Arquitetura

Venha para a Comendador Araújo: rua multiuso, com palácios e prédios moderninhos

Larissa Jedyn
21/01/2017 17:59
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Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

São apenas cinco ou seis quadras, mas isso basta para fazer da Rua Comendador Araújo, uma das mais interessantes em termos históricos e arquitetônicos de Curitiba. Ainda mais se você tiver a oportunidade de conversar com o arquiteto e professor da PUCPR Salvador Gnoato, um aficionado pela via. “É a rua com maior diversidade de uso da cidade.”
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
A charmosa ligação entre a Praça Osório, no Centro, e a Avenida do Batel, era, entre os séculos 19 e 20, a ligação com entre a capital e o interior do Estado, muito usada durante o ciclo da erva-mate. Atualmente, reúne um conjunto plural de prédios residenciais, comerciais, corporativos e institucionais. “De dia, ela é ocupada por moradores, que têm banco, mercado, lojas para ir. De noite, vira destino de pessoas que buscam restaurantes e casas noturnas. Essa mistura a mantém viva sempre. Diferentemente da Rua XV de Novembro, por exemplo, em que ninguém mora, ou do Ecoville, em que não há comércio. A estrutura monofuncional não é segura”, comenta.
Mas, além disso, a Comendador, que teve seu conjunto urbano tombado pelo Patrimônio Estadual, em 2004, reúne ícones arquitetônicos importantes. A começar pela esquina com a Rua Visconde Nacar, onde fica o Edifício Gemini, do arquiteto modernista Elgson Ribeiro Gomes. Construído em 1970, tem duas torres residenciais e arquitetura marcada por pilares e vigas de transição e elementos vazados especialmente modelados para o edifício. Enquanto fotografamos o prédio, um senhor chama a atenção para a vista: “Lá de cima é bonito de ver”, atesta enquanto passeia com o cachorro.
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Do outro lado da rua, o Executive Center Everest, de 1975, projetado em parceria pelo arquiteto Luiz Forte Netto e o escritório Slomp e Busarello, se destaca pela galeria ornamentada de arcos e o estilo brutalista.
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Na esquina com a Visconde do Rio Branco é a vez da Casa Glaser, um dos estabelecimentos mais antigos da capital, de 1914. De comércio de secos e molhados a loja de ferragens e cristais, o imóvel é uma unidade de interesse de preservação.  O vizinho de frente é o Universe Life Square, um prédio novo e considerado o mais alto da cidade. Na outra esquina, o geometrismo racional do Edifício Paraná, também assinado por Elgson Ribeiro Gomes.
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
No meio da quadra, O atual Shopping Omar, considerada a primeira sede da UFPR, era casa de Manuel Miró. Ao lado, a sede da Sociedade Thalia, de 1942, conta com características ecléticas e vitrais na fachada. Do outro lado da rua, a Igreja Presbiteriana, cuja construção começou em 1894.
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
O Edifício Canadá, bem em frente à sede da Itaipu Binacional, quase chegando na Desembargador Mota, é também do modernista Elgson Ribeiro Gomes. Construído nos anos 1970, chama atenção pelas estruturas que lembram pinhões estilizados. “Este é  considerado o primeiro residencial com um apartamento por andar”, aponta Gnoato.
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
O antigo Palacete de Ascânio Miró, projetado pelo engenheiro Candido Ferreira de Abreu, foi construído entre 1897 e 1898. A edificação, que fica na esquina com a Rua Presidente Taunay, contempla aspectos ecléticos, com mistura de orientalismo e pitoresco inglês. Uma senhora que observa a sessão de fotos reclama do estado de conservação do prédio. “Você precisava ver as festas que aconteciam aqui. Era muito luxo”, comenta apressada a moradora da Presidente Taunay se recusando a revelar o nome para a reportagem.
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
Rua Comendador Araújo. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
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