Neste 12 de outubro é celebrado o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. E como tradicionalmente ocorre, milhares de romeiros e devotos irão visitar o santuário localizado no Vale do Paraíba, no eixo Rio-São Paulo, para orar, pagar promessas e reverenciar a santa aclamada de Sul à Norte do país. Neste ano, eles encontrarão lá uma novidade: a escultura de Nossa Senhora Aparecida, com 50 metros de altura, que acaba de ser inaugurada às margens do rio Parnaíba do Sul, onde a imagem que deu origem ao roteiro religioso foi encontrada há mais de 300 anos.

Mais alta do que o Cristo Redentor - uma das sete maravilhas do mundo moderno, localizado no Rio de Janeiro -, ela não é a única construção do complexo do santuário com números impressionantes. A arquitetura em escala monumental está presente, também, nos detalhes da Basílica de Aparecida, obra cuja pedra fundamental foi lançada em 10 de setembro de 1946, um ano antes do projeto do santuário, assinado pelo arquiteto Benedito Calixto Neto. O início das obras, no entanto, deu-se em 11 de novembro de 1955.

Segunda maior igreja do mundo, atrás apenas da Basílica de São Pedro, no Vaticano, a Basílica de Aparecida impressiona pela sua grandiosidade. Com quase 72 mil m², ela foi erguida com 25 milhões de tijolos e é composta pelos pavimentos inferior e térreo, arcada e tribuna sul, cúpula central e quatro capelas, além da Torre Brasília.

O térreo, onde está localizado o altar central, tem 25 mil m² de área e comporta 30 mil fiéis por missa. Acima dele, a cúpula de 70 metros de altura abriga o mosaico entregue em outubro de 2017. O painel, que retrata a árvore da vida e pássaros da fauna brasileira, é formado por cerca de 5 milhões de pastilhas instaladas em uma área que soma 2 mil m².

A construção da basílica, que teve sua pedra fundamental lançada em setembro de 1946, foi custeada desde o início com as doações feitas pelos devotos. A exceção fica por conta da Torre Central e da Passarela da Fé, que foram custeadas pelo governo federal.

A torre, que possui 16 andares e mede 109 metros de altura (com a cruz) foi construída em 1961 e doada pelo então presidente da república Juscelino Kubitschek. É nela que está localizado o mirante, com 324 m², de onde se tem uma vista privilegiada da cidade.

Já a passarela, que liga a basílica nova à velha, foi patrocinada pelo governo de Emílio Garrastazu Medici e inaugurada em dezembro de 1971. Com 392 metros de comprimento e 5,8 metros de largura, ela é sustentada por 11 pilares e tem seu ponto mais alto a 35,5 metros do chão.

Outro espaço impressionante do santuário é a Sala das Promessas, também conhecida como Sala dos Milagres. Com 1,3 mil m² de área, o espaço reúne objetos, cartas e testemunhos deixados pelos devotos como forma de agradecimento às bençãos recebidas ou ao pagamento de promessas feitas à santa. Só de fotografias, que revestem o teto da sala, são mais de cem mil. Mensalmente, o santuário recebe cerca de 20 mil novos objetos.

O Complexo Turístico Religioso do Santuário Nacional de Aparecida abriga, ainda, outras instalações grandiosas, distribuídas em uma área de mais de 1,3 milhão de m² (sendo 143 mil m² de área construída), que dão o suporte necessário à recepção dos romeiros de todas as partes do Brasil.

O santuário possui, por exemplo, um dos maiores estacionamentos da América Latina, com 285 mil m² e capacidade para mais de 6 mil veículos. São 3 mil vagas para carros de passeio, 2 mil para ônibus, 600 para motocicletas, mais de 500 para bicicletas e cerca de 25 para motorhomes e trailers. Há, ainda, um espaço destinado à recepção de cavalos e um heliponto.

O Centro de Apoio ao Romeiro, por sua vez, conta com cerca de 380 lojas (com ampla praça de alimentação) e 874 sanitários, sendo 55 deles adaptados para pessoas com deficiências.

O santuário ainda conta com estação de tratamento de água e um sistema de exaustão da fumaça e eliminação da cera das velas depositadas pelos fiéis na Capela das Velas. Em determinados períodos do dia, a base onde elas são depositas são aquecidas, o que faz com que a cera derreta e seja levada por tubos para o subsolo da basílica, onde novamente é resfriada, transformada em placas e enviada à reciclagem. Cerca de 10 toneladas de cera são retiradas nos finais de semana de grande movimento na basílica.

Para manter todos estes espaços, o Santuário Nacional conta com mais de 2 mil colaboradores contratados, além do trabalho realizado pelos voluntários. Também são mantidas no complexo áreas de marcenaria, padaria e almoxarifado.