Estúdio Latino de Design
Design
Giuliano Marchiorato assina coleção exclusiva de mobiliário para nova marca brasileira
Coleção Mangue assinada por Giuliano Marchiorato para Estúdio Latino de Design em Cabaraquara, litoral do Paraná. | Eduardo Macarios
O que é ser latino? A partir dessa provocação para lá de antropológica é que nasce em Curitiba o Estúdio Latino de Design, a mais nova marca brasileira de mobiliários assinados. A iniciativa foi dos empresários Ricardo Pizzichini, Sergio Sone e Alexandre Berton, que chamaram o arquiteto Giuliano Marchiorato para assinar a primeira coleção de móveis exclusivos do Estúdio Latino de Design. A partir de 20 de fevereiro as peças estarão à disposição na loja digital e na pop-up store da marca na Coletiza com preços especiais de lançamento.
“Sempre o termo latino é usado de forma pejorativa. Não se valoriza a ideia de ser latino”, lembra Marchiorato com exclusividade para HAUS. “Acreditamos que latino é miscigenação. Nessa primeira coleção fazemos experimentos e tentativas que ultrapassam qualquer tipo de rótulo. Adoramos as referências latinas e as peças celebram nosso sangue tropical, sem cair no kitsch ou no alegórico”, explica o arquiteto, revelando que o ponto de partida para a coleção foi o movimento concretista latino-americano, cujos expoentes foram Lygia Clark, Lygia Pape, Salvador Corratgé e Wifredo Arcay, para citar apenas alguns.
Além de trazer essa miscigenação de referências nas peças, a primeira coleção, intitulada Mangue, é baseada também na infância de Marchiorato, que cresceu em Paranaguá, no litoral do Paraná.
“Minha mãe era aeromoça. Por isso vivi bastante com meus avós. Me lembro muito de sair de barco com o meu avô, bem cedinho, de pescar, comer ostra. Foi uma jornada em busca das minhas raízes, e das raízes do design latino-americano”, resume o arquiteto.
Segundo Ricardo Pizzichini, um dos empresários da nova marca de mobiliário brasileiro, as peças seguem uma linguagem de linhas retas, geométricas, bastante honesta, contemporânea e minimalista.
Entre os principais materiais, madeira maciça, lâminas de madeira natural, couro, camurça vegana e linho. “Temos uma grande preocupação com a qualidade dos produtos. E todos os nossos fornecedores e mão de obra são locais”, conta.
Essa primeira coleção é composta de seis peças: um sofá, uma mesa de encaixe, poltronas e bancos. A mesinha foi nomeada de Tucano, porque lembra a forma do animal em uma chapa metálica única que parece dobrada como um origami. "Ela pode funcionar como mesa de encaixe para sofá, mas também como mesa lateral e até criado mudo", esclarece Marchiorato.
O acabamento é com uma pintura italiana, e está disponível em quatro cores: off white, off black, verde militar e mostarda.
Outro destaque da coleção Mangue, de Giuliano Marchiorato para o Estúdio Latino de Design, é o sofá Aspa. "Ele é bem baixo, como os sofás italianos, modular, em um tom neutro de couro natural ou camurça vegana, com encosto e braços que flutuam como uma aspa", frisa o arquiteto.
Marchiorato confidencia para a reportagem que sempre quis homenagear um de seus melhores amigos com uma peça. "Assim nasceram o banco e a poltrona Pipe, em homenagem ao Pipe Grohs, integrante da comissão técnica do clube Chapecoense e que foi uma das vítimas fatais da queda do voo 2933 da Lamia, em 2016."
A partir do apelido de Luiz Felipe, Pipe, o arquiteto associou o nome à palavra inglesa para tubos e canos, e criou peças inteiramente metálicas e tubulares. "Elas servem tanto para áreas internas quanto externas", diz Marchiorato. "Aço, luz e sombra estão presentes nessa peça como amigos inseparáveis. Um tributo à amizade e à verdade dos materiais."