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Design

Reino Unido cria primeiro teste de gravidez de farmácia para mulheres cegas

Luan Galani
25/01/2021 20:29
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Criado pelo designer Josh Wasserman em parceria com a instituição de caridade Royal National Institute of Blind People (RNIB), o produto permite que a mulher cega descubra a gestação por meio do tato. Em caso positivo, acontece uma elevação das bolinhas amarelas na parte de cima do teste. | Royal National Institute of Blind People/Divulgação

Na dúvida se um bebê está a caminho, o teste de gravidez de farmácia pode solucionar a questão em poucos minutos e com uma eficácia altíssima. Mas já pensou como, apesar de rápidos e práticos, eles são nada inclusivos para mulheres com deficiência visual? Elas sempre precisam deixar sua privacidade de lado e pedir para alguém ler o resultado, o que pode gerar situações constrangedoras.
Mas esse cenário está para mudar para melhor. A instituição de caridade Royal National Institute of Blind People, do Reino Unido, em conjunto com o designer independente Josh Wasserman, anunciou a criação de um protótipo de teste de gravidez de farmácia para mulheres cegas.
O novo teste tem proporções maiores, para facilitar a realização do exame de urina, e permite que a mulher descubra a gestação por meio do tato. Em caso de resultado positivo, as bolinhas amarelas do aparelho se elevam.
Para as mulheres que possuem apenas uma parcela da visão, o teste também acaba sendo mais prático ao trazer as cores amarelo e rosa, que facilitam a identificação de cada funcionalidade do dispositivo.
Atualmente as mulheres cegas passam por situações constrangedoras ao pedirem para outras pessoas lerem seus testes.
Atualmente as mulheres cegas passam por situações constrangedoras ao pedirem para outras pessoas lerem seus testes.
Agora a instituição britânica está em contato com diferentes fabricantes internacionais para que eles conheçam a invenção e estudem fabricá-la em larga escala.
A organização do Reino Unido também liberou toda a pesquisa e o design do protótipo para auxiliar designers a entenderem em detalhes como criar dispositivos mais acessíveis e inclusivos.
O tamanho do dispositivo foi aumentado para facilitar a realização do teste.
O tamanho do dispositivo foi aumentado para facilitar a realização do teste.
"Quisemos criar um protótipo para mostrar que pode ser feito", sentencia Eleanor Southwood, presidente da instituição para cegos. "Design acessível não é algo distante lá do futuro. É algo do agora."

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