Decoração

6 dicas para usar portas coloridas em projetos de decoração

Guta Brandt*
24/09/2019 10:45
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Atmosfera de pub moderno é garantida pela escolha dos materiais e tonalidades no projeto de Luiz Paulo Andrade. Destaque para a porta vermelha. Foto: Aphograph / Divulgação | ATAPHOTOGRAPH ANDRE TOLEDO ARAUJ

Para além de sua função, portas ganham destaque também em projetos de decoração, especialmente quando entram em cena portas coloridas. Elas não só marcam a divisão entre espaços, mas são capazes de criar um ponto de destaque. Independentemente do objetivo, as portas coloridas têm invadido projetos arquitetônicos e são uma forma rápida de mudar o visual de casa, fazendo com que a decoração fuja do óbvio.
Além da porta principal, que sempre ganhou algum destaque – senão pela cor, pelo tamanho, material, forma ou puxador – as portas internas de residências e ambientes comerciais passaram a ser consideradas elementos importantes dos projetos. “Hoje as novas tecnologias de cor, de acabamento e de ferragens permitem que as portas desempenhem não só um papel funcional. Elas são consideradas elementos estéticos tão importantes quanto o mobiliário ou qualquer outro item”, explica a arquiteta e mestre em Construção Civil Caroline Bollmann, do escritório curitibano Espaço A Arquitetura.
De acordo com o arquiteto Luiz Paulo Andrade, que comanda o escritório com seu nome em São Paulo, não há limite na escolha de cores, desde que haja um certo equilíbrio no espaço. “Utilizo muitos acabamentos naturais, como madeira, concreto e pedra. Neste contexto, a porta colorida traz contraste e se torna uma referência”, ressalta.
 Amarelo predomina na área gourmet e nas portas da adega deste projeto. A escolha da cor valoriza as obras de arte presentes no espaço. O projeto é de Luiz Paulo Andrade. Foto: Edson Ferreira / Divulgação
Amarelo predomina na área gourmet e nas portas da adega deste projeto. A escolha da cor valoriza as obras de arte presentes no espaço. O projeto é de Luiz Paulo Andrade. Foto: Edson Ferreira / Divulgação
“Não existe regra para a escolha das cores. É uma questão de gosto. Por isso, o que já temos na casa não é tão relevante – mas é preciso ter em mente qual estilo queremos atingir e nos guiarmos por isso para definir a cor”, diz Caroline Bollmann. “Tem gente que prefere que a folha da porta e o caixilho sejam de cores diferentes. Já outros, como eu, preferem que estes elementos sejam da mesma cor. Essas definições vão depender de: qual é o nosso objetivo com a transformação do ambiente?”, questiona.
Para a arquiteta Carolina Falavinha, do escritório Une Arquitetura + Design, de Curitiba, o contexto do projeto é o que vai definir a escolha da cor. “O ambiente deve ser considerado. No entanto há algumas cores que, atualmente, têm sido mais utilizadas e estão mais em alta, como os tons mais aconchegantes e terrosos e, também, as cores azul e verde em tons pastéis”, diz.
Segundo o profissional paulistano, tanto nas obras de reformas quanto nas construções novas, precisamos observar bem – além da cor que queremos – o sistema de abertura, o tamanho, o tipo de material. “A cor é a segunda questão a ser considerada. A primeira é a forma da porta, que inclui o tamanho, o material, as ferragens e outros aspectos”, ensina Andrade. Para quem tem medo de enjoar, ele é categórico: se a cor for bem escolhida, não há enjoo. “A cor é um ponto forte e importante de cada projeto. No caso da porta colorida, ela estará inserida dentro de contexto que, se estiver bem equilibrado, bem acertado, a pessoa não vai enjoar”, afirma.
Se você sempre quis ter uma – ou várias – porta colorida mas tem medo de arriscar, os profissionais deram algumas dicas para que você possa renovar o visual de casa de forma assertiva e para que a execução seja a melhor possível.

