Design

Cabelo, urina, sangue: 10 peças de design inusitadas feitas a partir do corpo humano

Aléxia Saraiva
06/08/2018 20:58
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Foto: divulgação

Cabelos, sangue, suor: cada vez mais, “matérias-primas” provenientes do corpo humano estão sendo a base de produtos de design. Seja em cerâmicas, acessórios ou mesmo nas artes plásticas, profissionais têm estimulado sua criatividade utilizando esses materiais no mínimo controversos.
O Dezeen elencou 10 projetos de design que têm como inspiração o próprio corpo. Prepare o nojinho!

“This Is Not A Värdera”, por Krisztina Czika

Foto: divulgação
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A designer húngara Krisztina Czika é uma das profissionais que explora, em suas pesquisas, como o cabelo humano pode ser utilizado como base para seus produtos. Nessa coleção, ela fez uma linha com 15 canecas que utilizam cabelos humanos na composição. O material tem origem em quatro doadores, incluindo ela mesma. O projeto integrou um laboratório de design na Gerrit Rietveld Academie, instituto holandês.
O nome da coleção faz referência a uma linha de cerâmicas da IKEA, a qual inspirou o formato das canecas de Czika. As diferentes cores dos produtos foram obtidos a partir da mistura de ceras de depilação comuns.

Tranformação de cabelos humanos, por Zsofia Kollar

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A também húngara Zsofia Kollar usou fios de cabelo para desenvolver uma linha de acessórios e objetos aromatizados. Entre os produtos estão braceletes, colares e adornos para paredes. Com os produtos, a designer procurou mostrar que existem diversas formas de reaproveitar as toneladas de cabelo que são jogadas no lixo anualmente — o que acredita ser um desperdício, já que é um material de qualidade e pode ser tratado como qualquer outro.

Cerâmica de urina, por Sinae Kim

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A designer Sinae Kim desenvolveu uma linha de vasos de cerâmica envernizados com urina para seu trabalho em seu curso na Central Saint Martins, em Londres. O formato dos vasos foi inspirado por frascos de laboratório e pela própria bexiga humana. Na produção, foram utilizados 280 litros de urina coletados de cinco pessoas ao longo de cinco meses. No projeto, ela quis questionar o potencial do material, já que é um produto diretamente descartado e não traria riscos à saúde, como pode acontecer com vernizes comuns.

Óculos de cabelos, por Studio Swine

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Fios de cabelo e resina natural compõem a maior parte do óculos de sol da Studio Swine. A empresa é composta pela dupla Azusa Murakami e Alexander Groves, que criaram a linha de acessórios como trabalho de conclusão de curso na Royal College of Art, também em Londres, em 2011. São seis modelos disponíveis, totalmente biodegradáveis. Em 2014, a dupla revisitou a ideia, propondo vasos e mais acessórios.

Transpiração, por Alice Potts

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O ponto de partida de Alice Potts, também estudante do Royal College of Art, para sua linha de roupas e sapatos foi o suor humano. Cristais feitos do material adornam os produtos, que vão de camisas esportivas a sapatilhas de balé. Segundo a designer, cada pessoa é única, assim como o suor que ela produz — o que dá exclusividade à sua ideia.

“Pissjar Sans”, por Pissjar

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A ideia da banda de hardcore sueca Pissjar é mais abstrata, porém igualmente dedicada ao corpo humano. Os músicos tomaram como inspiração seu próprio nome (que no inglês quer dizer algo próximo de “pote de urina”), para desenhar o alfabeto com sua própria urina. O resultado foi a fonte “Pissjar Sans”, cuja “sujeira” tem a ver com o próprio sentido da música punk.

Desenhos com sangue, por Ted Lawson

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O artista nova-iorquino Ted Lawson tomou como inspiração ainda outra fonte do corpo humano: seu sangue. Ele se conectou a uma máquina de desenho que retirava o material diretamente dele como mecanismo para pintar um retrato seu. Segundo o artista, uma grande quantidade de sangue foi utilizada no desenho.

“Wiggy”, por Oksana Bondar

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Um banco de penteadeira foi o resultado de outra designer que experimentou usos potenciais para o descarte de cabelo humano: Oksana Bondar, graduada pela Kingston School of Art. Ela combinou três semanas de cortes de cabelo do salão de seu bairro com ácido polilático, um plástico feito de amido de milho ou cana-de-açúcar, para criar o material biodegradável.

“The Colour of Hair”, por Fabio Hendry e Martijn Rigter

Foto: divulgação
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Gravuras feitas a partir de fios de cabelos estampam a linha “The Colour of Hair”, apresentada na grande feira de design IMM Cologne em 2017 pelos designers Fabio Hendry e Martijn Rigter. O material gera um tipo de tinta sustentável que imprime padrões em bancos. As estampas foram geradas colocando sobras de salões de beleza em alumínio aquecido, o que carboniza os fios, fazendo com que penetrem no material.

“Selfmade”, por Christina Agapakis e Sissel Tolaas

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Um queijo foi produzido produzido pelas cientistas Christina Agapakis e Sissel Tolaas com materiais inusitados: as bactérias foram extraídas de lágrimas do artista Olafur Eliasson, do nariz do curador Hans Ulrich Obrist e do umbigo do chef Michael Pollan. O “queijo humano” fez parte de uma exposição sobre biologia sintética em Dublin. O objetivo do projeto foi mostrar como existem no corpo humano as mesmas bactérias utilizadas na comida.

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