Integrar ambientes pode ir muito além do que simplesmente derrubar uma parede. Para valorizar a vista de um apartamento de 167,56 m² localizado no icônico edifício Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, o arquiteto Marlon Gama alterou boa parte do programa e priorizou as áreas sociais do imóvel.

Assim, o que antes era a cozinha se transformou na sala de jantar e o antigo terceiro quarto do apartamento deu lugar à nova cozinha, completamente aberta à área social, como era o desejo do jovem casal de moradores, que pediu por um amplo espaço para receber amigos.

"Antes, a melhor vista era a das áreas de serviço, incluindo a cozinha. Agora, ela atravessa o apartamento de um lado a outro, com vista da frente e do fundo pela área social", acrescenta Gama.

Outra mudança estrutural envolveu a expansão da área da sacada, realizada por meio do recuo da porta e de uma pequena redução da sala de estar. "A estrutura da edificação comportou todas essas mudanças", conta o arquiteto.

A mescla do clássico com o contemporâneo, característica que marca o trabalho de Gama, aparece dos acabamentos à decoração dos ambientes.

O piso de toda a área social, por exemplo, é revestido em mármore travertino romano bruto. A pedra aparece, também, na bancada do lavabo e no banheiro da suíte, revestido em marrom imperial. Os demais espaços íntimos, por sua vez, contam com piso em madeira.

Nas paredes, a paginação clássica é garantida pelas boiseries, elemento apreciado pelo casal de moradores, que se contrapõe ao mobiliário contemporâneo e a peças de ícones do design nacional, como Sérgio Rodrigues e Carlos Motta.

O mesmo mix também está presente na coleção de arte que ocupa quase todos os espaços e traz trabalhos em pintura e escultura de artistas como Cruz Dias, Paulo Darze e Lúcio Carvalho.

"O casal já tinha algumas peças, eles são apaixonados por arte, assim com eu, então demos continuidade à coleção deles", conclui o arquiteto. Foram necessários seis meses de obra para a execução da reforma.