Maravilhosa” passou a responder por mais um título em 2019: o de Capital Mundial da Arquitetura para 2020. O reconhecimento foi concedido pela Unesco, em janeiro, e fez da capital carioca a primeira do mundo a receber tal honraria. A diversidade do patrimônio arquitetônico da cidade, que traz exemplares do período colonial ao contemporâneo, justificou a escolha.

Não é ficção científica. A primeira cidade flutuante do mundo, localizada na Polinésia Francesa, recebeu seus primeiros habitantes neste ano e ficará totalmente pronta em 2020. Uma zona econômica especial, com criação de peixes, parques eólicos oceânicos e outras inovações estão previstas para compor a ilha-cidade, cuja ideia é encabeçada pela organização norte-americana sem fins lucrativos The Seasteading Institute.

Garrafas sem plástico e que se decompõem em três semanas; proibição da utilização de plásticos de uso único; troca de garrafas plásticas por passagens de metrô; plástico biodegradável produzido a partir da mandioca; asfalto feito a partir do plástico. Não importa onde ou de que forma, 2019 foi o ano em que o plástico assumiu de vez o papel de vilão da sustentabilidade, fato que desencadeou um sem número de iniciativas que visam eliminar ou, pelo menos, racionalizar o uso do material.