Na hora em que você precisa exercer a criatividade ou focar na leitura ou nas atividades profissionais em casa, usar o sofá como escritório e a televisão como som ambiente pode ser uma péssima ideia. Por outro lado, quem utiliza o apartamento como home office pode ficar com a sensação constante de estar sempre trabalhando, mesmo que esteja em seu local de descanso.

Separar um espaço da residência e transformá-lo em um cantinho exclusivo para o estudo ou em um escritório particular pode ser uma forma de aumentar a produtividade e garantir que as atividades profissionais e pessoais não se misturem e que o estudo receba a atenção que merece.

Segundo a arquiteta Natasha Haddad, do escritório MN Interiores, o primeiro passo é avaliar exatamente quais são as necessidades do morador, quais atividades serão desempenhadas e quais equipamentos serão empregados para isso. “Pensar se serão necessários computadores ou se é preciso o uso de algum mobiliário especial, entender que espaço isso vai ocupar, qual a quantidade de papéis e livros que precisam ser acomodados. Junto com os móveis, a organização também deve ser planejada”, detalha.

No apartamento que assinou junto à também arquiteta Mayara Clá, um studio de 40 m², um jovem empresário trabalha de casa com frequência, mas não tem uma sala ou quarto específicos para isso.

“Tivemos que otimizar, pois a necessidade era ter um canto de escritório em um apartamento pequeno. Nestes casos, você tem que contemplar diferentes usos para um mesmo ambiente. O escritório fica junto com a sala, então é preciso misturar sem ficar pesado, sem tirar o aconchego da parte do sofá”, conta a arquiteta.

Assim, uma ala da sala dedicada somente para isso, sem que o usuário seja obrigado a trabalhar sentado no sofá, especificamente, foi a solução. Instalada ao lado da estante, a bancada ainda aproveita a luz natural das janelas.

Natasha explica ainda que o canto de estudo ou trabalho pode trazer referências à profissão, atividade ou hobby que vai ser aplicado ali. No projeto Vila Nova Conceição, as arquitetas aproveitaram a paixão de uma mãe e sua filha pela arte e compuseram um espaço que remete a um estúdio de pintura. “Utilizamos um nicho na parede para inserir uma mesa com cavaletes como pés. A arte se torna um elemento presente e inspirador”.

Segundo ela, a utilização de móveis sob medida é uma forma de melhor aproveitar um cômodo que, em muitos casos é pequeno. “É uma opção inteligente, que faz com que não se perca espaço. Cada vez mais áreas como corredores mais largos e varandas estão sendo adaptados para serem usados como home office”, aponta.

Após avaliar as necessidades que a atividade vai demandar, a arquiteta e designer de interiores Larissa Loh sugere que o morador investigue a melhor localização dentro da residência, pautada em aspectos como a iluminação e a ventilação. “Em primeiro lugar, pode-se privilegiar espaços com entrada de luz natural, mas pensar bem também nas lâmpadas. Pode ser usada uma luminária de mesa ou um foco de luz que evita sombras”, sugere.

Além disso, a movimentação da casa também deve ser levada em consideração. “Na parte de estudos, o quarto é mais interessante pela questão do silêncio, porque ele geralmente é um lugar onde há menos movimentação do que uma sala”, diz.

Para o home office, ela acredita que a sala é mais interessante. “O quarto é muito aconchegante e relaxante, pode atrapalhar a produtividade”.

Independente da instalação, no entanto, organização é essencial. “É importante manter o local bem arrumado, com gaveteiro, prateleiras, nichos, e evitar papel, livros e outros objetos que não estiverem em uso sobre as mesas”.

Na decoração, nada de cores em excesso nem papéis de parede muito chamativos. “Usar plantas na decoração torna o momento mais agradável, a madeira deixa o lugar aconchegante e acolhedor, e você pode usar quadros com frases de incentivo”, diz Larissa.

Ela acrescenta ainda que uma forma de distinguir aquele espaço, para quem quiser fazer uso de cores mais vivas, é pintar uma parede ou uma parte dela, com um tom diferente. “Prefira cores neutras, que não cansam tanto, cinza, madeira, preto, cores não tão vivas. Não se aconselha muito o uso de estampas, pois normalmente não são lugares muito grandes. Então, o ideal é usar uma pintura e papel de parede com textura, não estampa”, completa Natasha.