Estilo & Cultura

Telefone de Hitler que foi arrematado por R$ 750 mil é falso, assegura especialista

HAUS
07/03/2017 16:58
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Foto: Alexander Historical Auctions/Reprodução

O telefone vermelho de Adolf Hitler leiloado por R$ 750 mil no último dia 19 de fevereiro em Maryland, nos Estados Unidos, pode ser uma fraude. A dúvida foi levantada pelo diretor do departamento de coleções do Museu de Comunicações de Frankfurt, Frank Gnegel, como apurou a Deutsche Welle e o jornal Frankfurter Allgemeine.
“Trata-se claramente de uma falsificação”, afirmou o especialista. “O telefone em si foi produzido pela Siemens & Halske, mas o fone é de um aparelho inglês. Nunca se produziu desse modo. Ele deve ter sido posteriormente montado na Inglaterra”, onde esteve durante um bom tempo, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Telefone vermelho pessoal de Adolf Hitler foi a leilão no último dia 19 no Alexander<br>Historical Auctions, nos Estados Unidos. Foto: Alexander<br>Historical Auctions/Reprodução
Telefone vermelho pessoal de Adolf Hitler foi a leilão no último dia 19 no Alexander<br>Historical Auctions, nos Estados Unidos. Foto: Alexander<br>Historical Auctions/Reprodução
A casa de leilões Alexander, que vendeu o telefone nos Estados Unidos, argumenta tratar-se de uma construção especial, para que o fone não caísse do aparelho durante o transporte, feita por uma sucursal da Siemens no Reino Unido que teria cooperado estreitamente com a matriz até o início da guerra.
“Essa afirmação é bastante idiota”, rebate Gnegel, pois se nota que a peça inglesa não se encaixa bem no aparelho alemão. “Por que uma firma no Reino Unido construiria um fone para Hitler? A Siemens teria certamente fabricado com prazer um novo telefone para ele.”
O especialista prossegue argumentando que a Siemens teria fornecido “um exemplar condizente, de plástico tingido, em vez de pintar um telefone preto, de maneira antiprofissional”.
“Tudo o que tinha a ver com Hitler era produzido com a mais alta qualidade, por que simplesmente se pintaria por cima da gravura? Além disso, era totalmente implausível Hitler ter um aparelho com dial rotativo, já que ele era sempre conectado manualmente à rede telefônica.”
No museu em Frankfurt, Gnegel é responsável por uma das coleções mais importantes sobre a história da telefonia na Europa, com um total de 2 mil aparelhos datando a partir do ano 1881.

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