Dicas de reforma

Manifesto Haus

Antes de pintar, capriche na preparação da parede; Veja dicas de profissionais

Mariana Ceccon, especial para HAUS
15/04/2020 20:00
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Capaz de ampliar, diminuir, marcar e até mesmo influenciar nas sensações que temos ao entrar em um ambiente, a cor de uma parede é elemento chave no design. Apesar de sua importância, alterar o pigmento de uma área é um dos itens mais fáceis de fazer por conta própria em uma reforma.
Com tempo, orientações, produtos e ferramentas corretas, é possível fazer um bom trabalho, mesmo aqueles que não tem nenhuma afinidade com a prática ou nunca tiveram a experiência de realizar uma pintura doméstica antes. O segredo, garantem os profissionais, está muito mais na preparação da parede, no que na aplicação da tinta em si.
Veja um passo a passo de como pintar uma parede do zero ou alterar o pigmento:

Proteção

Quando bater a vontade de mudar a cor de uma parede (ou de várias), a primeira coisa a se fazer é proteger o ambiente de trabalho, tendo em vista que, dependendo do tamanho do espaço, a área poderá ficar "interditada" de um a três dias, em média.
Comece retirando todos os móveis e objetos que puderem se movimentados. As peças embutidas ou que não puderem ser levadas, devem ser cobertas, bem como todo o piso. "No mercado temos algumas mantas específicas para forrar o chão, que tem a capacidade de absorver a tinta que cair, sem ficar correndo para todo o lado, como acontece com as lonas. Uma outra opção que gosto de sugerir para forração é o papelão, porque ele também consegue absorver bem a tinta, sem fazer muita sujeira", explica o responsável pelo treinamento de vendedores da Verginia, William Medeiros.

Prepare

Todo cuidado é pouco ao preparar a parede para receber uma nova cor. Antes de mais nada, é preciso analisar a parte "técnica" da área a ser pintada. Note onde estão as rachaduras, trincas, buracos, sinais de umidade e pedaços descascados. Eles precisarão ser tratados antes de ganharem cara nova.
"Se eu fosse recomendar um remédio genérico para os problemas mais comuns das paredes, como reboco velho e esfarelando, parede soltando muito pó, que sofre com algum tipo de umidade leve, indicaria o uso de algum fundo preparador de paredes. É como se fosse uma espécie de cola, que traz mais estabilidade para a estrutura", explica Medeiros. Os impermeabilizantes também podem ser aplicados nessa fase. "Se a parede estiver com muitas falhas, também evite passar uma cor brilhante, já que esses defeitos vão ficar mais realçados", complementa o profissional.
Já para os buracos e falhas maiores é preciso recorrer a um preenchimento com massa corrida antes. "Depois que a massa estiver seca, lixe a área do retoque e em seguida toda a parede que pretende pintar, com uma lixa número 100", recomenda o pintor profissional Sergio Riccardo Uehara Cortes. O mesmo deve ser feito quando a tinta antiga é brilhante. Lixe o pigmento para criar mais porosidade e fosquear o pigmento.
"Depois é preciso passar um pano úmido removendo todo o pó da superfície. Enquanto a parede seca, aproveite o tempo para emoldurar e proteger com fita crepe os rodapés, interruptores, vistas das portas e a união entre o teto e a parede", complementa o pintor.

Utensílios e produtos

Na maioria dos casos a lei é universal: utilize o pincel para fazer os cantos e o rolo para as áreas maiores. A dica aqui no entanto é usar as ferramentas a favor do rendimento da tinta. "Apesar do rolo grande dar a impressão de que o serviço pode ir mais rápido, ele também absorve mais tinta e rende menos na parede. Se estamos falando de uma área de dois metros quadrados por vez, é melhor usar o rolo pequeno", recomenda o assistente de marketing da Verginia, Rodrigo Bathke. Ele também indica que o pincel deve ser usado quando a superfície a ser coberta for de madeira ou em paredes com textura.
Já na escolha das tintas, também é importante ficar atento na relação custo e benefício, além do uso de equipamentos extras de proteção individual. Enquanto as tintas à base de água podem ser aplicadas sem luvas os máscaras, as tintas esmalte, à base de solventes, precisam que o ambiente esteja bem arejado e o pintor, com as vias respiratórias e a pele protegidas.
A tonalidade também pode impactar no rendimento do serviço. Ao contrário do que o senso comum possa indicar, cores claras costumam ter um poder de cobertura maior e precisam de cerca de duas demãos para ficarem prontas. Já as tintas escuras podem demandar até quatro camadas de cobertura para chegarem no ponto ideal e não apresentarem manchas.
"O rendimento vai estar indicado pelo fabricante na lata, mas geralmente se a parede estiver em boas condições, bem lisa e tratada, e o pigmento escolhido for mais claro, um galão de 3,6 litros costuma render até 76 metros quadrados", completa Bathke.

Aplicando

Antes de colocar a tinta na parede, cheque se existe alguma recomendação do fabricante para que seja feita alguma diluição do pigmento com água ou solvente. Em seguida, coloque o produto em uma bandeja de pintura, retire o excesso e aplique na parede. "Para quem não tem agilidade e destreza é melhor fazer a pintura em um único sentido, para não ficar as marcas do rolo ou do pincel na parede. Quem é profissional consegue espalhar melhor a tinta fazendo a pintura em vários sentidos e depois alisando, para eliminar aquele aspecto de casca de laranja", explica o pintor Sergio Cortes.
Após finalizar a aplicação da primeira camada é preciso esperar cerca de três horas antes de reaplicar a tinta. O mesmo tempo deve ser respeito entre uma camada e outra, até que o novo pigmento chegue ao tom e aspecto desejado. "Se a pintura for do lado exterior é possível também aplicar verniz ou resina, depois da última demão, para dar um melhor acabamento", explica Rodrigo Bathke.
Com a pintura já seca é hora de retirar a fita crepe das bordas, trazer os móveis de volta e curtir o ambiente totalmente renovado.

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