Minimalista e deslumbrante: conheça a casa do filme “Parasita”

Luciane Belin*
10/02/2020 10:53
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Fotos: CJ ENM Coorporation, Barunson E&A/Divulgação

Maior vencedor do Oscar 2020 com quatro estatuetas, entre elas as de Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro, o longa-metragem coreano “Parasita” é a sensação cinematográfica do momento. Além da história instigante e dos personagens cativantes, a cenografia é outro aspecto da película que conquistou e despertou a curiosidade dos espectadores. Imagine passear pela casa da família Park? Mas, atenção: este texto contém detalhes sobre a construção que podem funcionar como spoilers da narrativa!
Centrado na história de uma família que tenta subir alguns degraus na vida econômica, “Parasita” coloca em cena questões sociais e de habitação, bem como problemas de urbanismo e saneamento. A maior parte do filme se passa em uma casa de alto padrão, onde os protagonistas trabalham para os Park.
Foto: CJ ENM Coorporation, Barunson E&A/Divulgação
Foto: CJ ENM Coorporation, Barunson E&A/Divulgação
Na trama, a residência é assinada pelo arquiteto ficcional Namgoong Hyeonja, que teria desenhado e construído a casa onde morou até o fim de sua vida. No entanto, a estrutura é obra do designer de produção Lee Ha Jun, contratado pelo diretor Bong Joon Ho para dar vida aos cenários deslumbrantes do filme.
Para retratar o lar de um profissional premiado, Jun priorizou em seu traço uma estrutura que funcionasse na prática como cenário para a filmagem, mas que também passasse a sensação de ser uma casa verdadeira.
Com pé-direito baixo e cômodos amplos e abertos, a casa se espalha horizontalmente, cercada em verde e ostentando um belo jardim, que os moradores da casa conseguem observar através das paredes de vidro da sala e da cozinha. Na película, os personagens chegam a citar que o arquiteto planejou a casa pensando em transformar a parede da sala em uma espécie de tela ou moldura para a paisagem lá fora.
Em muitas das cenas, a composição da casa é um aspecto essencial para o andamento da história, como durante o jantar que os funcionários têm na sala, onde a pobreza e a riqueza se contrapõem visualmente.
A enorme cozinha dialoga com uma despensa também muito ampla, e a interação entre um cômodo e outro é essencial para a dinâmica do filme e dos personagens, que frequentemente estão se deslocando entre os ambientes.
Com uma estética que transita entre o minimalista e o modernista, a construção é formada por diversos blocos interligados, tanto no interior quanto no exterior. A decoração é sóbria e discreta, contrapondo madeira e tons terrosos, como marrom, azul, preto e bege.
Outra importante parte da cenografia de “Parasita” retratada na residência é o porão que está oculto sob a moradia. Acessível por uma porta escondida pela prateleira da despensa, o espaço consiste em um túnel com vários cômodos secretos, encomendados pelo arquiteto e que refletem uma característica curiosa e alvo de especulação da arquitetura coreana: a de construir passagens secretas em suas casas.
“Parasita” estreou no Brasil em novembro de 2019 e já havia saído de cartaz, mas retornou a algumas salas de cinema depois da divulgação da lista de indicados ao Oscar, na qual concorreu em seis categorias.
*Especial para Haus
** Matéria originalmente publicada em 18/01/2020

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