O descolado jardim da vovó: as plantas de ontem que voltaram à moda

Stephanie D’Ornelas*
02/05/2018 10:30
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A clássica samambaia-americana é uma das plantas ornamentais mais vendidas do país. Popular entre os brasileiros por seu grande volume e textura, requer cuidados diários. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo | Ana Gabriella Amorim

Nas décadas de 1980 e 1990, era difícil entrar em uma casa que não ostentasse uma bela samambaia. Depois de anos meio esquecidas, essas plantas retornaram com tudo na decoração de ambientes. Além de embelezar, são espécies carregadas de significado afetivo: para muita gente, relembram os velhos tempos na casa dos pais e avós. E não são só as samambaias que estão em alta: várias outras plantas que lembram o quintal da vovó estão voltando a ganhar espaço nas residências. A espada-de-são-jorge, peperomia, fitônia, begônia e maranta são algumas delas. Apesar das samambaias exigirem um pouco mais de cuidado, as últimas são de fácil manutenção.
Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo.
Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo.
MAIS SOBRE DECORAÇÃO RETRÔ
“Elas são as mais procuradas porque são fáceis de cuidar. Você vai dar água duas a três vezes na semana, no máximo. E o bom é que elas são plantas de sombra, assim como as samambaias. Podem ficar dentro de casa tranquilamente”, explica Patrícia Belz, proprietária da floricultura especializada em plantas indoor Borealis. Essas espécies, ideais para ambientes internos, não devem receber sol direto. O importante é que permaneçam em locais iluminados. A rega pode alterar de acordo com o clima: em épocas úmidas e chuvosas, essas plantas podem ser regadas apenas uma ou duas vezes por semana. “Mas se você mora em um apartamento pequeno, abafado, as plantas vão sofrer um pouquinho pela falta da ventilação, então você deve molhar com mais frequência durante a semana”, destaca Patrícia.

Manual das samambaias

Algumas das espécies de samambaias mais populares são a samambaia-americana e chifre-de-veado. A florista Márcia Carazzai Sorgenfrei, proprietária da Agapanthus Floricultura, conta que a mini-samambaia-havaiana também é muito procurada, principalmente por quem tem espaços pequenos. Apesar de resistentes, as samambaias necessitam de cuidados diários. É preciso instalá-las em locais de meia sombra, em que possam receber luz solar indireta — janelas viradas para o sul são perfeitas para isso. O lugar escolhido deve ter boa ventilação.
A chifre-de-veado (no detalhe na parede) é uma samambaia “diferentona”, ideal para quem quer fugir do tradicional. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo
A chifre-de-veado (no detalhe na parede) é uma samambaia “diferentona”, ideal para quem quer fugir do tradicional. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo
As samambaias adoram umidade, portanto, o solo deve ser mantido sempre úmido, mas nunca encharcado. Para saber se está no ponto ideal, coloque o dedo na terra: se sair sujo, não é preciso regar. A rega deve ser feita diretamente no solo, porém, quando o tempo estiver quente, uma boa pedida é borrifar água sobre as folhas uma ou duas vezes na semana. No inverno, mantenha a samambaia longe do vento, que pode desidratar a planta e fazer com que as folhas caiam.
A pequena samambaia-havaiana é a escolha certa para ambientes reduzidos. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo.
A pequena samambaia-havaiana é a escolha certa para ambientes reduzidos. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo.
Como essas plantas não suportam temperaturas muito baixas, uma opção é transportá-las para o banheiro em dias de muito frio, onde poderão desfrutar de um ambiente aquecido e úmido, ou para locais da casa que sofram menos variação térmica. Outra indicação para deixar as samambaias lindas como as de floriculturas é adubá-las uma vez por mês.

Flores retrô

As coloridas folhas das marantas parecem até pintadas à mão. Nativo da mata brasileira, o gênero apresenta aproximadamente trinta espécies. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo.
As coloridas folhas das marantas parecem até pintadas à mão. Nativo da mata brasileira, o gênero apresenta aproximadamente trinta espécies. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo.
Quem gosta de flores também pode levá-las para dentro do lar para criar o clima aconchegante de casa de vó. “Na época dos meus avós era muito comum ter um vaso de antúrio no canto da sala, e o pessoal está procurando muito. As violetas também. As azaleias, que eram bem flor de jardim de casa, hoje são comercializadas em vasos de pequeno porte, você pode trazer para dentro de casa”, conta Márcia. Para ela, as flores naturais nunca saem de moda, só voltam a ser uma tendência mais acentuada em cada momento.
As peperômias voltaram como uma das principais tendências na decoração verde.Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo
As peperômias voltaram como uma das principais tendências na decoração verde.Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo
“Eu acho muito legal esse resgate das plantas que a gente tinha no passado. Porque hoje tem muita casa linda, mas que falta a flor natural para dar vida àquele lugar. Chegar em casa e encontrar uma plantinha dá a sensação de que está tudo no lugar, você tem um carinho, uma coisa pra cuidar, pode desenvolver um hobbie. Sem contar que traz essa coisa de lar doce lar, casa da vovó. Remete a esse tempo de aconchego, acolhida”, diz.

Vintage e atual

Espadas-de-são-jorge em versão mini (conhecidas como espadinhas) levam delicadeza ao ambiente. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo
Espadas-de-são-jorge em versão mini (conhecidas como espadinhas) levam delicadeza ao ambiente. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo
Engana-se quem pensa que o visual da decór fica ultrapassado com as plantas da vovó. Com toques modernos, esses vegetais nostálgicas dão um toque cool ao ambiente. A principal dica da Patrícia é usar os estilosos cachepôs para receber as plantas. Esses itens são semelhantes a vasos, mas surgiram como um suporte para armazenar os de beleza inferior. Feitos a partir de diferentes materiais e em diversos formatos, funcionam como verdadeiros objetos decorativos. “Os cachepôs dão a modernidade pras plantas. No passado, usava-se bastante os vasos de bambu, de terracota. Hoje, está se usando mais vasos de cimento, cachepôs de tecido, crochê”, indica.
A folhagem colorida das begônias (ao fundo) é o maior atrativo da planta. Junto com a fitônia cria um interessante contraste. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo
A folhagem colorida das begônias (ao fundo) é o maior atrativo da planta. Junto com a fitônia cria um interessante contraste. Foto: Ana Gabriela Amorim / Gazeta do Povo

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