Decoração

Empresa abre mão de estacionamento e ganha espaço com forno a lenha e decoração acolhedora

Luciane Belin*
14/08/2019 11:00
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Foto: Alexandre Lima/Divulgação

A qualidade de vida do funcionário é mais importante do que ter espaço para estacionar. Foi partindo desta premissa que uma empresa localizada no bairro São Francisco, em Curitiba, resolveu ocupar um espaço em um pátio interno de um prédio de oito pavimentos com um espaço de descompressão para os 170 trabalhadores do local.
Com projeto assinado pelos arquitetos Yuri Vasconcelos, Danilo Akio e Lucas Bochnie, a área de 60 m² ganhou ares de lounge voltado para o relaxamento. Ali, são realizadas atividades como eventos comemorativos, atividades recreativas e a rotina semanal de ginástica laboral.
Foto: Alexandre Lima
Foto: Alexandre Lima
Para que fosse um ambiente versátil e agradável ao convívio, os arquitetos utilizaram recursos como pedra natural, madeira, deque e mesas típicas de botecos. “Como se trata de um espaço que ‘descomprime’ a tensão da rotina laboral, o projeto buscou a simplicidade e algum grau de estoicismo como resposta formal, e materialidade que sugerisse elementos associados à contemplação e lazer. Uma estratégia projetual para que o funcionário sinta uma alteração na relação de seu corpo com o espaço, na direção do relaxamento”, explica Vasconcelos.
Foto: Lucas Bochnie
Foto: Lucas Bochnie
Madeira e mármore são as duas bases do projeto. A primeira está presente no deque, no forro e no piso de tacos, enquanto que placas de granito branco natural cobrem as paredes e o granito polido nos tampos, em contraste com o microcimento negro no volume da churrasqueira. Por fim, a área interna da churrasqueira foi feita em porcelanato não polido em preto.
Foto: Lucas Bochnie
Foto: Lucas Bochnie
“São cores básicas que estimulam uma associação ao natural e mínimo. Branco off-white em tom quente, para aquecer a iluminação indireta e o ambiente. Microcimento preto em alusão a elementos naturais após exposição ao fogo — pedras vulcânicas, carvão, madeira queimada, por exemplo. A madeira é o material que costura os ambientes, pois é um elemento naturalmente quente à visão e ao tato”, diz o arquiteto.
Foto: Alexandre Lima
Foto: Alexandre Lima
O mobiliário chega para complementar a intenção de relaxamento do espaço de descompressão. Além da churrasqueira, um forno a lenha para assar massas ou carnes é uma escolha inusitada para o lugar, mas foi instalado para que os funcionários possam usar a culinária como prática de descontração também.
Foto: Alexandre Lima
Foto: Alexandre Lima
Não à toa, há também um fogão semi-industrial com chapa e três frigobares para que os funcionários possam tomar a iniciativa e organizar seus próprios eventos.
Uma pequena sala fechada complementa o espaço. Instalada onde antes ficava um almoxarifado, foram dispostas poltronas e um sofá para leitura de livros, jogos de tabuleiro e um videogame com vários jogos disponíveis. “Para separar o deque das vagas remanescentes [de estacionamento], vasos cerâmicos altos com vegetação ajudam a delimitar o ambiente”.
Foto: Alexandre Lima
Foto: Alexandre Lima
Foto: Alexandre Lima
Foto: Alexandre Lima
O arquiteto explica ainda que “os planos inferior e superior em réguas de madeira, ou seja, o piso e o forro vazado, acabam por criar, em conjunto com os demais elementos, uma ambiência sensorial que origina um espaço de acolhimento. Ainda que seja totalmente permeável aos espaços adjacentes, é perceptível a existência de uma bolha cuja invisível membrana parece barrar o estresse do trabalho”.
Foto: Lucas Bochnie
Foto: Lucas Bochnie
*Especial para Gazeta do Povo.

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