
Um bom desenho, qualidade das matérias-primas, ergonomia e uma estética atrativa. Estes são alguns dos atributos que fazem de uma peça de design um investimento de longo, muitas vezes de longuíssimo prazo. Mas quando se pensa em mobiliário ou objetos de decoração projetados para o público infantil há, inevitavelmente, um porém a ser considerado: a vida útil deles é quase sempre limitada à velocidade de crescimento e desenvolvimento dos pequenos.
"Móveis, [em especial os de madeira], são feitos para durar. Mas acontece como com as roupas: a criança cresce e perde a roupa. Com o móvel é a mesma coisa. Pensamos em um produto no qual a durabilidade seja igual ao tempo de uso. Não adianta a mesa durar mas a criança crescer e a família jogá-la fora ou doá-la. Por isso muitas pessoas não investem em móvel infantil", pontua o designer Felipe Aranega, cofundador da Produteca, escritório curitibano de design de produto.
A constatação foi o ponto de partida para o desenvolvimento da mesa Compasso, assinada por ele e pela equipe composta por Fernando R. C. Falkiewicz, Giulia Motti, Rachel Hoppe e Rafaella de Bona. A peça foi pensada para acompanhar o crescimento da criança, sendo utilizada a partir dos três até os 12 anos, em média. Isso é possível pela forma de sua estrutura, na qual um tampo em fórmica é encaixado entre quatro pés (que remetem à forma de um compasso) em madeira maciça (teca) em três diferentes alturas: 58 cm, 67 cm e 76 cm. Borboletas coloridas, injetadas em poliuretano e utilizadas na fixação dos pés, também compõem o móvel.
"A regulagem da altura é realizada com o afastamento ou aproximação dos pés e o posicionamento do tampo na altura desejada. O mecanismo de dobra dos pés foi desenvolvido de modo que não permite que a criança prenda as mãos, sendo uma peça extremamente segura", acrescenta o designer.
Multifunção
Como é de se desejar em um produto direcionado ao público infantil, o móvel vai além da simples função de mesa e contribui para estimular o desenvolvimento cognitivo das crianças. Isso porque sua forma permite que, além de mesa, a peça possa ser utilizada com o tampo inclinado, nos moldes de uma prancheta, e também como lousa, a partir do encaixe dele em apenas uma de suas laterais.
Além disso, a mesa também conta com acessórios, como um tecido que a transforma rapidamente em uma tenda, convidando à brincadeira. Bolsas para armazenamento de objetos, como canetas, cadernos e brinquedos, são outras opções para a composição do móvel.
"Fizemos pesquisas com pedagogos para entender o universo infantil e trazer diferenciais. Além da cabana, é possível colocar um [varal] na parte de cima para pendurar os desenhos que a criança fez, transformar a mesa em lousa para que ela possa 'escrever no quadro'. Quisemos fazer um móvel que tivesse aspectos analógicos, e não que fosse tanto para o digital. É um produto para resgatar o brincar, explorar o lado artístico, trazer esses valores", completa Aranega.
A mesa Compasso ainda não está disponível para venda. A previsão é a de que isso ocorra entre o fim deste ano e o início de 2021.
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