Decoração

Por que o café do Cine Passeio é o que de melhor aconteceu na arquitetura gastronômica de Curitiba em 2019

Aléxia Saraiva
02/09/2019 22:59
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Fotos: Fernando Zanoni/Divulgação

Curitiba voltou a ser uma cidade de cinema de rua. Inaugurado em março, o Cine Passeio — e, com ele, seu café — fez da Rua Riachuelo um espaço de permanência. A Coffeeterie foi pensada para dialogar com o cinema, mas garante vida própria no complexo. Prova disso é que, cinco meses após sua abertura, ela foi vencedora da categoria Melhor Ambientação no Prêmio Bom Gourmet 2019, organizada pela HAUS.
A proposta da Coffeterie é enaltecer o que há de melhor na cidade — do design à gastronomia. Por isso, móveis, cerâmica, ingredientes e fornecedores têm Curitiba em comum. “Nossa ideia foi trabalhar com o potencial arquitetônico do espaço, sem mudar o layout original. Como a arquitetura do prédio é muito bonita, o mobiliário tinha de valorizar essa vista ao mesmo tempo que completa o ambiente”, ressalta Ricardo Marques, artista plástico e proprietário do café.
Foto: Fernando Zanoni/Divulgação<br>
Foto: Fernando Zanoni/Divulgação<br>
A parceria com a Fitto Design foi essencial na composição do projeto. Os móveis, todos de encaixe, levam tons claros das madeiras de pinus e paricá e uma estampa desenhada por Marques que remete a plantações de café. A sustentabilidade também entra na jogada: “As peças são feitas com compensado sem formaldeído, sem o aglutinante tóxico entre as lâminas de compensado”, explica o proprietário.
O espaço foi preenchido com mesas e cadeiras de três alturas diferentes, proporcionando diferentes ângulos de quem aproveita o ambiente. Desta maneira, o projeto foi assinado por oito mãos: os irmãos Murilo e Danilo Linhares, proprietários da Fitto Design, e os proprietários do café, Ricardo e Michele Zamoner, designer de móveis e esposa do empresário.
Os proprietários da Coffeterie, Ricardo Marques e&nbsp;Michele Zamoner. Foto: divulgação
Os proprietários da Coffeterie, Ricardo Marques e&nbsp;Michele Zamoner. Foto: divulgação
Para o arquiteto Marcos Bertoldi, jurado da categoria de Melhor Ambientação do Prêmio Bom Gourmet 2019, o projeto se destaca por ter uma abordagem leve, despretensiosa e elegante que é rara de se encontrar. “É um trabalho que não se sobrepõe ao prédio original — pelo contrário, sublinha arquitetura existente”, destaca. “É um bom entendimento de como abordar um prédio histórico sem abrir mão da criatividade, que se expressa na dinâmica do layout proposto com uma alternativa de mobiliário que se alterna entre poltronas, cadeiras e banquetas”.
A designer e jurada Regina Bruni concorda, afirmando que o projeto foi muito feliz diante de uma proposta ousada. “Ele tem uma pegada de contemporaneidade aliando o bom design e o artesanato local com materiais sustentáveis resgatando a temática do café bem paranista”, justifica.

A seleção do vencedor

Para compor os indicados à categoria de melhor ambientação, foram selecionados, pela equipe editorial de HAUS e Bom Gourmet, cinco finalistas entre os 32 estabelecimentos gastronômicos abertos em Curitiba entre junho de 2018 e junho de 2019.
Em seguida, o julgamento foi feito por cinco jurados convidados, todos especialistas em arquitetura e design: o artista plástico André Mendes, o arquiteto Marcos Bertoldi, o designer Rodrigo Brenner, a light designer Regina Bruni e a empresária Ticiana Martinez. Na avaliação, foram levados em conta a proposta do ambiente e os elementos escolhidos para compor a ideia. A decisão do corpo de jurados foi unânime.
Confira aqui todos os indicados na categoria Melhor Ambientação do Prêmio Bom Gourmet 2019.

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