Design

Visitamos a DW! e elegemos móveis que têm a cara do Brasil

Daliane Nogueira*
26/08/2016 19:25
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Exposição do Mula Preta Design durante a DW!. Em destaque, a poltrona Basquete. Foto: Waldemir Filetti/Divulgação | Waldemir Filetti

A 5ª. edição da Design Weekend de São Paulo (DW!), que aconteceu entre os dias 9 e 14 de agosto, demonstrou a força do design brasileiro. O evento ganhou mais corpo este ano com a inclusão de outras ações e um público estimado de 15 mil pessoas. A principal delas é a High Design, que se mostra como evento âncora para as iniciativas das lojas e estúdios de design pela cidade.
Para o idealizador e CEO da DW! Lauro Andrade, o modelo internacional, que mistura festivais de design a feira de negócios para fomentar o mercado, é um bom caminho para o Brasil. “Nascemos com a missão de inserir o país no calendário mundial de eventos do segmento e ser a principal plataforma de exportações do setor moveleiro”, resume, lembrando que a High Design teve origem na Casa Brasil, que ocorria em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, em edições bienais, desde 2009.
A designer e empresária curitibana Eviete Dácol destacou a importância da iniciativa. “A produção brasileira de design está aquecida e ações assim fomentam tanto a indústria quanto o varejo.” Se para o mercado a DW! sinalizou que a indústria de mobiliário está forte, para os consumidores, algumas tendências de decoração foram apontadas.
Visitamos a DW!, como patrocínio da Inove Design, e destacamos cinco tendências que nos chamaram atenção.
Design com personalidade
As principais indústrias de mobiliário no Brasil evoluíram muito nos últimos anos no que se refere ao investimento em design como forma de oferecer produtos de qualidade e exclusivos. Muitos estúdios ou designers independentes surgem no mercado com uma produção consistente e com personalidade, alguns aproximando o design da arte. Do trabalho refinado, aparecem peças singulares e que nascem icônicas.
Cadeira Gaia, um móvel inédito de Sergio Rodrigues descoberto e lançado por Fernando  Mendes; a mesa de centro Falésias, do Mula Preta. A peça reproduz as formações rochosas típicas do Rio Grande do Norte, estado de origem do estúdio; e a Linha Dots, lançada pelos paranaenses Jorge Elmor e Alberth Diego. Fotos: Divulgação
Cadeira Gaia, um móvel inédito de Sergio Rodrigues descoberto e lançado por Fernando Mendes; a mesa de centro Falésias, do Mula Preta. A peça reproduz as formações rochosas típicas do Rio Grande do Norte, estado de origem do estúdio; e a Linha Dots, lançada pelos paranaenses Jorge Elmor e Alberth Diego. Fotos: Divulgação
Madeira, a cara do Brasil
A abundância da matéria-prima natural fez dos pioneiros do design brasileiro, na metade do século 20, quase mestres carpinteiros. Eis dois casos clássicos: Sergio Rodrigues e Joaquim Tenreiro, ambos com móveis emblemáticos em Jacarandá. De lá para cá aprendeu-se a cuidar melhor da exploração da madeira e, neste cenário, surgem as peças feitas com reaproveitamento de resíduos florestais e com madeira de manejo sustentável ou de reflorestamento proveniente de vários cantos do país.
Linha lançada por Paulo Alves e Hugo França tem foco no uso de resíduos florestais; Buffet Palafita aproveita o máximo da madeira. Produto da Acre Made in Amazônia; Poltrona Vazio, lançada na MADE - Mercado, Arte, Design por Caio Lobo; Linha Estrela da nova marca Acre Made in Amazônia. Fotos: Brando Cimarosti/Divulgação
Linha lançada por Paulo Alves e Hugo França tem foco no uso de resíduos florestais; Buffet Palafita aproveita o máximo da madeira. Produto da Acre Made in Amazônia; Poltrona Vazio, lançada na MADE - Mercado, Arte, Design por Caio Lobo; Linha Estrela da nova marca Acre Made in Amazônia. Fotos: Brando Cimarosti/Divulgação
Experiência com materiais
O reaproveitamento de alguns materiais ou a simples união de dois deles ou mais. Esse movimento que apareceu no Salão do Móvel de Milão, em abril deste ano, confirma-se no evento brasileiro. A aplicação de técnicas diferentes aliadas ao bom design são determinantes para o processo. Essa mistura prova que a mescla de tecidos e texturas dentro de casa é bem-vinda e deve ser uma aposta na hora de decorar.
Luminária Casa de Passarinho da Plantar Ideias é feita de concreto e metal; Cadeira Clair, de Marta Manente, é feita com diferentes tipos de tecido e madeira; O sofá Brera da Moora tem metal, madeira e diferentes tipos de tecido. Fotos: Divulgação/Nelson Atuatti Jr.
Luminária Casa de Passarinho da Plantar Ideias é feita de concreto e metal; Cadeira Clair, de Marta Manente, é feita com diferentes tipos de tecido e madeira; O sofá Brera da Moora tem metal, madeira e diferentes tipos de tecido. Fotos: Divulgação/Nelson Atuatti Jr.
Conversa entre arte e moda
Arte e design têm relação estreita e, por vezes, até se confundem (ou se fundem). Várias mostras da DW! destacaram a relação que está em franca expansão. Seja no uso de obras consagradas para criação de produtos de design ou na colaboração de artistas no processo criativo de itens para casa.
A moda é outra que flerta com o design desde a alimentação das tendências até a criação de produtos e padrões.
Lustre Ring, dos Irmãos Campana, para a Lasvit. Peça foi lançada pela Firma Casa; Buffet com design de Bruno Faucz para a Rudinick. Fotos: Divulgação
Lustre Ring, dos Irmãos Campana, para a Lasvit. Peça foi lançada pela Firma Casa; Buffet com design de Bruno Faucz para a Rudinick. Fotos: Divulgação
Um quê de antigamente
Peças antigas com design consagrado estão com tudo e podem valer muito nas galerias especializadas em design. É a onda vintage que tem força fora do Brasil e começa a encantar outros públicos, que não apenas colecionadores. Entretanto, devido ao alto valor de móveis que podem ter mais de 50 anos, os designers investem no movimento retrô, que propõe a releitura da estética do passado.
Showroom da Apartamento 61: foco em mobiliário do século 20 brasileiro e internacional; Poltrona Pelicano do arquiteto paranaense Jorge Elmor. Fotos: Divulgação
Showroom da Apartamento 61: foco em mobiliário do século 20 brasileiro e internacional; Poltrona Pelicano do arquiteto paranaense Jorge Elmor. Fotos: Divulgação
*São Paulo (SP), enviada especial

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