Decoração

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Relíquias do século 20 e peças de diferentes países compõem apartamento de 180 m²

Daliane Nogueira
08/07/2020 11:00
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O apartamento projetado por Isabella Nalon abriga as paixões do morador por livros, viagens e peças de afeto. | Julia Herman / Divulgação

Um morador é fã inveterado de viagens, livros e coleções e faz questão de contemplar essas paixões no ambiente doméstico. A arquiteta Isabella Nalon trabalhou a partir disso no desenvolvimento deste projeto de interiores para um apartamento de 180 m². “Todo o projeto foi pensado e executado de forma a compor com os objetos trazidos de viagens e de heranças familiares”, conta a profissional.
Tudo começou pelo pedido principal do morador, um advogado de 40 anos: abrigar seus dois mil livros e suas coleções. Assim, o ponto de partida foi a estante de laca branca que percorre, de ponta a ponta, a integração entre as salas de TV, estar e escritório. Compreendendo o espaço entre piso e teto, a organização seguiu uma padronização: na parte do home office, os exemplares sobre direito e outros conteúdos relacionados ao trabalho. Na sequência, o espaço foi preenchido por romances, biografias e livros de viagens intercalados com objetos de decoração.
Tendo essa definição, Isabella seguiu adiante para pensar na harmonização dos outros ambientes. Para a melhor circulação entre os cômodos, foram promovidas alterações pontuais na planta original com a demolição do quarto de serviço que deu espaço para a instalação do escritório, que por sua vez foi integrado com as salas. “A fluidez contribui para esse prazer do estar em casa, que por sua vez atua diretamente na qualidade de vida”, explica.
O
charme do apartamento tem início no hall de entrada, onde foram
posicionadas nas paredes diversas pequenas carrancas de deuses gregos
e romanos que foram trazidas da Sicília, além de um espelho francês
– uma belíssima peça de antiguidade.
Ao lado do item, uma plaquinha com os dizeres “Buen Camino” (bom caminho), conquistada durante o caminho de Santiago de Compostela percorrido de bicicleta. O objeto transmite boas energias.
Na área da TV há um telefone antigo de parede do início do século 20 decorando uma das paredes. No mesmo ambiente há, ainda, uma carranca dos índios do Ushuaia, na Argentina, e um escudo africano da tribo Zulu.
Ao
lado da mesa de trabalho, uma gallery wall homenageia um de seus
hobbies: carros clássicos. Uma bicicleta, relíquia da época da 2ª
Guerra Mundial, completa esse lado do décor. E
assim, em cada ponto do apartamento há peças
recolhidas durante os anos e guardadas com carinho.
Toda essa ambientação afetiva foi misturada com um mobiliário moderno e pensado para o uso diário. O tapete geométrico trouxe movimento à sala, que foi mobiliada com tons neutros. O rack azul complementa e traz um ponto de cor a decoração.
O estar ganhou móveis de designers brasileiros, como as poltronas assinadas por Fernando Jaeger, que realizou um mix com a mesa de centro de madeira, que também engloba o acervo familiar.
Para as refeições diárias, uma solução prática e criativa: a mesa principal para café da manhã, almoço e jantar ficou na varanda gourmet.
No
ambiente foi usado revestimento em madeira de demolição em uma das
paredes e na churrasqueira. A antiga cristaleira e o piso de
porcelanato, que remete ao ladrilho hidráulico, contribuem para
manter um ambiente mais despojado.
Um
contraponto para a varanda é a sala de jantar, que ostenta um lustre
de cristal Baccarat e uma ampla mesa de vidro. A arquiteta elegeu o
antigo carrinho de aeronaves da Varig para servir como apoio de bar.
No lavabo, destaque para a bancada revestida com pastilhas de madrepérola e para o espelho veneziano.
A cozinha, um dos únicos cômodos que não recebeu uma reforma completa, ganhou apenas alguns toques especiais. “Como o cliente é apaixonado pelo Rio de Janeiro, escolhemos por fazer uma brincadeira na parede, com azulejos que remetem ao calçadão da praia de Copacabana”, conta a profissional.
A área íntima, revestida com piso vinílico, destaca o estilo de decoração vintage com toques de modernidade. O primeiro elemento que chama a atenção é o adesivo de parede com desenho de um mapa antigo.
O lado esquerdo da cama recebeu um pequeno escritório que transporta a outras épocas: a escrivaninha com ares de antiguidade e uma cadeira que pertenceu ao Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. No outro canto do dormitório, a cômoda, também familiar, inicia um novo capítulo em sua exuberante jornada.

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