Decoração

Bar símbolo da galeria mais famosa de Milão está de cara nova 

Fernanda Massarotto *
09/12/2019 22:12
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Foto: divulgação | STUDIO FOTOGRAFICO

Uma das tradições gastronômicas de Milão é o badalado aperitivo (happy-hour), quando a metrópole italiana deixa o frenesi de lado e mostra seus momentos de prazer em um ritual que acontece todas as noites, período no qual os milaneses se reúnem para relaxar depois de um dia exaustivo de trabalho degustando um Campari. O drinque vermelho, criado em 1867 por Gaspare Campari e que se tornou símbolo de “aperitivo”, foi homenageado pelo filho do fundador da marca, Davide Campari, que desde 1915 fez do Camparino um dos símbolos da Galeria Vittorio Emanuele II, um dos endereços mais tradicionais do coração da cidade.
Com 104 anos de idade, o bar passou por uma verdadeira remodelação nos últimos meses, com projeto assinado pelo não menos conhecido arquiteto milanês Piero Lissoni. “Camparino para mim quer dizer alegria. Quando pequeno, meu avô me levava lá todo os domingos”, lembra ele. “Este é um projeto no qual decidimos interferir muito pouco. Foi mais um trabalho de preservação acompanhado de um toque de modernidade”, descreve.
Foto: divulgação
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Manter não só a história mas também o conceito de confraternização e do ritual em questão levou o arquiteto a optar por restaurar muitos dos móveis e deixar que o estilo existente se sobressaísse ainda mais. Logo na entrada, o Bar di Passo reflete o mesmo esplendor da arquitetura Liberty (art nouveau) com seu mosaico em cores pastel nas paredes, o balcão em madeira e o piso xadrez em mármore de Carrara e mármore vermelho de Verona. “Refizemos somente a iluminação com o intuito de valorizar ainda mais o ambiente”, explica o arquiteto que, para a área externa, decidiu somente pelo restauro das mesas e cadeiras.
Foto: divulgação
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A Sala Spiritello, no andar superior, se revela como o verdadeiro templo da marca de bebidas italiana. Por meio de uma escada com paredes em boiserie (moldura francesa) e de um elevador interno em latão polido se tem acesso ao ambiente fortemente ligado à história da Campari. “Há muito do design anos 1920, década em que o Camparino começou a fazer sucesso. Combinei a esse estilo vintage algumas peças contemporâneas que tornou o espaço perfeito para o público mais velho e também para os jovens”, explica Lissoni, que desenhou um balcão central revestido por espelhos com iluminação interna. A uniformidade arquitetônica é garantida pelo piso em marmorite e pela boiserie em madeira escura que contrastam com as poltronas em veludo e com o poster “Spiritello”, criado em 1921 pelo ilustrador Leonetto Cappiello, que se tornou a imagem icônica da marca Campari.
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No porão, até então usado como depósito, o arquiteto projetou a Sala Gaspare, nome do fundador da Campari. Um espaço reservado e refinado com luminárias de teto e um balcão de madeira destinado para várias tipologias de eventos.
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“Para mim, o Camparino não é só um local para um happy-hour. É mais que um bar. É simplesmente o Camparino”, atesta Piero Lissoni, que não vê a hora de degustar um Shakerato, um clássico Campari com gelo, e um maravilhoso sanduíche do chef Davide Oldani com vista para o Duomo, a catedral de Milão.
*especial de Milão para HAUS

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