Arquitetura

Decoração

Mostra de decoração em Curitiba traz reflexão sobre o que é essencial para morar bem

Bruno Gabriel, especial para HAUS
05/10/2020 19:30
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Ambiente de Samara Barbosa conta com integração entre área verde e espaço de convivência, uma das apostas dos projetos da mostra deste ano | Marco Antonio/Divulgação

A necessidade de ficar mais tempo dentro de casa em 2020 trouxe para a Mostra Artefacto Curitiba deste ano uma reflexão diferente: afinal, o que é considerado fundamental para morar bem? A mostra, que está aberta desde a última sexta-feira (2) dentro da loja da marca na capital paranaense, traz 20 ambientes assinados por 29 arquitetos, todos inegavelmente influenciados pelos efeitos da pandemia e buscando em seus projetos a reconexão com o que importa de verdade.
Para interpretar a casa contemporânea e os novos hábitos de consumo, os projetos desenvolvidos pelos arquitetos convidados acumulam pontos em comum, como a tentativa de trazer mais racionalidade quanto ao uso de recursos naturais. Outro ponto observado é a inserção da arte como elemento de refúgio e reflexão.
Para a criação das novas peças que são apresentadas na mostra deste ano e integram o mobiliário dos ambientes desenvolvidos, a Artefacto convidou a arquiteta Patricia Anastassiadis, que buscou como ponto de partida o trabalho com as formas elementares. “O ângulo reto é uma invenção humana, não existe na natureza. Por isso, buscamos uma relação mais direta com o corpo, a curvatura a anatomia, o que proporciona uma relação de afeto”, diz.
Como forma de aliar a força de seu traçado ao tema da mostra, Patricia sugeriu que fossem trazidos para a coleção o que chama de moods, ou seja, os humores pelos quais cada um expressa suas referências e momentos. Esses moods se dividem em Japan-Ness, ARP e Food for Thought.
O primeiro deles, Japan-Ness, surge com a ideia de simplicidade, elegância e conforto. A intenção é resgatar traços limpos e de linhas puras, trazendo fundamentos do minimalismo japonês e de seu trabalho com modularidade e movimento. Para explorar o segundo mood, ARP, Patricia bebeu na fonte do abstracionismo alemão do século 20, fazendo uma homenagem ao artista Jean Arp, reconhecido pela organicidade das formas e padronagens livres. Como resultado desse processo, a ergonomia e a funcionalidade das peças. Já no último mood norteador, a arquiteta buscou promover uma reconexão entre o ser humano e suas origens ancestrais, com a ideia de “alimento para a mente”. Nesse contexto, forma, função e emoção aparecem como aquilo que é fundamental para se ative o campo sensorial.
A mostra tem visitação gratuita de segunda a sexta-feira, das 10 horas às 19 horas, e sábado, das 10 horas às 14 horas, na Rua Comendador Araújo, 672. Para aguçar ainda mais a curiosidade sobre os ambientes e novos produtos da loja, a HAUS mostra cada um dos 20 ambientes.

Ana Sikorski, Kátia Azevedo e Flavia Glanert

Para a segunda participação na mostra, as parceiras do
escritório Moca Arquitetura ficaram responsáveis pela criação de algo inédito:
a primeira loja da Artefacto Home em Curitiba, espaço desenvolvido para receber
o acervo de decoração da marca. “Nosso primeiro pensamento foi: como trazer para
o ambiente a essência dos produtos de uma maneira com que tudo combine?”, diz
Flavia Glanert.
A solução foi a criação de um plano de fundo suave e
harmônico, com nichos moldados na própria parede em formatos orgânicos. A
essência mediterrânea também está presente, priorizando tons naturais e
terrosos. “Os objetos e móveis estão inseridos no layout para que o atendimento
seja funcional. Também buscamos trabalhar com materiais mais naturais para que
os objetos sobressaíssem”, completa Ana Sikorski. A arquiteta ainda chama a
atenção para a integração de alguns dos objetos da marca à marcenaria e aos
móveis. Uma das bandejas, por exemplo, aparece como prateleira.
Outro ponto que mereceu atenção, segundo o trio, foi a
necessidade de proporcionar dinamismo para o fluxo dos objetos, considerando
que eles serão vendidos. “O ambiente não poderia estar engessado, pois a loja e
os produtos vão mudar. O cliente precisa perceber a inovação proposta”, completa
Ana.

