Luxo, calma e volúpia

Daniela Busarello
30/04/2016 01:00
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Foto: Valentino Fialdini/Divulgação | valentino fialdini

Esse é o título de um quadro de Henri Matisse, pintado em 1904. Mas “Luxo, Calma e Volúpia” é anterior à Matisse. Trata-se de um célebre verso do poema “Convite à Viagem”, de Charles Baudelaire, publicado no livro “Les Fleurs du Mal” (1857).
“Luxo, Calma e Volúpia” é um pedaço do Brasil que tenho orgulho de encontrar em Paris. Os Irmãos Campana estão com exposição solo “Manufatura ou a celebração do saber-fazer brasileiro”, na importante e intercontinental Carpenters Workshop Gallery. Carolina Ponte apresenta sua arte na MdM Gallery, primeira galeria especializada na arte contemporânea brasileira em Paris, que revela tanto artistas emergentes como consagrados da cena brasileira. E por aqui tem também Zanini de Zanine na James, galeria de mobiliário moderno, cujos donos são um jovem casal, apaixonados pelo Brasil de Joaquim Tenreiro, Jorge Zalzupin, Lina Bo Bardi.
Zanini de Zanine
Na primeira exposição solo do designer em Paris, em parceria com a galeria Espasso (London, NY, Miami), Zanini apresenta até 30 de abril, na James, novidades e também suas peças “clássicas” inspiradas de sua história : seu pai, grande arquiteto José Zanine Caldas (1910-2001), e Sergio Rodrigues (1927-2014), com quem trabalhou e aprendeu enquanto jovem aprendiz. Ele começou a produzir móveis em madeira maciça, com peças de demolição : colunas, vigas e mourões de casas antigas. Em 2005 passou a criar uma nova linha de móveis com peças produzidas industrialmente. Hoje assina peças para o Studio Zanini e também Cappellini, Poltrona Frau e a Galeria Espasso.
Irmãos Campana
Fernando e Humberto Campana apresentam, na Carpenters Workshop Gallery, em Paris, até 19 de maio, uma homenagem ao artesão brasileiro com peças de suas novas coleções “Detonado”, “Bolotas”, “Ofídia”e “Palha”. O mix combina o uso de materiais refinados, tradição e inovação.
“Detonado” é um diálogo entre o design europeu e brasileiro, com influências modernistas, como por exemplo, madeiras típicas do Brasil e vime recuperado de cadeiras Thonet. “Bolotas” é uma poltrona e um sofá, feitos de pele de carneiro, como “ninhos” de conforto. “Ofídia” é uma metáfora à serpente, por meio de um longo pedaço de corda que desliza e se retorce de maneira orgânica, se transformando em mesa lateral ou espelho. “Palha” é uma homenagem à marchetaria de Jean-Michel Frank.
Carolina Ponte
Foto: Valentino Fialdini/Divulgação
Foto: Valentino Fialdini/Divulgação
O trabalho de Carolina Ponte enaltece o aspecto artesanal da obra de arte num vai e vem entre as técnicas de bordado e crochê, cerâmica e desenhos. Nesta exposição, sua primeira em Paris, que vai até 30 de abril na MdM Gallery, apresenta dez peças em diferentes colagens inspiradas de recortes e detalhes de desenhos de ornamentos de arquiteturas, tapetes, pisos. São cores brilhantes, bordados esculturais. Tudo em excesso. Uma repetição e concentração que tem como intenção questionar a função social da mulher. Na foto, escultura em crochê.

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