Design

“É hora de o Brasil ditar tendência ”, provoca designer gaúcho

HAUS
29/05/2017 20:01
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Criação do designer gaúcho Henrique Steyer celebra a irreverência. Na foto, os bancos Macaco. Foto: divulgação. | Marcelo Donadussi

Gaúcho com os dois pés no mundo, arquiteto com especializações em imagem publicitária e design estratégico. Henrique Steyer tem uma mente em constante ebulição.
Com trabalhos provocadores, ele diz que a intenção de suas criações é chamar a atenção para as possibilidades. “Pode parecer forte, mas ao pensar uma peça nova eu tenho quase a intenção de agredir. Agredir pelo lado bom, sacudir a pessoa, mostrar como ela pode ser diferente. Eu adoro testar o limite, ver até onde posso ir.”
Mesmo com trabalhos realizados em vários países, o processo criativo nunca deixou de ser uma fonte de preocupação para ele. “A pessoa pede, eu perco o sono achando que dessa vez não vou conseguir atender. Sofro muito para criar. Nunca consigo fazer disso uma coisa leve, prazerosa. Aquilo vira um martírio. Mas a solução sai do nada. De repente eu acordo e tem uma ideia que resolve o projeto.”
O designer Henrique Steyer em visita a Curitiba.<br>Foto: Gerson Lima / Divulgação
O designer Henrique Steyer em visita a Curitiba.<br>Foto: Gerson Lima / Divulgação
“Há pouquíssimo tempo, o design era uma coisa super elitizada, era para uma casta. Hoje em dia o design está em tudo”, avalia. As principais referências buscadas pelo arquiteto são brasileiras. Para ele, o design brasileiro tem potencial para ditar tendências mundiais. “Acho que a gente tem capacidade de fazer uma coisa que tenha a nossa cara, a nossa identidade. Eu quero lançar o nosso estilo, acho que chegou a vez de o Brasil ter voz, de nós sermos tendência para quem está la fora e cada um cantar sua música”, opina.

Projetos

Nesta conversa com a HAUS, Henrique estava em uma visita à Florense, marca com a qual mantém parceria desde 2011. Na ocasião ele preparou uma campanha de 60 anos da empresa. Surpreso com o convite, ele diz ter ficado dias sem dormir, pensando no que apresentaria. “Eles queriam ousadia, mas eu sabia que não topariam ousadia demais. Eu me lembro que ia para as livrarias, pegava todas as revistas importadas e sentava no chão para pegar referências e pesquisar”, relembra. Mesmo assim, as melhores inspirações vinham de uma stylist italiana que já trabalhava para a Florense. “Então pensei que eu teria que colocar uma coisa extraordinária dentro do ordinário, que eram os móveis.”
A solução veio “de algum lugar no cérebro do qual não se tem muito controle”. O jovem arquiteto incluiu animais de grande porte, como cavalos, vacas e ovelhas, nos ambientes que seriam fotografados. A previsão era de que as fotos seriam publicadas em uma grande revista de arquitetura e decoração. Ao enviar o material para a editora da revista, ele achou que ele seria vetado. “Eu me dei conta de que as fotos seriam vetadas. Pensei ‘com esse trabalho eu estou beirando o ridículo. Vou ter que avisar a Florense que as fotos foram vetadas. Não vai rolar, isso aqui’.”
Fachada da loja da Florense na Alameda Doutor Carlos de Carvalho, em Curitiba.<br>Foto: Marcelo Stammer / Divulgação
Fachada da loja da Florense na Alameda Doutor Carlos de Carvalho, em Curitiba.<br>Foto: Marcelo Stammer / Divulgação
Steyer ainda se emociona ao contar que, cinco minutos depois de enviar o e-mail, recebeu a resposta. “Em letras garrafais, ela disse que as fotos estavam maravilhosas.” A repercussão do projeto catapultou o arquiteto para as principais publicações internacionais. Em pouco tempo, as imagens foram divulgadas em 35 países.
Para deixar claro que a loja da Alameda Carlos de Carvalho é, mais do que um showroom, uma “butique de móveis”, Steyer e a Florense apostam em um ambiente mais aberto e com menos ambientes expostos. O espaço é o primeiro ponto da rede a receber o novo tema da marca, batizado de “Four Seasons”. “Eu acho que Curitiba tem uma coisa urbanística que não se encontra em outros lugares do Brasil. Então me veio a ideia de “four seasons”. A loja ganhou um letreiro dourado que mostra que é uma loja diferente das outras da rede”, afirma.
Leandra Calcagnotto, sócia-proprietária da unidade, explica que a ideia desse novo conceito é deixar que o cliente caminhe mais livremente pelos espaços. “É uma loja mais ampla, limpa. O cliente consegue ver, sentir o móvel. Isso não é possível em um lugar que tenha uma interferência muito grande de decoração.” A Florense da Carlos de Carvalho traz lançamentos e produtos exclusivos para Curitiba.

SERVIÇO

Florense, Alameda Carlos de Carvalho, 1.301 – Batel

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