André Bertoluci

O loft de 92 m² com base branca é o ponto de partida para a
criação de André Bertoluci para a mostra deste ano. Em um espaço com pé direito
alto e treliças de madeira branca aparentes, o arquiteto propõe um ambiente
amplo e clean para jantar, receber amigos ou relaxar. “As pessoas estão buscando
ambientes mais integrados, claros e limpos, com menos mobiliário. Principalmente
agora que estão presas dentro de casa e precisam respirar”, justifica.
O living é emoldurado por dois sofás de linho preto, que por suas formas curvas e fluidas, trazem simetria e equilíbrio ao ambiente, que também conta com uma lareira alta e duas grandiosas mesas de espelho. Na parte do quarto, o mobiliário com tons chumbo, cinza e preto ganham destaque em meio à iluminação natural e os tons claros do espaço. A sensação de acolhimento também aparece por conta da vista para o jardim interno e a inserção de obras de arte e quadros em diversas composições.

Caroline Andrusko

As diferentes possibilidades de uso para um mesmo ambiente
são o ponto alto da suíte master luxo desenvolvida por Caroline Andrusko para a
Mostra Artefacto 2020. “Eu quis criar um conceito diferente. Projetei espaços
para que o morador tenha atmosferas para dormir, relaxar, estar, trabalhar,
meditar. E tudo isso sem se sentir enclausurado”, explica.
Para Caroline, a fase mais reclusa pela qual passamos está trazendo mudanças que estão vindo para ficar, como é o caso do home office. Por isso, sua proposta busca inserir um ambiente setorizado que seja agradável e com a presença de natureza, luz natural e cor. Os tons claros são predominantes no projeto, que tem mobiliário com revestimentos naturais e suaves ao toque, como linho, camurça e couro. “Também há o metal, que tem um tom quente e aquece o espaço”, diz. As obras de arte de Ryan Hyrz dão o toque de personalidade ao ambiente.

Cymara e Camila Largura e Jacy Ebrahim

A família, seja ela de sangue ou de coração, foi a essência para
a criação do espaço de 110 m² de Cymara e Camila Largura e Jacy Ebrahim. Capaz
de encher os olhos do visitante, o ambiente multiuso é projetado em cores
claras e utiliza materiais naturais, como linho, camurça e fibras, para
misturar texturas dentro de um tom sobre tom.
Com amplas áreas de convivência, o espaço conta com uma área de home theater, outra de home office, e uma adega, projetada por Cymara. “Buscamos atender todas as necessidades, respeitando o fato de que as pessoas estão mais voltadas para o lar, para o conforto”, conta a arquiteta. O mobiliário traz o balanço Apuí, assinado por Sérgio Mattos, e a mesa La La Land, que pode servir tanto para o jantar, como para o bilhar.

Deborah Nicolau

Em sua primeira composição para a Mostra Artefacto, Deborah Nicolau aposta em uma sala de jantar com estar e lareira, ambiente que junta intimidade e funcionalidade, mas se destaca principalmente pela forte personalidade. “Trouxe a ideia da integração, de poder estar no jantar e depois sentar para conversar, contemplar e receber”, conta.
Com pouca luz natural, a designer de interiores preferiu
investir na iluminação da pedra para valorizar o sofisticado mobiliário e
garantir o conforto. O pé direito alto, por sua vez, serviu para o uso efetivo
dos espelhos. A mesa de jantar Halston, com cinco camadas de verniz e polimento
em cima da madeira, garante o brilho e a resistência a riscos e impactos.

