À beira de uma represa do Rio Paranapanema, na cidade de Porecatu (PR), uma casa pensada para ser invadida pelas imagens da água e da natureza. Projeto assinado pela arquiteta Juliana Meda, a casa pensada por um casal para receber a família nos finais de semana permite visões do lago a partir de todas as janelas. “Uma busca para o lado de fora”, como afirma a profissional.

Todos os elementos são calculados para trazer leveza, a começar pela sua estrutura. A profissional investe em um método construtivo diferente, com estrutura em aço, fechada com cartonada e com acabamentos de steel frame — combinação que gera menos custos, impacto ambiental e tempo de obra.

A casa de 300 m² tem como ponto central a área de convivência, que integra em um único ambiente a sala de TV, o jantar e o espaço gourmet. O aço da estrutura se junta, então, à pedra, à madeira e ao vidro para criar ambientes amplos, aconchegantes e com tons quentes.

Os ambientes compartilhados e sem paredes deram o tom do living. Em uma das pontas fica a área reservada à televisão. Em frente à parede de vidro, a ideia era não esconder a paisagem atrás da mobília. Por isso, todos os móveis escolhidos têm pouca altura, compensando no comprimento. Compostos com eles estão móveis antigos, herdados de uma antiga fazenda da família, em um contraste com a mistura contemporânea de revestimentos.

Em vez de cozinha, a casa tem um espaço gourmet integrado às áreas comuns, ampliando as possibilidades de convivência da família. Este foi o único ambiente no qual a arquiteta optou por trabalhar com marcenaria, com uma ilha que concentra um balcão e alguns dos equipamentos de cozinha. A churrasqueira, embutida, fica em meio a uma das paredes de pedra — a única do espaço que não é voltada para o lago, e que esconde, atrás de si, a parte funcional da casa.

Em uma combinação de revestimentos e iluminação, a área externa traz como destaque a mistura de elementos. Paredes de pedra do tipo madeira são iluminadas com pontos de uplight. O tipo de construção faz com que a casa pareça flutuar em meio ao projeto paisagístico, que mantém as características locais.

Para não mexer na angulação do terreno, a piscina foi suspensa para ficar no mesmo nível térreo da casa — o que também permite que ela tenha uma pequena queda d’água. Com borda infinita, ela se mistura à paisagem do lago vizinho, mesclando os dois horizontes. No deck, bancos suspensos são iluminados na parte de baixo, reforçando a sensação de soltura.

Quatro suítes compõem a área íntima da casa, três delas dedicadas aos filhos do casal. “Cada quarto tem um tema de flores, para não caracterizar que cada filho tenha o seu”, explica Juliana. Como a hospedagem na casa normalmente é curta, os quartos não possuem armários, mas penduradores que dão conta das bagagens leves. Além das camas de casal, os quartos também contam com camas menores, para os netos.