Arquitetura

Sabe o que é que Curitiba tem de bom?

Luan Galani
25/03/2015 16:41
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As várias faces de Curitiba

Curitiba é a primeira cidade brasileira a entrar para a rede de cidades criativas da Unesco como referência em design. Depois de um tempo sem aceitar novas inscrições, no fim do ano passado o seleto grupo criado em 2004, que já conta com cidades como Buenos Aires, Montreal, Shangai e Berlim, viu seu círculo se expandir para um total de 69 centros urbanos que se destacam em pelo menos uma das sete categorias (literatura, cinema, música, artesanato, design, gastronomia e arte).
Mais do que projetar internacionalmente as cidades eleitas, a rede é um espaço privilegiado de discussão de problemas. “As cidades têm grandes desafios, da sustentabilidade à mobilidade, e , por meio da rede, desenvolvemos alianças para trazer soluções pertinentes, promover as indústrias culturais e compartilhar boas práticas”, garante o arquiteto e urbanista Sérgio Pires, que está à frente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC).
Junto da capital paranaense, recém integraram a rede na categoria design as cidades de Helsinki (Finlândia), Turim (Itália), Dundee (Reino Unido) e Bilbao (Espanha). A economista Ana Carla Fonseca, uma sumidade internacional quando se fala de economia criativa e dirige a Garimpo de Soluções, empresa líder no cenário global da área, é taxativa ao afirmar que todas as novas cidades a integrar a categoria de design fizeram por merecer.
“Bilbao, por exemplo, passou por uma crise muito grande nos anos de 1980. As indústrias de mineração perderam vigor, o porto perdeu importância e a economia piorou. Depois, a cidade ainda foi inundada e destruída. Porém, eles utilizaram esses problemas como impulso e fizeram uma recuperação total”, lembra Ana Carla. “Eles redefiniram a lógica de cidade”, completa.
O que Curitiba tem?
Tudo começou em 2012, quando três jovens designers viram na capital paranaense atributos essenciais a uma cidade de design: um cenário cultural movimentado e uma indústria criativa sempre em desenvolvimento, além do histórico reconhecido de soluções inovadoras em planejamento urbano, mobilidade e preservação ambiental, que garantiram uma qualidade de vida superior a outras cidades, como pontua Juliana Ogawa, 24 anos, uma das designers responsáveis pela ideia.
Agora a chancela da Unesco servirá de trampolim para Curitiba tentar entrar para o panteão das capitais mundiais do design. A pedido de diversas entidades do setor, como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Curitiba vai se candidatar à Capital Mundial do Design de 2018, título concedido a cada dois anos pelo Conselho Internacional das Sociedades de Design Industrial, com sede no Canadá. O resultado sai em outubro deste ano.
Para quem acha que Curitiba está longe de ser perfeita, vai o recado: o prêmio vem a coroar justamente cidades assim, que ainda tenham potencial de desenvolvimento no setor, em vez de reconhecer centros estabelecidos no mundo do design.
Se escolhida, Curitiba terá de realizar diversos eventos durante todo o ano de 2018. O projeto já foi enviado para o Canadá, mas nada pode ser divulgado ainda. O que se sabe, por enquanto, é que poderão ser mais de 200 eventos, entre exposições, feiras, simpósios e workshops.

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