Design gráfico

Design

Cartaz brasileiro contra o tráfico de órgãos forçado na China é premiado como um dos melhores do mundo

Luan Galani
02/02/2021 15:46
Thumbnail

Cartaz do estúdio de design curitibano VVE contra o tráfico de órgãos é considerado um dos melhores do mundo pela Associação de Taiwan para o Tratamento Internacional de Transplante de Órgãos. | VVE/Divulgação

O estúdio de design brasileiro VVE Fight, com sede em Curitiba, ganhou a medalha de bronze de melhor cartaz do mundo contra o tráfico de órgãos humanos da competição internacional Poster Award 2020. A primeira colocação ficou com o Irã, e o segundo lugar com um escritório de design do Japão.
O prêmio internacional foi uma iniciativa da Associação de Taiwan para o Tratamento Internacional de Transplante de Órgãos com instituições do Japão e da Coreia do Sul para denunciar, por meio de várias ações, o crime da remoção forçada de órgãos humanos, ou, como a própria associação chama: a colheita chinesa de órgãos humanos.
O cartaz do estúdio VVE, com a bandeira chinesa mutilada, faz uma alusão à violência que a remoção forçada de órgãos causa nas pessoas, comprometendo a sua identidade e até mesmo a sua existência. "A extração de órgãos na China é um crime que não pode ser ignorado. Este cartaz é um alerta para mostrar a gravidade desse crime: retirar o que há de mais importante na bandeira chinesa é expor a dor de quem teve seus órgãos retirados à força", escrevem os designers Fábio Maceno, Cazé Grabias e Jorge Lamur no texto da competição.
Cartaz brasileiro levou a terceira posição da premiação internacional.
Cartaz brasileiro levou a terceira posição da premiação internacional.
Ao todo participaram da competição internacional 1.049 cartazes, de 75 países. "Os elementos que constituem uma bandeira são vitais para que a sua identidade permaneça viva. Quando os removemos, tudo deixa de ser como antes", completam no descritivo do projeto.
Em nota para HAUS, os designers do VVE Fight afirmam que "mesmo longe de tudo o que ocorre na China, nos sentimos tocados por essa causa, e assim, decidimos participar desta competição e criar um cartaz com as nossas próprias mãos, o mais real e analógico possível: utilizamos um bisturi cirúrgico para remover as estrelas da bandeira chinesa, a qual foi amassada, evidenciando marcas que representam a violência causada nas vítimas deste crime global."
Algumas das ferramentas que os designers utilizaram para criar o cartaz analógico.
Algumas das ferramentas que os designers utilizaram para criar o cartaz analógico.
Após o registro disso tudo em uma fotografia, os autores finalizaram a composição da peça por meios digitais. "Um trabalho 99% manual e apenas 1% digital", resumem.

Enquete

Você sabe quais são as vantagens de contratar um projeto de arquitetura para sua obra de reforma ou construção?

Newsletter

Receba as melhores notícias sobre arquitetura e design também no seu e-mail. Cadastre-se!