Festas no pós-pandemia

Decoração

Da decoração à recepção, qual é o real sentido das novas comemorações

Marcos Soares*
17/07/2020 17:47
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Um dos party designers mais celebrados de Curitiba, Marcos Soares ajuda a entender o real sentido das novas comemorações. Foto: Pablo Vaz/Divulgação

De grandes festas à singularidade de uma comemoração. Diante de tantas reflexões que a pandemia da Covid-19 trouxe ao mundo, veio à tona um novo pensar sobre o significado e a importância das comemorações em meio a um “novo normal”.
Comemorar não é mais sinônimo de grandes eventos, agora seu sentido tornou-se preciso. Do latim "commemoratione", a palavra “comemoração” ligada ao verbo "memorare", que significa lembrar, é trazer à memória algo ou alguém para celebrar. Porém, na etimologia da palavra está presente a raiz latina "comes", que amplia seu sentido e traz o “companheiro” para completar o significado. Ou seja, a comemoração tem seu sentido completo com alguém. É uma ação que convoca e necessita da presença de um outro.
Foto: Pablo Vaz/Divulgação
Foto: Pablo Vaz/Divulgação
E diante de uma nova realidade, como trazer o outro para perto? Mesmo em um “novo normal”, o calendário continua e as datas comemorativas não deixaram de existir – elas continuam presentes para serem celebradas. O que seria de nós sem noivados, casamentos, aniversários, Dia dos Namorados, Dia dos Pais? O que seriam das lembranças de momentos tão especiais? Vazios?
O que muda não são as existências de tais datas e celebrações, mas sim a nova forma de enxergá-las e comemorá-las. Principalmente nesse momento é mais do que importante celebrar aquilo que a própria pandemia nos mostrou: o valor dos relacionamentos, da família e dos amigos e as lembranças que a vida nos permite ter ao lado dessas pessoas. Afinal, são elas e os relacionamentos que fazem a vida ficar mais leve.
Foto: Pablo Vaz/Divulgação
Foto: Pablo Vaz/Divulgação
É um momento sim de ter a emoção dentro de casa e proporcionar momentos com quem amamos. Os sentimentos não podem ser deixados de lado. É preciso comemorar, inclusive, a saúde, o bem mais valioso que foi escancarado aos nossos olhos com a disseminação de um vírus invisível.
Diante de tão nova realidade, voltei-me ao início de toda a minha história e me questionei: como tornar essas comemorações tão especiais e valiosas ainda realidade? Como transformá-las com tamanha segurança e conforto, para que ainda sejam possíveis de serem realizadas? A resposta está na valorização das comemorações mais intimistas e reservadas.
Nenhuma data comemorativa precisa ser deixada de lado. Ela precisa apenas ser reinventada no que tange a forma de comemorá-la. Um aniversário, por exemplo, é uma data mágica e única que se repete uma vez ao ano e abre o novo ano de cada um. A comemoração do aniversário pode vir com tudo o que o aniversariante realmente gosta: a flor, a música, a gastronomia, as cores e as pessoas que estão dentro do seu coração.
Foto: Pablo Vaz/Divulgação
Foto: Pablo Vaz/Divulgação
O momento atual abre uma sensibilidade conjunta muito grande. A vida estava ficando muito banal. A quantidade de eventos e celebrações acabaram dando espaço a desvalorização. As pessoas reclamavam por ter mais um evento e mais uma festa para ir. Hoje, as pessoas sentem saudades dos convites.
Quando tudo isso acabar, acredito que esses momentos serão ainda mais valorizados. As pessoas se sentirão valorizados por um único convite. A alegria voltará com novo e real sentido para dentro dos corações. Com certeza, será o sentimento mais latente, o de se “sentir especial” quando o convite chegar as portas de casa ou nas telas dos celulares.
*Marcos Soares é designer de interiores e party designer há 23 anos em Curitiba, e está à frente do MS Eventos.

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