Elaine Zanon e Claudia Machado

Leveza e sutilidade são as palavras que definem o ambiente
projetado por Elaine Zanon e Claudia Machado. Com o intuito de trabalhar a
reconexão com a espiritualidade, a luz natural é a escolha para iluminar as
peças de design limpo e revestimento natural. “Entramos inteiramente na ideia
do que é essencial, nos reconectamos com tons claros e na essência do branco
para trazer o que conecta”, conta Claudia.
A designer ainda relata que a base essencial foi partir do resgate da cultura de quem usa a casa. “É preciso existir conexão com a sensação, com a arte, com o ser. E é essa interiorização que o ambiente branco proporciona. Menos é mais e melhor”, garante. O espaço também conta com a mesa Milpa, com tampo retirado de uma fatia de árvore inteira, e com uma escultura suspensa sobre a cabeceira da cama, feita exclusivamente para traduzir a leveza que o ambiente causa em quem o acessa.

Eliza Schuchovski

Com a proposta de “mudar a nossa casa para mudar a nossa
vida”, Eliza Schuchovski chega à Mostra Artefacto deste ano trazendo um resgate
ao que considera essencial. “Busquei um espaço que incentive viver de uma
maneira mais plena, livre de excessos, leve, com materiais naturais”, diz.
Em seu loft com ampas e integradas áreas de convivência, a
arquiteta apresenta elementos autênticos, como o painel de madeira freijó e o
tapete, sempre trabalhando com a ideia de linhas ortogonais. “Também buscamos
nas cores claras a leveza que o ambiente precisa para um momento como esse”,
afirma. A mistura de materiais e cores influenciam positivamente a valorização
da brasilidade do espaço, como é o caso das mesas de centro, que em composição,
garantem movimento e fluidez à criação de Eliza.

Ivan Wodzinsky

Responsável pelo desenvolvimento do anexo construído para a
mostra do ano passado, o arquiteto Ivan Wodzinksky volta a trazer suas ideias
para a área, com novos paisagismo e proposta de mobiliário. “Quero dar novas
funções para esse espaço. Se no ano passado era uma sala de jantar com cozinha,
agora serve como um spa na varanda”, sugere.
A ampla varanda aberta de Ivan traz em seus quase 100 m² um
espaço de ligação visual com o público que passa em frente à loja. Para isso, a
predominância da madeira, brilhos e reflexos das peças da linha Beach &
Country se juntam ao jardim composto de diferentes tipos de verde. “Com
conforto e elegância, o espaço traz a possibilidade de contemplação, de estar
na cidade, mas de outra maneira”, garante o arquiteto. Entre os destaques do
mobiliário, o uso de um balanço assinado pelo designer Sérgio Mattos, inspirado
na cultura indígena brasileira.
Ivan também explica que para se relacionar com o tema da
mostra deste ano, procurou buscar o que é essencial para trazer conforto e paz de
espírito. “As pessoas estão precisando se sentir bem. Quero que ela
cheguem e vejam um espaço claro e com natureza. Por isso, a opção por cores
claras e neutras: o branco, o cru, o caramelo, o bege”, expõe. Os tecidos
utilizados para revestir os móveis fazem parte da nova coleção e receberam
tratamento para suportar qualquer tipo de clima na área externa.

Jayme Bernardo e Glei Tomazi

Para os veteranos na mostra Jayme Bernardo e Glei Tomazi, o
momento de pandemia foi visto como ideal para que saíssem do lugar comum e
explorassem mais a sensibilidade dentro do projeto. “Partimos do que estamos vivendo
para criar um espaço residencial, mas que contasse com muita luz. Para isso, seguimos
a tendência do orgânico, com um tom de descontração”, conta Jayme. O resultado
é um ambiente que integra living a uma adega climatizada envidraçada e o lounge.
No espaçoso living, os tapetes com traçados lineares
inspirados no artista Carlos Eduardo Zimmermann aparecem junto de obras de arte
e objetos do acervo pessoal dos projetistas. O objetivo é mostrar que para
morar bem, o importante é respeitar a própria personalidade. “O essencial é ter
conforto, fazer boas escolhas, apreciar arte, ter bons quadros na parede, estar
envolvido com tudo que te agrada”, diz Jayme.
O espaço também conta com algumas soluções diferentes das
habitualmente utilizadas. “Normalmente, colocamos o sofá contra a parede. Dessa
vez, optamos por explorar a ideia de organicidade e mostrar a parte de trás da
peça. Com isso, o ambiente cresceu”, expõe. O mesmo acontece com as sofisticadas
cadeiras revestidas em camurça instaladas no lounge, que também conta com uma
mesa de centro com o tampo de espelho.

