Armazém Macedo

Arquitetura

Ruínas de Antonina são restauradas e viram centro cultural com praça suspensa

Luan Galani
21/03/2022 15:33
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Armazém Macedo, em Antonina, foi inaugurado nesta sexta-feira (18) completamente restaurado e com um anexo cultural construído. | Rosina Parchen

Um dos símbolos arquitetônicos e afetivos da paisagem de Antonina, no litoral do Paraná, o Armazém Macedo foi restaurado e reaberto ao público na última sexta-feira (18) com um novo espaço cultural. O investimento de R$ 7,2 milhões para o projeto e sua execução veio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Construído na segunda metade do século 19, com características ecléticas, mas ainda com algumas soluções construtivas típicas da arquitetura luso-brasileira, o edifício servia para o escoamento da produção de erva-mate. Agora, porém, o armazém - que fica entre a antiga Rua da Praia (atual Rua Marquês do Herval) e a Baía de Antonina, em uma posição privilegiada na cidade - vai abrigar exposições, performances e eventos culturais, além de funcionar como mirante.
O retorno do prédio às boas condições é celebrado pela comunidade. "Pela salvaguarda do patrimônio, em primeiro lugar; pela restauração e a inserção do contemporâneo no bom convívio com o antigo e a fruição. Ele volta à comunidade, valorizado, digno e permanente", conta a arquiteta Rosina Parchen, superintendente da regional paranaense do Iphan (Iphan-PR).

Diálogo entre o novo e o antigo

Para abrigar o novo espaço cultural, foi projetado um cubo de vidro sobre os arcos do armazém. A transparência do vidro possibilita uma visão panorâmica da paisagem e propõe um diálogo entre o novo e o antigo, entre a ruína e seus possíveis usos futuros. A concepção arquitetônica é do Iphan-PR e a execução do projeto executivo é assinada pelo escritório curitibano ArquiBrasil Arquitetura e Restauração, que tem como responsáveis técnicos os arquitetos Jussara Valentini e Roberto Martins, e pelo escritório Traço Cultural Arquitetura e Patrimônio, do arquiteto Márcio Innocenti.
Já na parte superior da estrutura, foi proposta a criação de uma praça suspensa, que se constitui como uma área de lazer, além de um mirante para a paisagem da Baía de Antonina e para a Serra do Mar. O projeto revela preocupação com a acessibilidade e também promove a integração dos espaços por meio de escadas e elevadores. A comunicação entre as construções é feita por passarelas e decks.
Denominada de “Paisagem sem horizonte”, a primeira mostra cultural do espaço é de autoria de Zilda Felisbino. A artista antoninense representa emaranhados detalhados de galhos, troncos, bromélias e folhas. A curadoria é de João Paulo de Carvalho.

Marco na paisagem

A bela vista que compõe com a baía de Antonina não é o único ponto que faz do Armazém Macedo uma das construções mais importantes da cidade. Erguido na segunda metade do século 19, tendo como provável construtor o industrial e exportador de erva mate José Ribeiro de Macedo, o imóvel foi um antigo armazém do produto no local onde, até a década de 1960, funcionou o porto de Antonina.
Com arquitetura eclética, o imóvel tem quase dois terços de seu perímetro no limite com águas da baía e retrata bem a arquitetura de cunho industrial/comercial voltada para o embarque e desembarque de mate e depois de madeira, como descreve relatório do Iphan.

Veja mais fotos do novo Armazém Macedo:

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