Arquitetura

Salva da demolição, casa de ícone dos direitos civis nos EUA está por um fio

HAUS
30/08/2018 12:25
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Foto: Wikimedia Commons/Reprodução

Você com certeza já se deparou com a história de Rosa Parks (1913-2005). Uma das âncoras da história da luta contra a segregação racial nos Estados Unidos, em 1955 ela se recusou a ceder seu lugar no ônibus para um passageiro branco, como mandava a lei da época em Montgomery, no estado do Alabama.
A desobediência civil lhe rendeu multa e prisão, mas ajudou a criar consciência até que a lei fosse declarada inconstitucional em 1956 pela Suprema Corte Americana. Em 1999, recebeu do presidente Bill Clinton uma medalha de ouro por sua contribuição à nação.
E agora a casa para a qual ela se mudou em Detroit depois do episódio no ônibus, e onde viveu com outras 17 pessoas, incluindo parentes, como a sobrinha Rhea McCauley, virou símbolo de debate sobre políticas de habitação discriminatórias nos EUA.
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Em 2014, a sobrinha descobriu que a casa estava na lista de imóveis que seriam demolidos pela prefeitura de Detroit. Em decorrência da crise econômica, as residências estavam à venda por preços irrisórios e Rhea comprou o local por 500 dólares (aproximadamente R$ 2.057).
A casa foi toda restaurada pelo artista norte-americano radicado em Berlim Ryan Mendoza. Ele desmontou o imóvel e o enviou a Alemanha, em dois contêineres. Depois de pronta, e de volta em solo americano, a casa foi a leilão pela empresa Guernsey’s. Não houve interessados particulares ou públicos.
Apesar de restaurada, a casa está guardada em um depósito da empresa de leilões em Nova York. Mas Mendoza e Rhea mantém a esperança do peso histórico do imóvel ainda ser reconhecido. O artista imagina, por exemplo, que a prefeitura de Detroit possa se interessar pela casa.
“A história não contada por trás da casa é de ‘redlining’ [termo usado para definir a negação de serviços públicos a pessoas em uma cidade, geralmente por motivos raciais], desigualdade de moradia e seus persistentes efeitos em milhões de americanos hoje”, afirmou Mendoza ao site ArtNet. “Do Brooklyn a Oakland, com uma caneta, há 80 anos, planejadores urbanos mapeavam onde negros iriam morar. Eram, na realidade, guetos, comparáveis àqueles criados na Alemanha [nos anos 30].”

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