Estilo & Cultura

Carta propõe criação de Conselho para preservar a memória ferroviária do Paraná

Júlia Rohden*
02/10/2017 20:00
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Foto: Antônio More / Arquivo / Gazeta do Povo. | GAZETA

Resgatar e preservar a memória ferroviária paranaense. Esse é o motivo que levou a Biblioteca Pública do Paraná, o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e o Centro de Memória Ferroviária da Lapa a elaborarem uma carta com oito pontos visando a recuperação e exaltação da história férrea do Paraná.
A carta, homologada no dia 21 de setembro, durante a I Semana Paranaense da Memória Ferroviária, será enviada para órgãos municipais, estaduais e federais. Para esta semana, por exemplo, está prevista a entrega dela para o secretário da Cultura do Paraná, João Luiz Fiani, como conta o diretor de Turismo da Lapa, Márcio Assad, que coordenada o Centro de Memória Ferroviária.
Depois, o documento será enviado à presidência da Assembleia Legislativa do Paraná, ao Ministério da Cultura, à Secretaria de Patrimônio da União, à Agência Nacional de Transportes Terrestres e também para as prefeituras dos municípios interessados na preservação ferroviária.
Homologação da carta durante a I Semana Paranaense da Memória Ferroviária. Foto: Divulgação
Homologação da carta durante a I Semana Paranaense da Memória Ferroviária. Foto: Divulgação

Objetivos

A criação do Conselho de Preservação e Conservação da Memória Ferroviária e do Turismo Férreo do Estado do Paraná, de caráter deliberativo e reivindicatório diante dos órgãos relacionados à temática ferroviária e de patrimônio, é o principal ponto defendido na carta. O conselho será composto por dez cadeiras, ocupadas por diferentes segmentos da sociedade. A previsão, segundo Assad, é a de que os conselheiros sejam eleitos antes do dia 20 de outubro.
Kalil Assad, historiador do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, ressalta que o Conselho dará suporte para as ações dos municípios, do estado ou do governo federal relacionadas à preservação da memória ferroviária. Ou seja, a tudo o que está relacionado com a história da ferrovia, incluindo a história imaterial. “Eu, como historiador, classifico a memória ferroviária de forma mais abrangente do que aquela visão de um trem nos trilhos. A ferrovia no Brasil afetou diretamente a vida de várias pessoas. Cidades inteiras viviam em torno da ferrovia”, completa.

Outros pontos

Outro item da carta afirma que o Conselho irá encaminhar pedido oficial para os órgãos federais competentes  para compor o acervo da SR 5, malha ferroviária que passa por Paraná e Santa Catarina, e das ferrovias antecessoras. O intuito, conforme explica Márcio Assad, é que os municípios interessados em criar espaços de memória – com documentos, veículos, fotografias – recebam apoio do Conselho. De acordo com ele, Piraquara, Pinhais e Araucária já manifestaram interesse.
Também está previsto o apoio do Conselho aos processos de tombamento de trechos e conjuntos ferroviários – formados por estações, casas remanescentes e outros bens ferroviários de interesse histórico.
A carta prevê, ainda, que a Semana Paranaense da Memória Ferroviária aconteça anualmente, tendo a Biblioteca Pública do Paraná como local oficial. Também será constituída a Comenda da Ordem do Mérito da Memória Ferroviária para homenagear pessoas e instituições com projetos relacionados à preservação da memória e história das ferrovias paranaenses.
*Especial para a Gazeta do Povo.

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