Decoração

Escritório no topo de arranha-céu brilha com peças de arte e ripas de madeira

Luciane Belin*
10/02/2019 19:00
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Fotos: Nic Lehoux/ Divulgação | NIC LEHOUX

Suspensos entre as nuvens, mas firmemente enraizados em seu entorno, os escritórios executivos da firma de arquitetura Alvisi Kirimoto, com sede em Roma, ocupam todo o 32º andar de um arranha-céu recém-construído no bairro West Loop, Chicago, uma antiga área industrial da cidade norte-americana.
O projeto, desenvolvido em parceria com o estúdio CannonDesign, para acomodar sua sede do escritório na América do Norte e exibir parte de sua coleção de arte, ocupa uma área de 2.600 m², em um prédio de 224 metros de altura, localizado no coração da cidade, às margens do rio Chicago.
A experiência de entrar nas salas é descrita pelos arquitetos Massimo Alvisi e Junko Kirimoto como uma espécie de mergulho na cidade, já que o projeto propõe traduzir as surpresas que a cena artística e cultural de Chicago reserva para quem a visita.
No escritório, o visitante passeia por entre peças de arte contemporânea e oriental, arqueologia, e é surpreendido ocasionalmente por cores fortes ou pelas incomuns alturas duplas de um arranha-céu. “Guiado pelo ritmo apertado das paredes, a luz e os eixos visuais, nosso primeiro instinto foi deixar os cantos livres para manter contato visual constante com a cidade”, relatam os arquitetos por meio de sua assessoria de imprensa.
A entrada principal do edifício está localizada em seu núcleo estrutural, que engloba todos os serviços e instalações. Duas salas opostas são imediatamente visíveis à entrada: de um lado, a área da recepção e, do outro, a sala de jogos, ambas caracterizadas por uma grande janela que liga o visitante às duas faces de Chicago, a urbana e a territorial.
Do lado norte estão funções como a área de recepção, a sala de reuniões, o Jardim de Inverno, as rotas de exposição e a área de restauração, enquanto o lado sul abriga os escritórios privados e algumas áreas comuns.
Os interiores apresentam paredes de madeira natural do chão ao teto, divisórias de vidro e painéis suspensos, que, dependendo das combinações, descrevem as diferentes áreas de trabalho. A grande flexibilidade e transparência dos elementos permite que visitantes e funcionários desfrutem das vistas de tirar o fôlego mesmo nas áreas mais privadas, que são delimitadas por superfícies opacas.
Paredes de madeira, que são desmaterializadas em lâminas verticais para calibrar o grau de privacidade e brilho, caracterizam as principais linhas do projeto. A altura do teto de 3,60 m, incomum para um escritório, permitiu aos profissionais alternarem elementos suspensos, como painéis de tecido, com elementos esculturais.
Entre as surpresas do ambiente está um jardim de inverno, um ambiente multifuncional de dupla altura que representa o coração pulsante do projeto. “O jogo de compressão e suspensão do ambiente culmina no volume do jardim de inverno: um espaço único suspenso no vazio da cidade, um diafragma material e táctil que contém um espaço para música, arte e eventos, bem como para meditação e leitura”.
Dependendo do ponto de vista, a superfície deste espaço, composta por duas filas de ripas de madeira suspensas que não se alinham, enquadra uma divisória de vidro transparente central, que se dissolve ou se torna opaca, gerando múltiplas perspectivas e acendendo uma interessante jogo de luzes e sombras.
Semelhante a uma caixa de luz, o ambiente permite que a iluminação seja direcionada através de um sistema de cortinas duplas de escurecimento e filtragem.
A sala é completada por uma escultura suspensa de bambu do artista japonês Ueno Masao e uma mesa desenhada por Junko Kirimoto, com um acabamento de laca japonesa.
O espaço tem um toque oriental e proporções sabiamente medidas, de acordo com as sensibilidades italiana e japonesa que dão vida ao estúdio Alvisi Kirimoto.
Todos os aspectos do projeto foram cuidadosamente adaptados e harmonizados, desde móveis personalizados, como as estações de trabalho e mesas da lanchonete, até a disposição e escolha da gradação das luzes.
O uso da cor é ponderado: às vezes, dá serenidade, em outras, extrai espaço ou define uma função. As cores variam do laranja brilhante do teto da sala de jogos e dos painéis suspensos nos escritórios, até o vermelho intenso dos painéis em contraste com as paredes cinzentas da área do restaurante, da ferrugem suave do papel de parede japonês na entrada, até a regeneração branco do espaço da estação de trabalho aberta.
Por último, a arte desempenha um papel fundamental no projeto: os escritórios abrigam uma exposição holística de mais de 1.000 m², dedicada a algumas das peças da coleção do cliente, em uma sucessão de espaços.

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*Especial para Haus

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