Decoração

Três formas de mudar a cara do sofá trocando apenas os acessórios

Luan Galani
17/01/2020 21:15
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Fotos: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Não raramente o sofá assume o papel de estrela principal das salas de estar. E, embora tamanho, cor e design da peça possam limitar certas escolhas de estilo da decoração, a chave está no restante da composição, que vai garantir a personalidade final do cômodo. Com exceção de alguns poucos sofás que têm uma linguagem muito forte ou um design tendencioso para um estilo em particular, a peça não deve determinar a cara do projeto.
Para exercitar isso, a HAUS convidou profissionais de arquitetura, decoração e design de interiores para ambientarem um mesmo sofá – o Less, um clássico do estudiobola – em três leituras: conceitual urbano, contemporâneo e clássico contemporâneo. As ambientações foram feitas na Inove com produtos da loja.
A peça em destaque tem assinatura do ateliê de design, reconhecido como um dos mais expressivos em todo país por seus desenhos autorais, simples e elegantes. O sofá é baixo, com proporções contemporâneas e horizontais que “abraçam” a pessoa que senta. Sua base de metal faz claras referências à arquitetura, com pés que lembram vigas e pilares, e o estofado é de lona, representando a estética do novo degastado, que chega a ser “tão confortável quanto uma roupa usada”, como descrevem os próprios criadores da peça, os arquitetos paulistas Flávio Borsato e Maurício Lamosa.

Contemporâneo

Tirando partido da cor do sofá, o arquiteto Zeh Pantarolli e o designer Diego Miranda, do Estúdio Pantarolli Miranda, criaram um estar contemporâneo e lúdico, com direito a alguns arroubos clássicos. Na cartela de cores, predomínio de tons nude e rosa. “Se você optar por uma peça com um desenho mais contemporâneo e que permita diferentes leituras, como é o caso, a melhor dica é explorar alguma característica do sofá e trabalhar o resto da decoração em cima disso”, aconselham.
O toque divertido ficou por conta da banqueta de cortiça e dos bonecos de madeira, ambos da Vitra, na Inove Galeria, do barril de Gleidson Silvério Luxury Decorations , que atua como mesa de apoio, e do anão rosa, de acervo pessoal.

Conceitual urbano

O Estúdio Campetti, integrado pelos arquitetos Marcia Campetti e Tiago Campetti, mergulhou de cabeça no conceito do sofá . Eles entraram em contato com o estudiobola e descobriram que os criadores do Less gostariam de ver o artista plástico brasileiro Candido Portinari (1903-1962) sentado no sofá.
Providenciaram uma foto em tamanho real do artista e conceberam um living despojado com uma forte pegada urbana. Junto com a mesa de centro poliédrica laranja assinada por Guilherme Torres , da Inove Galeria, a tela do artista plástico Celestino Dimas traz a impressão de invasão de elementos da cidade no estar. “A cidade é como um centro de informações que conecta as pessoas a todos os outros elementos”, sentenciam os arquitetos. “É interessante acrescentar também objetos que contam a sua história, como itens de família e garimpos de viagem, para a casa ter poesia, ter a sua cara.”
Por isso o painel no outro extremo do cômodo com diversas lembranças pessoais. Destaque para o quadro colorido do artista filipino radicado nos Estados Unidos Bren Bataclan, que Tiago achou na rua em uma de suas viagens com o seguinte bilhete: “A obra é sua se você se comprometer a sorrir para as pessoas”.

Clássico contemporâneo

O decorador Lupercio Manoel e Souza concebeu um living open bar que reverbera elegância. Na composição clássica contemporânea, ladeou a mesa de folha de ouro do Depósito Santo Antônio, que funciona como um bar compacto, com duas poltronas de estofados hexagonais da Inove Galeria. No restante da decoração, diversas orquídeas e objetos de cristais e vidro, coroados pela tela Sentido, da artista plástica gaúcha radicada em São Paulo Beth Turkieniez, na Galeria Zilda Fraletti.
Na outra ponta, o sofá, que dá a sensação de abraçar o cômodo. “Acho sempre interessante adicionar objetos da nossa história pessoal. Os vasos das orquídeas, por exemplo: um era um velho capitel de coluna que achei no Boqueirão e o outro é um item que adquiri na Itália há muitos anos. O charme é sem igual”, garante Manoel e Souza.
*Matéria originalmente publicada em 16/11/2016

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