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Camarão Vermelho e Amarelo: as espécies que estão entre as favoritas dos beija-flores

Maria Coelho, especial para HAUS
31/12/2021 13:13
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Você já ouviu falar em Camarão Vermelho e Amarelo? Não estamos falando dos crustáceos, mas sim das espécies de plantas que, apesar do nome parecido, são de gêneros diferentes. Ambas são da família das Acanthaceae, mas o Camarão Vermelho é uma Justicia brandegeana, originária do México, na América do Norte. Já o Camarão Amarelo é de família parecida, a Patchystachys lutea Ness. Sua origem é na América do Sul, no Peru, mas alguns especialistas indicam que a planta veio do Acre, região Norte do Brasil.
As duas se dão muito bem em climas tropicais. Porém, seu destaque não se restringe apenas à resistência em lugares com altas temperaturas, mas também pela facilidade das espécies em atrair polinizadores.
“As plantas têm que dar um jeito de colocar o pólen da parte masculina da flor na parte feminina da outra flor. Para isso, existem várias estratégias. Algumas usam vento, algumas atraem abelhas que vão levá-lo de uma para a outra, outras usam pássaros, como o beija-flor” explica o engenheiro agrônomo do Garden Center Chácara Flor da Suissa, William Nikkel. A característica física das espécies, como o tubo fino, facilita a “visita” do pássaro, que é atraído pelo néctar presente no fundo da flor.
O Camarão Vermelho tem inflorescências de brácteas vermelhas com flores brancas que permanecem em evidência durante o ano todo. A folhagem é ramificada, com nervuras bem marcadas. Já o Camarão Amarelo tem uma inflorescência muito chamativa nessa tonalidade.
Identificadas como arbustos, plantas vão bem em jardins externos e também em vasos.
Identificadas como arbustos, plantas vão bem em jardins externos e também em vasos.
“A parte colorida é uma bráctea com um formato de espigas, que se sobrepõem umas às outras, como escamas, para proteger as flores, e também serve para atrair insetos polinizadores para a parte verdadeira da flor”, relata Cristiely Rodrigues dos Santos, florista da Maison Flowers. “Só o bico do beija-flor alcança lá no fundo para pegar o néctar. É bem específico e todas as plantas de beija-flor vão ser assim”, acrescenta Nikkel.
Além disso, ambas são identificadas como arbustos e têm praticamente as mesmas características, como o tamanho, que pode chegar a 1 metro de altura, por exemplo.
 Apesar das semelhanças, as espécies têm características específicas. O Camarão Vermelho, por exemplo, tem inflorescências de brácteas vermelhas e flores brancas.
Apesar das semelhanças, as espécies têm características específicas. O Camarão Vermelho, por exemplo, tem inflorescências de brácteas vermelhas e flores brancas.

Comocuidar das espécies?

O Camarão Vermelho e Amarelo são plantas indicadas para jardins em áreas externas, utilizadas em cerca viva ou como um arbusto principal, mas também em jardins de inverno, plantadas em vasos. Ambas exigem poucos cuidados e vivem por um bom tempo. “São plantas perenes, com um ciclo de vida de cinco anos”, destaca Cristiely.
No que diz respeito à quantidade de luz, as espécies podem receber sol pleno ou se adaptam bem com meia-sombra. As duas preferem clima mais quente, como ocorre em muitas partes do Brasil, e podem até viver bem em climas subtropicais, mas não resistem a geadas. "Inclusive não são plantas muito indicadas para Curitiba. Se adaptam muito bem ao nosso litoral, mas é preciso protege-las bem no inverno. Em temperaturas abaixo de zero, às vezes elas acabam morrendo. Se deixar na meia-sombra, protegida ou em vaso que se pode recolher, é bem mais tranquilo”, ressalta Nikkel.
O número de rega pode variar de acordo com a quantidade de exposição à luz, e se estão plantadas em vasos ou na terra. “Se usar no solo mesmo, praticamente as chuvas vão dar conta. Só nas semanas no fim do ano, em que as temperaturas ficam muito altas e as chuvas mais esparsas, é bom regar. Já em vasos a rega é muito importante, mas depende muito das horas de sol que vai pegar e a temperatura do ambiente”, comenta o agrônomo.
Segundo o especialista, a necessidade de rega pode ser de uma vez na semana para temperaturas mais amenas, em meses como abril e maio, ou até mesmo todos os dias, em meses como janeiro e dezembro. “Não tem regra de ouro”, reforça. A dica para saber se as espécies precisam de água é espetar um palito na terra. “Se ele voltar muito úmido, muito sujo, não precisa regar ainda. Se voltar bem limpinho, é porque a terra está bem seca, está na hora de molhar”, ressalta. Cristiely reforça que é importante cuidar para não regá-las em excesso. “Elas não gostam de muita água”, alerta.
Um dos cuidados específicos com o Camarão Amarelo deve ser a poda adequada, para que tenha um bom florescimento.
Um dos cuidados específicos com o Camarão Amarelo deve ser a poda adequada, para que tenha um bom florescimento.
Em relação a cuidados específicos para cada uma das espécies, para o Camarão Amarelo é importante dedicar uma atenção especial à poda. “É bem importante, por agosto ou setembro, fazer uma poda razoável nela, pelo menos diminuir um terço do volume, para que haja espaço para ela crescer e florescer bem. Essa poda no Camarão Amarelo é bem importante no início da primavera, antes das flores aparecerem”, indica o engenheiro agrônomo. Em Curitiba, o mês mais indicado para a poda é agosto, para proporcionar à espécie um bom florescimento.
Já no caso do Camarão Vermelho, a especificação é cuidar com os galhos, que podem ficar muito caídos. “É legal tutorar a planta, amarrar os galhos, para eles ficarem mais eretos, senão acaba ficando bem escandente, com os galhos sempre pra baixo”, ressalta. O conceito de tutorar consiste na instalação de uma estrutura para guiar o crescimento das plantas.
Em relação à terra, é fundamental dar preferência para um substrato com um bom teor de matéria orgânica e, para a adubação, optar por produtos específicos para plantas de vegetação. “Uma adubação equilibrada que use nitrogênio, fósforo e potássio”, recomenda o especialista.

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