Jocymara Nicolau e Andréa Posonski

Em sua 13ª colaboração para a mostra, o duo Jocymara Nicolau
e Andréa Posonski traz um loft integrado e composto por estar, jantar e quarto.
O espaço fluido e clean de 65 m² busca na inserção de poucos elementos o sentimento
de paz e relaxamento para quem o visita. “É um lugar para a pessoa olhar para
dentro dela mesma, se conectar com o interior”, sugere Andréa Posonski.
Para garantir essa reflexão, o pé direito foi elevado e foi criada uma instalação no teto, que permite a entrada de luz natural. As paredes com poucos elementos valorizam as peças utilizadas. “Buscamos a leveza e a delicadeza em tudo o que colocamos aqui, inclusive nas obras de arte. A sensação é de mais vazio do que cheio. Tudo pode ser vislumbrado de longe”, conta Jocymara.
Por conta disso, a escolha das peças que integram o espaço foi muito cuidadosa e com atenção às texturas. É o caso das mesas de cabeceira, leves e funcionais, e também da cabeceira, com fibra natural em sua composição.

Jorge Elmor

“O essencial é invisível aos olhos”. É citando Antoine Saint-Exupéry que o arquiteto Jorge Elmor define a criação de seu ambiente para a mostra. Para ele, a ideia de morar bem está diretamente relacionada a quanto esse espaço proporciona sensações, momentos, alegrias e conversas. “Durante a pandemia, pensamos no que realmente importa no nosso dia a dia”, conta. Partindo desse princípio, o arquiteto trouxe o minimalismo como peça fundamental do ambiente, que se despe de excessos para trazer menos informação.
Um dos elementos que pode ser tomado como exemplo é a repetição de materiais. "Usamos a mesma madeira para revestir piso, paredes e forro, criando uma atmosfera com temperatura que permite se sentir acolhido”, relata Jorge. Ele ainda cita o mobiliário como sendo um elemento pensado para relaxar e contemplar o espaço externo. O uso de tons pasteis, suaves e neutros, pontuados por toques leves de cor, tem o tom certo dado pelas luminárias, utilizadas de modo a promover leveza e conforto em sua composição.

Juliana Meda

O projeto de Juliana Meda para a mostra deste ano surgiu
como resposta ao principal sentimento da arquiteta durante o período de
isolamento social. “O que tenho sentido mais é a falta das pessoas, do abraço,
da amizade, de estar livre. Percebi que o essencial nesse momento é o retorno à
vida, encontrar o nosso eu”, relata. Para isso, Juliana optou por desenvolver um
ambiente que sugere convivência e integração com a natureza, proporcionando a
conexão com as origens. Nas cores, terracota, cinza e laranja remetem aos
elementos naturais.
“Trouxe alguns elementos bem brasileiros, além de investir
no paisagismo, nas plantas”, explica.  Mas
talvez a mais clara alusão à conexão proposta pela arquiteta apareça na
inserção de diversos bonecos de cerâmica de Caruaru, colocados juntos, como se representando
uma comunidade aglomerada.
Integrado por área de estar, contemplação, lazer e
convivência, o espaço traz como destaque o buffet Kep, móvel multifuncional com
acabamento em couro, que além de gaveta refrigerada, disponibiliza o uso de
tomadas e espaços USB em seu interior.

