Arquitetura de fé

Arquitetura

Capela no formato do manto de Nossa Senhora Aparecida chama atenção em bairro de Curitiba

Stephanie D’Ornelas*, especial para HAUS
12/10/2018 00:00
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Os moradores do Jardim das Américas, em Curitiba, podem até não saber quem é o ex-radialista Lourival Pedrazzani — o “Palitto”, como é mais conhecido — mas certamente já viram o fruto de sua devoção por Nossa Senhora Aparecida, cuja festa litúrgica é celebrada nesta quarta-feira (12). O manto azul da padroeira do Brasil inspirou o formato inusitado da capela que ele construiu no bairro, junto ao pequeno prédio que foi de sua propriedade, na Rua Dr. Alcides Vieira Arcoverde, bem em frente ao Setor de Educação Profissional e Tecnológica (SEPT) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Lourival Pedrazzani construiu a capela para demonstrar sua devoção.
Lourival Pedrazzani construiu a capela para demonstrar sua devoção.
A inspiração para a criação da ermida artesanal surgiu da religiosidade de sua mãe, a italiana Jeovana Forte, falecida em 2002. “Por toda a minha vida eu acompanhei a devoção da minha mãe por Nossa Senhora Aparecida. Eu vim para essa casa e pensei: eu vou construir uma capelinha para homenageá-la”, recordou Palitto em entrevista a HAUS, em 2018.
Área da capela fica aberta ao público e recebe até ônibus com turistas.
Área da capela fica aberta ao público e recebe até ônibus com turistas.
O interior da capela é estreito, com quatro pequenos bancos de madeira. Não há porta ou qualquer controle de entrada. A capela, que mais parece uma santinha em tamanho ampliado, fica aberta 24 horas por dia. Segundo Palitto, devotos de vários bairros de Curitiba vão até ali fazer suas preces.
Detalhe da capela no Jardim das Américas.
Detalhe da capela no Jardim das Américas.
“Às vezes param ônibus de fora, de outra cidade, para visitar. Esses dias pararam dois ônibus aqui na frente”, contou o jornalista. A inauguração da ermida, em 2010, contou com as bênçãos do Padre Reginaldo Manzotti. Muitos fiéis e curiosos foram conferir a nova atração do bairro na ocasião, e Palitto aproveitou a oportunidade para pedir que, em troca da porta sempre aberta, a comunidade acolhesse e cuidasse do espaço.
“Quem limpa é a comunidade. Às vezes a capela fica um pouco suja, mas de repente aparece limpinha”, revelou. Houve poucos infortúnios decorrentes da falta de fiscalização do espaço. O maior deles foi o roubo da primeira imagem de Nossa Senhora que estava no local, uma herança de família, que foi prontamente substituída por Palitto.
Detalhe interno da capela.
Detalhe interno da capela.
Nenhuma adversidade, entretanto, abalou a fé do aposentado ou dos devotos que encontram ali um pequeno refúgio de adoração. Velas queimadas até o fim e rosas já secas no altar costumam marcar a presença de quem depositou suas orações no local. Dentro da redoma de vidro, a santa divide espaço com alguns pequenos papéis. Neles, mensagens de agradecimentos pelas graças alcançadas lembram quem encontrou conforto sob o manto feito de concreto.

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