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Manifesto Haus

Plantas imperiais garantem exuberância ao jardim; conheça espécies

Isadora Rupp, especial para HAUS
03/04/2020 11:00
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Foto: Dea Fylyk/Divulgação | Dea Fylyk

Para quem busca um projeto de paisagismo de jardim ou mesmo de uma área externa, uma nova tendência tem chamado a atenção: a de usar as chamadas plantas imperiais, ou gigantes. O resultado são espaços ousados e com personalidade, onde as exuberantes plantas ficam em evidência. A ideia é que as espécies imperiais se tornem as protagonistas. “Elas são práticas para cuidar e requerem uma manutenção mais simples”, diz o paisagista Wolfgang Schlögel.
 Jardim projetado por Wolfgang Schlögel na Mostra Morar Mais 2019 trouxe bromélias imperiais em vasos e floreiras. Foto: Dea Fylyk/Divulgação
Jardim projetado por Wolfgang Schlögel na Mostra Morar Mais 2019 trouxe bromélias imperiais em vasos e floreiras. Foto: Dea Fylyk/Divulgação
Entre as espécies mais populares estão a bromélia imperial, a jasmim do imperador, a acácia imperial e as palmeiras. Destaque também para a bastão do imperador, que tem floração em boa parte do ano e é ideal para projetos de paisagismo, já que também costuma atrair beija-flores e outros pássaros.

A  origem

A nomenclatura planta imperial remete à colonização do Brasil, explica o paisagista e diretor da Infiniti Vertical Gardens, Rodrigo Cazarini. O técnico agrícola, que pesquisa e trabalha com plantas há 20 anos, fala que o termo surgiu por causa do período do Império. “Dom João VI [que foi rei de Portugal e imperador titular do Brasil] trouxe algumas espécies da Europa, como a palmeira, e tudo o que ele usava no jardim da casa dele se tornava imperial. Por isso, várias espécies são seguidas com essa nomenclatura e muitas estão conservadas até hoje no Jardim Botânico do Rio de Janeiro”, salienta Cazarini.

Palmeira imperial

Os dois mil tipos de palmeiras existentes no Brasil são também representantes populares entre as plantas imperiais. Cazarini acredita que as árvores, que na fase adulta e sadia podem alcançar até 30 metros de altura, serão cada vez mais usadas nas grandes cidades, pela sombra e conforto térmico que proporcionam. Ele cita como exemplo árvores que são plantadas em canteiros ao longo de avenidas, em cidades como Balneário Camboriú (SC). “Você não precisa ter um espaço gigante para uma palmeira, que cresce na vertical e tem tronco pequeno. Pode plantar em frente de casa, ou até mesmo no jardim”, orienta Cazarini.
De acordo com ele, há possibilidade de fazer um jardim mais clean usando a palmeira, com a árvore sendo a protagonista em meio a uma área de gramado, por exemplo. “Depende muito do gosto de cada um, mas vem se usando muito um jardim mais limpo, deixando algumas plantas imponentes em destaque. Diferente daquela ideia do jardim da vovó de antigamente, onde espécies eram plantadas aleatoriamente e tudo ficava bem misturado”, fala.
O cuidado maior, segundo Cazarini, é no transplante da palmeira do viveiro para o local de plantio. “Precisa ser feita uma grande cova, em um solo bem encharcado, e com apoio de profissionais experientes”, orienta. O cuidado redobrado é necessário para garantir o resultado do alto investimento, já que o valor da palmeira imperial varia de R$ 5 a R$ 10 mil quando adulta. Quem busca uma opção mais em conta pode plantar a espécie ainda pequena (cujo valor médio é de R$ 500), e curtir o desenvolvimento da árvore, o que pode levar, de acordo com o paisagista, cerca de 10 anos.

No jardim de casa

Para quem deseja ter uma palmeira imperial no jardim, Wolfgang Schlögel fala que não há necessidade de o espaço ser tão grande, mas um terreno maior é preferível, pela questão da proporção. “Um terreno pequeno não impede que a pessoa tenha, mas para um projeto de paisagismo pode ficar estranho pela proporção quando observamos o local em 360°. A pessoa só vai enxergar a árvore se estiver embaixo dela, e o bacana é poder observar de longe. Mas não é um impeditivo se a pessoa quiser. O jardim é algo muito sensitivo”, acredita. Também é necessário, diz ele, observar a fiação e a manutenção da árvore: por ser alta, as folhas secas acabam caindo e são pesadas, e é preciso ficar atento.
 Espécie da bromélia imperial: planta é querida no paisagismo pela exuberância e potencial decorativoo. Foto: Bigstock
Espécie da bromélia imperial: planta é querida no paisagismo pela exuberância e potencial decorativoo. Foto: Bigstock
Mais fácil de usar por conta da proporção, as bromélias, cuja espécie gigante não alcança mais do que um metro de altura, é uma opção para quem deseja ter plantas imperiais no jardim. É fácil de cuidar e vai bem em espaços projetados para serem práticos. “Ela é sempre bastante usada nos projetos por ser muito decorativa”, diz Schlögel. No entanto, houve uma queda em seu uso nos últimos anos por conta de informações falsas que surgiram dizendo que seu formato, que acaba permitindo o acúmulo de água, seria um complicador para a disseminação da Dengue; a divulgação foi tamanha que produtores amargaram quedas bruscas nas vendas. “Ela tem uma enzima que não deixa os insetos procriarem, então isso é lenda. Foi comprovado inclusive pela Fiocruz, que realizou experimentos por dois anos e não encontrou nenhum foco”, frisa o paisagista.

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