Não é de hoje que o Museu Oscar Niemeyer (MON) coloca o design como centro de suas mostras para discutir o limite (ou seria a união?) entre ele e as artes. E com a exposição "Luz e Espaço" não será diferente.

Com abertura nesta terça-feira (9), às 19h, a mostra instalada no terceiro andar do "olho" apresenta o trabalho de 11 designers paranaenses cujas obras vão além do objeto e compõem um percurso estético imersivo.

"É uma instalação onde o público poderá permanecer por bastante tempo. Não queríamos uma exposição que desse a impressão de que a pessoa estivesse em uma loja. Mas um caminho de pensamento em todas as direções de criatividade, com cada designer apresentando elementos e materiais diferentes", explica o curador da mostra Marc Pottier, que integra o núcleo curatorial do MON e também é curador da Usina de Arte (Recife) e da Cidade Matarazzo (SP).

Entre estes materiais estão, por exemplo, crochê, cerâmica e fibras naturais, que, além da estética, ganham um toque poético e sensível pelas mãos e mentes de Alberth Murta & Ari Coelho, Alejandro Magnere, Ana Penso, Aline Volpato, Max Kampa, Marcelo Caruso, Aleverson Ecker & Luiz Pellanda – Holaria, Henrique Hellström e Lucas Machado.

"Estamos no mundo contemporâneo e os artistas contemporâneos vêm namorando as tecnologias, projeções, sons... E aqui a luz também é importante. O título "Luz e Espaço" chega deste movimento no qual os artistas utilizam as novas tecnologias para criar suas obras de maneira a mostrar que não há limite ou uma paleta única para [a arte contemporânea]. A luz faz parte deste material utilizado tanto pelos designers quando pelos artistas", argumenta Pottier ao explicar o conceito que fundamenta a mostra.

O curador conta ainda que a proposta surgiu do convite feito pela diretora do MON, Juliana Vosnika, após o sucesso do projeto "Afinidades", que destacou o trabalho de outros 20 artistas paranaenses. O designer Alberth Murta contribuiu para a seleção dos demais nomes eleitos pela curadoria da mostra, que tem cenografia por Lucas Machado. Todas as peças em exposição são inéditas e foram desenvolvidas especialmente para a mostra "Luz e Espaço".

Já na Galeria Zilda Fraletti, foi aberta no último sábado a exposição "Borda". Em cartaz até o próximo dia 20 de agosto, a mostra apresenta a coleção de peças de mobiliário, iluminação e decoração assinadas pela dupla Ana Penso (designer) e Fabiana Queiroga (artista e poeta visual).

Em seu segundo trabalho conjunto, elas destacam o natural e o artesanal ao apresentar cadeira, arandela, pendentes e painel feitos com mais de 100 metros de fita de taboa -- fibra da planta de mesmo nome cultivada na água. Após a colheita, a fibra é tingida naturalmente com casca de araucária e trançada pela comunidade rural de Cerro Azul do projeto Tecendo Histórias.

"A arte e o design estão ligados por uma ponte tão tênue, tão delicada, que ela fica naquela borda do olhar, para você enxergar com delicadeza. Não é qualquer um que vê, que percebe isso. É isso o que trouxemos para essas peças", comenta a designer Ana Penso. As peças são numeradas e com tiragem limitada.