Arquitetura

Seca revela palácio de 3,4 mil anos de civilização menos conhecida do Antigo Oriente

Gazeta do Povo
20/07/2019 20:00
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Foto: University of Tübingen Center/ Kurdistan Archaeology Organization

Um palácio de 3,4 mil anos foi descoberto na região do Curdistão, no Iraque, após uma seca causar a queda nos níveis de água de um reservatório. A revelação, que se deu às margens do Rio Tigre, foi feita por uma equipe curdo-alemã de arqueólogos da Universidade de Tübingen e da Organização de Arqueologia do Curdistão. A descoberta foi classificada como a mais importante das últimas décadas na região, pois é um dos poucos exemplos de construção do antigo Império Mitani.
As ruínas do palácio, que recebeu o nome de Kemune, foram preservadas a uma altura de sete metros e há indícios de que ele tenha sido usado por muito tempo, a apenas 15 metros do rio em um terraço elevado. Na parte interior da construção, foram identificadas várias salas, das quais oito já foram escavadas. Em algumas áreas, ainda foram encontrados tijolos queimados, que possivelmente foram usados como lajes de piso.
Foto: University of Tubingen Center/ Kurdistan Archaeology Organization/ Divulgação
Foto: University of Tubingen Center/ Kurdistan Archaeology Organization/ Divulgação
As paredes da construção também chamaram a atenção dos arqueólogos. A responsável pelos estudos na Universidade de Tübingen, Ivana Puljiz, relatou que as paredes internas foram projetadas com tijolos de barro de até dois metros de espessura. Além disso, algumas continham tinta em tons brilhantes de azul e vermelho, característica típica de palácios do Antigo Oriente, mas que raramente se encontram preservadas.
Os pesquisadores também encontraram cerca de dez tabuletas com escrita cuneiforme. De acordo com eles, é provável que ao menos uma indique a relação de Kemune com a antiga cidade de Zakhiku, que existiu por 400 anos. Para estudos aprofundados e traduções mais assertivas, as tabuletas foram enviadas para a Alemanha para que possam ser decifradas.
Foto: University of Tubingen Center/ Kurdistan Archaeology Organization/ Divulgação
Foto: University of Tubingen Center/ Kurdistan Archaeology Organization/ Divulgação
Apesar da empolgação dos pesquisadores, a existência do Kemune já era conhecida. O terreno em que ele se encontra foi inundado nos anos 1980, quando foi construída a represa de Mosul em cima do até então desconhecido palácio. Mas em 2010 os níveis de água baixaram brevemente e revelaram as ruínas de modo parcial. Como as escavações exigiam maior detalhamento e o reservatório mais baixo, somente agora, com a seca, foi possível realizar o estudo completo.
Foto: University of Tubingen Center/ Kurdistan Archaeology Organization/ Divulgação
Foto: University of Tubingen Center/ Kurdistan Archaeology Organization/ Divulgação

Império Mitani

Acredita-se que o Império Mitani tenha existido entre 1.500 e 1.360 a.C. Ele era um dos reinos da Mesopotâmia e lutou contra o Egito pelo controle da Síria. Os pesquisadores esperam que as escavações permitam novas descobertas a respeito de política, economia e história dessa civilização, que é uma das menos conhecidas do Antigo Oriente.

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