Contraste 

Busque estabelecer um contraste entre os elementos utilizados: materiais mais sóbrios naturais, como madeira e concreto, vão bem com cores vibrantes. “No conjunto geral do projeto, a gente procura equilibrar os elementos para que a porta seja, de fato, um elemento de destaque. Acredito que a grande ideia seja combinar um ambiente neutro com portas coloridas”, ensina Luiz Paulo Andrade.

Estilo de pintura

A porta pode ser um ponto de destaque ou pode se camuflar no ambiente, ainda que ela seja colorida. “É possível pintar a parede e a porta da mesma cor. Neste caso, a porta será apenas um ponto de volume e o colorido estará tanto na porta quanto na parede. Também é possível criar um bloco de cor. Neste caso, em uma parede pequena que tem uma porta, podemos utilizar tons fortes apenas neste ponto, formando um bloco único”, orienta Carolina Falavinha.
Segundo a arquiteta, uma boa forma de combinar as cores no ambiente é utilizar o mesmo tom da porta — ou cores próximas — em alguns elementos da decoração, como vasos, porta-retratos e molduras. Outra possibilidade é utilizar cores complementares. Nesta ideia, se a porta é azul, utilizamos tons de laranja – que é a cor complementar do azul – em outros pontos da decoração.
 Porta e parede em rosa criam bloco em tom pastel em meio a acabamentos naturais. Projeto da UNE Arquitetura + Design. Foto: Eduardo Macarios / Divulgação.
Porta e parede em rosa criam bloco em tom pastel em meio a acabamentos naturais. Projeto da UNE Arquitetura + Design. Foto: Eduardo Macarios / Divulgação.

Materiais e acabamento

A partir do material de cada porta e do acabamento já existente nela é que vamos definir qual a pintura mais indicada. “É preciso observar se o material que eu tenho pode receber pintura e de qual tipo essa pintura e a tinta devem ser. Não adianta sair pintando com qualquer tinta, o resultado vai acabar ficando ruim e a renovação pode ser frustrante”, explica Caroline Bollmann.

Mão de obra especializada

Os profissionais ressaltam a importância de contratar mão de obra realmente qualificada para o serviço, para que o resultado seja satisfatório. “As pinturas devem ser feitas por profissional especializado neste tipo de aplicação – pois, além de ter um acabamento melhor, o desgaste será menor”, ressalta Andrade.
A porta que divide a sala de jantar e a cozinha é o grande destaque no espaço, fazendo contraste com o uso de materiais naturais, como pedra, madeira e linho. Projeto Luiz Paulo Andrade. Foto: Evelyn Muller / Divulgação
A porta que divide a sala de jantar e a cozinha é o grande destaque no espaço, fazendo contraste com o uso de materiais naturais, como pedra, madeira e linho. Projeto Luiz Paulo Andrade. Foto: Evelyn Muller / Divulgação

Tinta adequada

Escolher o tipo certo de tinta é decisivo para obter um bom resultado e para que a transformação seja realmente durável. Por isso, é preciso que a tinta escolhida seja sintética. A tinta convencional não é indicada. O ideal é usar tintas à base de resinas poliuretanas, que exigem aplicação com compressor e pistola – como as pinturas automotivas” explica Luiz Paulo Andrade. Segundo o profissional, embora seja mais trabalhoso, o resultado é muito melhor.

Qual será o uso?

É uma porta externa ou interna? É um espaço cuja porta será muito manuseada? Segundo Caroline Bollmann, essas questões são fundamentais e devem ser levadas em consideração. “No caso de ambientes externos, os acabamentos e materiais devem ser indicados para esta finalidade. Por isso, devem ser resistentes ao sol, à umidade, aos choques térmicos e ao manuseio. Dependendo do material, ele não resiste ao uso em áreas externas. Além de deteriorar muito mais rápido, a função estética fica bastante comprometida”, ensina.

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*especial para a Gazeta do Povo

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