Larissa Lóh

Estreante na mostra, a arquiteta Larissa Lóh buscou em seu processo criativo a retomada do sentido primitivo de morar. “Quis trazer um conceito forte. E para isso, me inspirei no que eu considero essencial: ter bons momentos em ambientes em que nos sentimos bem, acolhidos e seguros”, conta.
A arquiteta explica que para a criação, procurou se reconectar com memórias afetivas e buscou a arquitetura vernacular, que remete à utilização de materiais mais próximos. “Envolvi essas técnicas que vêm desde os antepassados, aquilo que passa de geração em geração e se utiliza de materiais orgânicos disponíveis na região”, diz. O resultado desse estudo aparece nas texturas com base em pedras e madeiras naturais e na paleta de cores, que transita entre tons terrosos, rosados, amadeirados e neutros.
No mobiliário, tecidos com texturas confortáveis e toque macio dão o tom do espaço. Um dos destaques é a escrivaninha assinada por Ronald Sasson, de design elegante e leve, que cria a permeabilidade com a área verde. “A conexão com a natureza também é um ponto essencial para o ser humano. Então, deixei o jardim bem aberto, promovendo conexão com o espaço interno”, afirma Larissa.

Margit Soares

O grande living proposto por Margit Soares é o espaço ideal para
estar com a família e os amigos. Com pé direito duplo e em frente ao
paisagismo, a opção foi inserir poucos elementos no mobiliário para trabalhar
com peças de maior volume e presença.
No ambiente, a bela luminária e a combinação de mesas de centro se juntam a largas poltronas, em versão mais baixa, propondo plena harmonia com a composição dos módulos e puffs. Nessa dinâmica proposta por Margit, o sofá é usado de modo a abraçar o ambiente. A paleta de cores, por sua vez, é neutra na base, evitando a saturação de cores, no intuito de incentivar a boa convivência. A profissional define seu projeto como “clean, confortável, neutro e atemporal.”

Priscilla Mueller

Participante da mostra pela décima vez, Priscilla Mueller vê
o tema deste ano como ideal para o momento em que vivemos. No espaço de 90 m²,
a proposta é de lounge com áreas para living e jantar. “O essencial para morar
bem é ter um ambiente que te acolha e sirva de refúgio, que é como estamos
vendo nossas casas hoje”, aponta.
Para alcançar o intuito de transformar o ambiente em um espaço acolhedor e harmônico, a escolha foi a mistura de tons mais quentes do bege com o cinza e o neutro, assim como o uso da simetria. Para Priscilla, um espaço de convivência familiar precisa ser prático e agradável, além de confortável para os usuários. O destaque do mobiliário fica por conta da mesa de centro com linhas sinuosas e textura de mármore nero, inspirada no pintor Modigliani.

Renan Mutao, Ary Polis e Bianca Moraes

Em seu primeiro ano na mostra, a aposta do trio Ary Polis,
Bianca Moraes e Renan Mutao é de um sofisticado living com bar. Com o intuito
de atender tanto a um público mais jovem quanto ao mais conservador, o espaço busca
em itens como o painel os traços clássicos, mesclando-os com móveis mais retos
e de superfície espelhada, que trazem o ar de modernidade. “O mármore traz a
sofisticação do espaço, passeando pelo dourado e pelo preto, tudo para
equilibrar pontos de luz e sombra”, conta Ary.
A proposta do trio foi agregar conforto por meio de uma cartela de cores mais neutra e o trabalho com texturas. “Utilizamos de cinzas a beges suaves, mas para trazer força e vibração, veio o azul ultramar, cor pontual escolhida para passear por todo o ambiente”, diz Renan. Quanto à textura, desde o papel de parede no teto até a escolha do tapete, a intenção é criar a sensação de um abraço.
Renan explica que o trio quis, ainda, imprimir traços da personalidade ao projeto, trazendo peças de valor afetivo e que trouxessem histórias para o ambiente. O resultado é um espaço com originalidade nas composições. “No mobiliário, o sofá em couro neblina foi nossa primeira paixão, pois tem traços arquitetônicos incríveis”, completa.

