Estilo & Cultura

A arquitetura apocalíptica de “Blade Runner 2049”

HAUS*
18/10/2017 09:30
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Foto: Reprodução/ArchDaily

Quem já assistiu ao novo “Blade Runner” com certeza reparou nos cenários futuristas e na fotografia incrível do filme. Assim como o clássico de 1982, “Blade Runner 2049″ possui uma identidade visual fortíssima, que mistura ambientes minimalistas e modernos com o caos e a sujeira de um mundo pós-apocalíptico.
Logo após o lançamento do longa, alguns arquitetos e amantes da arquitetura repararam em um ambiente em particular: o escritório de Wallace, um dos protagonistas do filme. Isso porque o cenário apresenta uma estranha semelhança com um projeto assinado pelo escritório espanhol Estudio Barozzi Veiga. Mais especificamente, com o projeto para o Museu Neandertal em Piloña, datado de 2010.
Foto: Reprodução/ArchDaily
Foto: Reprodução/ArchDaily
Em entrevista ao ArchDaily Brasil, o arquiteto Alberto Veiga contou que foi contactado há cerca de um ano e meio pela produção do filme, que solicitou os direitos de uso da imagem do projeto. A produção mostrou à Veiga como seria a versão do projeto para o cenário do filme, mas não em que parte do longa ela entraria. Tanto tempo se passou que os arquitetos do escritório assumiram que o projeto nem chegaria a ser usado. Foi apenas quando assistiram ao trailer que perceberam suas ideias presentes no conceito do longa.
Na entrevista, Veiga acrescentou que é fantástico ver como os projetos concebidos que não foram construídos podem ter outros resultados – como sua adaptação para o cinema – e está muito satisfeito com a imortalização da sua arte em “Blade Runner 2049″. Confira o conceito dos cenários desenhados por Peter Popken, um dos diretores de arte do filme, para o longa:
#BladeRunner2049 interiors for Wallace’s Office pic.twitter.com/89pQ4bx0HE
— Peter Popken (@peterpopkencom) 6 de outubro de 2017

Blade Runner de Ridley Scott

Clássico da ficção científica, “Blade Runner” é tido como o primeiro filme a discutir as mudanças climáticas, e tudo o que as acompanha. Para quem não conhece o filme, aqui vão algumas informações: o cenário, sempre escuro e chuvoso, mostra uma grande cidade decadente, forrada de arranha-céus corroídos por chuva ácida. A megacidade é suja, repleta de prostituição, miséria e, é claro, replicantes e blade runners.
Os replicantes são androides com características humanas que estavam voltando à terra após uma missão espacial. Ao tomarem consciência de si mesmos, estes robôs-quase-humanos, então, se rebelam e passam a ser caçados pelos blade runners.
Foto: Reprodução/Blade Runner
Foto: Reprodução/Blade Runner
No filme de 1982, Harrison Ford vive o detetive Deckard Cain, que tem como missão destruir quatro replicantes rebeldes. O problema é que os androides são tão “humanos” que a distinção entre um e outro fica cada vez mais difícil. A grande questão do filme acaba sendo “o que faz algo ser humano”?
A história, baseada na obra do romancista Phillip Kindred Dick, se passa em uma época futurista, com tecnologias que, hoje, o mundo ainda não conhece e que inspiraram toda uma cultura cyberpunk. O curioso é que, tanto no filme original quanto em sua continuação (“Blaner Runner 2049”), a arquitetura e o visual da cidade tem uma característica retrô.
Outra semelhança entre as duas produções está no fato de reproduzir na telona projetos arquitetônicos pensados para a vida real. Enquanto Blade Runner 2049 apresenta parte do projeto do que viria a ser o Museu Neandertal em Piloña, o filme original faz referência à casa Ennis Brown, de Frank Lloyd Wright. Nela foi inspirado o apartamento do detetive Deckard Cain, vivido por Harrison Ford no longa dos anos 1980.
*Com informações do ArchDaily Brasil.

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