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Paisagismo e Jardinagem

Bambu no paisagismo: conheças as espécies e confira dicas de cultivo

Stephanie D'Ornelas, especial para HAUS
21/05/2021 13:31
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Conheça os principais cuidados necessários para utilizar o bambu no paisagismo. | Bence Balla-Schottner/Unsplash

Bambu japonês, preto, mossô: essas são apenas algumas das centenas de espécies de bambu que existem pelo mundo. Símbolo da sorte e prosperidade em culturas orientais, o bambu é uma planta versátil, muito usada no artesanato, em construções sustentáveis e na decoração de interiores. Perfeito para ambientes tropicais, também é uma boa pedida para embelezar projetos paisagísticos.
“O bambu mais utilizado no paisagismo é o mossô, que é tem aspecto entortado, e a bambusa, que é muito usada para fazer cerca viva. Outras espécies famosas para o uso ornamental são o bambu-metake (também chamado de japonês), bambu-brasileiro, bambu-barriga-de-buda e bambu-negro”, destaca André Possolli, paisagista da Casa das Plantas.
A planta se desenvolve melhor em jardins e ambientes externos ensolarados. “O bambu é uma espécie de gramínea, por isso é uma planta que precisa de muito sol, gosta de umidade e vento nas folhas”, explica o paisagista. Para manter a planta tropical em áreas internas, são necessários vários cuidados: é preciso colocar a planta próxima a uma janela ensolarada, que permita que toda a estrutura pegue sol durante uma parte do dia.
Bambu precisa de muito sol para se desenvolver.
Bambu precisa de muito sol para se desenvolver.
Também é necessário manter o espaço bem ventilado, com as janelas abertas, e regar o bambu com frequência. “Pelo menos duas vezes por semana no verão e uma vez por semana no inverno. Mas, se for um lugar mais quente, vai ter que molhar mais, e se for mais úmido e o vaso já estiver molhado não precisa regar tanto”, orienta Possolli.

Cuidados após o plantio

Após comprar uma muda de bambu e plantar em um novo ambiente, o principal cuidado deve ser com a rega. “Molhe a base do bambu, para ele se hidratar pelo sistema radicular, e faça uma hidratação molhando as folhas. Repita isso diariamente por pelo menos um mês”, instrui Possolli. “Existe o mito de que não se pode molhar a planta durante o dia, no sol. Muito pelo contrário: é o momento em que ela mais precisa de água, que mais tem sede, principalmente nas folhas, então pode molhar a vontade”.

Folhas amareladas ou queda de folhas: e agora?

Duas situações principais fazem com que as folhas do bambu amarelem: falta de sol e de nitrogênio. “Se o bambu fica na sombra, ele começa a amarelar por falta de nutrição, pois não consegue fazer fotossíntese, e as folhas vão enfraquecendo. A adubação deve ser feita a cada seis meses, com fertilizante rico em nitrogênio, para manter as folhas sempre bonitas”, afirma Possolli. Já a queda de folhas do bambu acontece quando a planta está desidratada — é um aviso de que a rega precisa ser feita com mais constância.

Insetos e manejo

Bambu se propaga com facilidade.
Bambu se propaga com facilidade.
Em ambientes internos, o bambu é mais suscetível ao ataque de insetos, principalmente as cochonilhas, que preferem ambientes menos ensolarados. No jardim, é importante fazer o controle do bambu, que se propaga com facilidade. “O bambu é muito invasivo, ele enraíza e dá muito broto. Tem que cuidar pra ele não se espalhar muito pelo jardim e se tornar algo incontrolável”, alerta Possolli.

Parece bambu, mas não é

Bambu-da-sorte lembra um bambu em miniatura, mas é outra espécie de planta.
Bambu-da-sorte lembra um bambu em miniatura, mas é outra espécie de planta.
Febre na decoração e nas redes sociais, o bambu-da-sorte não é um bambu de verdade, apesar da estrutura similar. Por esse motivo, a Dracaena sanderiana — nome da espécie de origem africana, que pertence à mesma família dos lírios — exige cuidados diferentes. Ao contrário das espécies de bambu verdadeiro, o bambu-da-sorte se adapta bem em ambientes internos e deve receber luz indireta, já que a incidência solar direta pode amarelar ou queimar as folhas.
A planta cresce de maneira lenta e é conhecida pela sua resistência, sendo uma boa opção até para quem acha que não leva muito jeito com as plantas. Em vaso, o bambu-da-sorte precisa de solo úmido, mas não encharcado, por isso a rega deve ser intervalada. Prefira água mineral ou filtrada, pois o cloro da água da torneira pode enfraquecer a planta.
Bambu-da-sorte é uma espécie que sobrevive com as raízes na água.
Bambu-da-sorte é uma espécie que sobrevive com as raízes na água.
O bambu-da-sorte também pode ser cultivado diretamente na água, em vasos de vidro estreitos ou em vasos maiores com pedriscos e água até a altura das pedras, para manter a planta firme e prevenir a proliferação do mosquito da dengue. É importante trocar a água a cada dois ou três dias e lavar bem o recipiente.

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