Samara Barbosa

A composição proposta por Samara Barbosa para o ambiente de
45 m² mescla jantar e lounge dentro do conceito que ela mesma define como “novo
normal”. “É um espaço para reunir família e amigos íntimos, já que nos últimos
meses passamos a dar o verdadeiro valor às nossas casas”, reflete. Trazendo ares
de contemporaneidade e fugindo de cores tradicionais, Samara optou por
escurecer o mobiliário e trazer uma marcenaria mais impactante, que inclui o uso
abundante de madeira.
O sofá é um dos destaques do projeto, sendo definido pela arquiteta como uma peça curinga.  “Ele está disposto de modo a permitir uma flexibilidade para integrar as áreas de jantar e lounge”, revela. Outro ponto definido como essencial por Samara é a utilização da área verde, que dá um toque de natureza para dentro do ambiente. “No contexto atual, as pessoas notaram que isso faz diferença para vivermos melhor”, garante, também indicando as peças de arte como sendo as responsáveis por dar o toque final e valorizar o espaço como um todo.

Suelen Parizotto

A proposta de Suelen Parizotto para o loft de 70 m² é a
integração, num ambiente com quarto, living, sala de jantar e adega climatizada
para 400 garrafas. “Foquei no tema do que é essencial para viver porque ele
causa identificação, afinal, estamos todos passando por isso. Queremos estar em
casa, com equilíbrio, com ergonomia nos ambientes e texturas que tragam
conforto”, garante.
Suelen buscou na iluminação e nos elementos naturais a chave
para trazer o aconchego para seu projeto. Para isso, a arquiteta criou brises que
mantem a entrada de luz natural, ao mesmo tempo que permite que o morador
enxergue as árvores do lado de fora. Para garantir a sofisticação, foi
escolhido o acabamento mate, que aparece nos vidros mais opacos, mas também nas
microtexturas e nos móveis.
No mobiliário, o sofá com pegada lounge é mais baixo e permite
que todo o ambiente integrado seja contemplado. Já a mesa de jantar possui
cristal acidato italiano, que além de elegância e do branco puro, traz um toque
aveludado na superfície.

Talita Nogueira

A conexão entre a pessoa e a casa é o elemento principal para a criação de um projeto, segundo Talita Nogueira. Por esse motivo, a arquiteta trouxe para a mostra deste ano um ambiente em que busca a escolha certa de cores, texturas e formas. “Ambientes equilibrados nos dão a sensação de pertencimento e criam uma conexão de afeto com o espaço em que vivemos”, explica.
Para chegar a esse equilíbrio, Talita buscou três elementos norteadores para o ambiente apresentado: natureza, conforto e arte. O primeiro deles, a natureza, aparece não só na integração da parte interna com o jardim, como também na incidência dos raios solares, que invadem o espaço em tonalidades amarelas. A arte, por sua vez, surge nas paredes e sobre as mesas, ora com características ousadas, ora com simplicidade e leveza. Por fim, o mobiliário é o responsável por garantir o conforto, como é o caso do sofá com encostos retráteis.  “Cada cliente tem uma leitura do espaço e tem uma maneira que se sente melhor. É nisso que precisamos pensar”, finaliza a arquiteta.

Viviane Loyola

Na proposta de loft de Viviane Loyola, a integração de sala de jantar, estar e quarto é feita para garantir o equilíbrio, palavra que, segundo ela, define o essencial na vida. Para isso, um mix de materiais aparece como forma de garantir diferentes sensações aos visitantes. Enquanto a madeira é usada para aquecer, o mármore surge para trazer o requinte. As paredes revestidas em espelho, por sua vez, trazem leveza e reflexão para o espaço.
“O sofisticado está presente no cinza, no mobiliário e na marcenaria bem trabalhada. Equilibrei isso com o uso da madeira, dos tons terrosos. Os elementos vibrantes ainda trazem alegria ao espaço, enquanto o verde traz a natureza”, conta a arquiteta. Ela ainda destaca a iluminação e o uso de peças amplas como fundamentais. É o caso da mesa de jantar Halston, que tem a estrutura metálica com desenho diferenciado valorizada. “O tampo esguio dá um ar contemporâneo ao ambiente, enquanto a madeira de lâmina natural traz aconchego ao espaço”, finaliza Viviane.

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