Estilo & Cultura

Hotel em Manhattan usa grafite para atrair hóspedes

Gloria Dawson / NYT
03/01/2017 17:00
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(Hilary Swift/The New York Times) | NYT

Geralmente, as empresas tentam impedir grafites em seus muros e removê-los quando aparecem. Mas não o Hotel Quin, em Midtown Manhattan. Ele encomenda grafites.
Chaz Barrisson, parte da dupla de arte da rua London Police, pintou recentemente dois de seus famosos personagens sorridentes na parede próxima às portas de serviço do hotel. A obra faz parte do programa artista residente do hotel, que incluiu uma exposição do trabalho em preto e branco do London Police, feito em tela e papel.
À medida que os hotéis suam mais para se destacarem na era do Airbnb, muitos têm se concentrado em usar a arte local para conferir um visual singular à sua decoração. Mas com os programas de artistas residentes, alguns hotéis dos Estados Unidos e do exterior estão dando um passo além, buscando tornar a experiência artística ainda mais imersiva para seus hóspedes.
“O hotel quer ficar bonito”, disse Barrisson no começo de sua residência de uma semana em meados de agosto. Assim, eles trouxeram um “happening”, comenta o artista. “E, para mim, não faz mal, faz?”
Art created by Chaz Barrisson, half of the street art duo London Police, on display in the lobby of the Quin Hotel, in New York, Aug. 18, 2016. As hotels aim to distinguish themselves in the Airbnb era, many see artist-in-residence programs as a way to add allure. (Hilary Swift/The New York Times)
Art created by Chaz Barrisson, half of the street art duo London Police, on display in the lobby of the Quin Hotel, in New York, Aug. 18, 2016. As hotels aim to distinguish themselves in the Airbnb era, many see artist-in-residence programs as a way to add allure. (Hilary Swift/The New York Times)
Entre outros hotéis que contam com programas de artistas residentes está o Quirk, em Richmond, Virgínia, que abrigou há pouco tempo Carli Holcomb, escultora que costuma trabalhar com metal.
Uma das residências mais longas é a do ilustrador David Downton no Claridge’s em Londres, onde está hospedado desde 2011, produzindo imagens de alguns dos hóspedes mais famosos do hotel, como Diane von Furstenberg, Sarah Jessica Parker e Dita Von Teese.
Nesses programas, os artistas costumam ser pagos para ficar e trabalhar nos hotéis, permitindo que os hóspedes interajam com eles e compreendam suas criações que vão muito além do que uma visita a um museu ou galeria pode expressar.
“É uma abordagem muito diferente do a que já vi no gênero de arte de hotel”, diz o curador de arte do Quin, DK Johnston, que já produziu eventos culturais para o Hotel Clift, em San Francisco, e o W South Beach, em Miami Beach.
Chaz Barrisson, half of the street art duo London Police, makes finishing touches on an art piece outside the Quin Hotel, which commissions graffiti to give its décor a one-of-a-kind look, in New York, Aug. 18, 2016. As hotels aim to distinguish themselves in the Airbnb era, many see artist-in-residence programs as a way to add allure. (Hilary Swift/The New York Times)
Chaz Barrisson, half of the street art duo London Police, makes finishing touches on an art piece outside the Quin Hotel, which commissions graffiti to give its décor a one-of-a-kind look, in New York, Aug. 18, 2016. As hotels aim to distinguish themselves in the Airbnb era, many see artist-in-residence programs as a way to add allure. (Hilary Swift/The New York Times)
Johnston recebe artistas para morar e trabalhar no hotel juntamente com uma mostra de sua obra desde que o hotel abriu as portas na Rua West 57th em 2013. O programa recebe principalmente artistas que, além de criarem obras para serem expostas no saguão, desenharam e pintaram nas portas, escadarias e outras áreas do hotel.
From left: former resident artist Nick Walker, the Quin Hotel’s art curator, with DK Johnston and Chaz Barrisson of the street art duo London Police in the hotel’s lobby, in New York, Aug. 18, 2016. As hotels aim to distinguish themselves in the Airbnb era, many see artist-in-residence programs as a way to add allure. (Hilary Swift/The New York Times)
From left: former resident artist Nick Walker, the Quin Hotel’s art curator, with DK Johnston and Chaz Barrisson of the street art duo London Police in the hotel’s lobby, in New York, Aug. 18, 2016. As hotels aim to distinguish themselves in the Airbnb era, many see artist-in-residence programs as a way to add allure. (Hilary Swift/The New York Times)
O hotel Pfister, em Milwaukee, com uma grande coleção de arte vitoriana, começou o programa de artista residente em 2009 “para criar obras novas, interagir com os hóspedes e ajudar a enriquecer a cena local de arte”, explica Joseph Khairallah, diretor operacional da Marcus Hotels and Resorts, proprietária do Pfister. A atual artista residente é a pintora abstrata Pamela M. Anderson.
A Marcus Hotels ampliou o programa para outras duas cidades, o Skirvin Hilton Hotel, em Oklahoma City, e o Lincoln Marriott Cornhusker Hotel, em Lincoln, Nebraska. Os artistas locais não moram nos hotéis, mas passam cerca de 30 horas semanais trabalhando em estúdios localizados nos arredores do saguão.
No Vendue, em Charleston, Carolina do Sul, o artista atual é Fred Jamar, pintor belga cuja obra recente se concentra em cenas coloridas do porto da cidade. Na maior parte do tempo ele trabalha em um estúdio no térreo, que os hóspedes são incentivados a visitar. Nas quintas à noite, ele pinta durante o jantar no restaurante do hotel, o Drawing Room.
“Hoje em dia, os viajantes buscam experiências culturalmente imersivas”, afirma Emily Rigsby, diretora de arte do Vendue. “Interagir com os artistas, entrar em seu estúdio e presenciar a produção da arte cria experiências únicas para os hóspedes.”
As residências são se limitam a artistas visuais. No Hotel El Ganzo, em San José del Cabo, México, o programa de artista residente incluiu artistas visuais e músicos que gravam no estúdio de 158 metros quadrados do hotel e se apresentam para os hóspedes no terraço.
O Monteverdi Hotel and Villas, em Castiglioncello del Trinoro, região toscana da Itália, tem uma abordagem ainda mais eclética, com artistas e acadêmicos em programa de residência. Entre as futuras residências estão um cantor de jazz, um de ópera e coreógrafo, um cenógrafo e figurinista e um neurologista, que dará palestras.
“Estamos em um lugar, a Toscana, que deu à luz o Renascimento. Temos um florescimento incrível da arte, da humanidade, ciência e música nesta pequena área do mundo”, diz Michael L. Cioffi, dono do hotel e criador do programa.
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