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10 segredos para cuidar das orquídeas e mantê-las saudáveis o ano todo

Gustavo Queiroz, especial para HAUS
18/01/2021 16:43
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Woman holding orchids flowers on window sill. Housewife taking care of many different home plants .

Muitos motivos premiam as orquídeas com o título de “rainha das flores”. Enquanto a queridinha rosa é encontrada na natureza em cerca de 150 espécies diferentes, as orquídeas chegam à marca de 35 mil – sem contar os cruzamentos artificiais. Tamanha responsabilidade caminha junto com o desafio de ser conhecida como uma planta difícil de se cuidar. Rosita Rischbieter, da Orquidaria Rosita, cultiva a flor há 12 anos e garante que o rótulo é "intriga da oposição". “Orquídeas só precisam de muita paciência, muito amor e pouca água”, defende.
Mas um catálogo tão variado exige, de fato, atenção especial. Não à toa, as orquídeas ganham palco próprio nas floriculturas. Os orquidários expõem as mais variadas espécies, desde a Vanilla, conhecida por dar origem aos extratos de baunilha, até a Purpurata, uma das primeiras espécies catalogadas, símbolo do estado de Santa Catarina. “Em todos os casos, ela é mais delicada do que outras plantas, mas ao mesmo tempo também é mais forte”, explica Rischbieter. Aos 83 anos, a orquidófila abriga 4 mil tipos de orquídeas em cinco estufas no próprio quintal.

Local

É possível, sim, cultivar em casa uma planta encontrada em pântanos, montanhas e florestas. Segundo Rosita, o segredo é lembrar que as orquídeas não podem receber muita água, não gostam de muito vento, nem de muito sol. “Por isso, para quem mora em casa ou apartamento, a lavanderia é o melhor lugar para colocá-las”, explica. “Eu garanto que quem as pendura nesta parte da casa, terá flores no ano seguinte”, conta.

Iluminação

Luz, sim! As orquídeas gostam de estar sempre muito bem iluminadas, especialmente na parte da manhã. Mas nunca recebendo diretamente os raios solares. O sol aumenta a temperatura da folhagem e não faz bem para a planta. Por isso, evite colocá-la em espaços externos sem proteção. Por outro lado, folhas muito escuras são um sinal de que a orquídea requer mais claridade.

Água

Rosita Rischbieter, a 'rainha' das orquídeas.
Rosita Rischbieter, a 'rainha' das orquídeas.
A quantidade de água necessária pode variar de acordo com a espécie. Alguns cuidadores defendem que colocar três pedras de gelo abaixo das folhas é a dose ideal. Além de manter temperaturas amenas, permite uma absorção lenta. Para Rosita, a melhor opção é regar uma vez por semana. O importante é ter em mente que o substrato nunca deve estar encharcado. A água não pode ficar acumulada no vaso.

Rega

Rega uma vez por semana e uso de fertilizantes ajudam a manter a saúde das orquídeas.

Substrato

A maioria das orquídeas são epífitas. Ou seja, crescem nos troncos de árvores, aproveitando a sombra das copas. Por isso, o substrato – onde as raízes se desenvolvem – normalmente não leva terra, e sim uma série de minerais cuidadosamente posicionados. São exemplos o carvão, a fibra de coco e a casca de pinus. Para manter a aeração da planta, eles podem ser associados, por exemplo, ao isopor. Uma das indicações de Rosita é o esfagno, fungo seco que retém uma quantidade precisa de água e nutrientes para a planta. O composto deve incluir também adubos naturais como o Bokashi, ou de formulação química, como o NPK. Os fertilizantes podem ser realimentados trimestralmente, tempo que muda de acordo com o produto utilizado.
O substrato não precisa ser trocado sempre. Cada tipo tem uma data de validade, o que indica a hora de fazer a mudança – tempo que pode levar de dois a quatro anos. Muitos orquidófilos sugerem que trocar o tipo de substrato também pode ajudar a planta com o tempo. Então, se a base do seu vaso é preenchida por carvão e isopor, é possível replantar em uma composição diferente, à base de casca de pinus, por exemplo.

Replantio

O replantio pode acontecer quando a planta ultrapassa os limites do vaso ou quando há a necessidade de tirar uma muda. Para que ela fique saudável, é necessário remover todo o substrato antigo, lavar as raízes e trocar pelo novo. Os “brotos” devem ficar livres, separados das paredes, para que possam crescer. Atenção! Nunca faça a troca quando a orquídea estiver florida.

Vaso

Vasos com espaço para troca de ar são favoráveis para as orquídeas.
Vasos com espaço para troca de ar são favoráveis para as orquídeas.
Em geral, as orquídeas demandam suportes com furos nas laterais e espaços para que exista troca de ar e água com o ambiente. Por isso, o vaso de barro ou argila e os cachepôs costumam ser combinações certeiras, pois, junto ao substrato, contribuem com a retenção de água. Os recipientes de plástico não são sempre bem vistos, então deixe-os para as violetas. Dica preciosa: Rosita explica que as orquídeas devem ficar estáveis, sem movimento, de modo que a composição não faça a planta balançar.

Poda

O corte correto ajuda a planta a recuperar a energia e florescer.
O corte correto ajuda a planta a recuperar a energia e florescer.
A poda deve acontecer quando houver folhas mortas ou contaminadas. Já a haste onde nascem as flores pode passar por cortes após as pétalas caírem e a estrutura murchar. Esse procedimento não é padrão para todas as espécies, mas, em geral, mesmo que ainda exista a possibilidade de uma segunda floração no mesmo ano, o corte auxilia a planta a recuperar energia, e abre espaço para preparar novas estruturas. Lembre-se sempre de limpar a tesoura para evitar a presença de bactérias. Outra sugestão é utilizar canela em pó nos espaços aparados, para facilitar a cicatrização da planta.

Pragas

Orquídeas fazem quarentena. Elas estão sujeitas a diversos tipos de fungos, bactérias e insetos, como as cochonilhas. Por isso, quando uma nova planta é adicionada à coleção, ela deve ficar temporariamente separada. Use detergente neutro diluído em água para limpar a folhagem e evitar a presença de pragas.

Floração

A época de floração das orquídeas depende da espécie - algumas podem florescer por apenas 24h por ano.
A época de floração das orquídeas depende da espécie - algumas podem florescer por apenas 24h por ano.
Quem cuida de orquídeas sabe esperar. As espécies passam pela floração em períodos diferentes, de acordo com o local de origem. As Purpuratas, por exemplo, abrem em meados de novembro e dezembro, no início do verão. O período em que as flores ficam abertas pode ser bastante curto – em algumas espécies não passa de 24 horas ao ano.
Por isso, Rosita brinca que quem cuida da “rainha das flores” normalmente são pessoas calmas e pacientes. “Mas quando uma flor se abre, todas as orquídeas do mesmo tipo florescem junto.” O espetáculo narrado vale a espera e, para a cuidadora, a flor não tem data de validade. Uma mesma muda pode continuar florescendo por muito tempo, se bem cuidada.

Tipos

Rosita já preencheu 38 cadernos com nome, sobrenome, origem e tempo de floração de suas 8 mil orquídeas. Tipos novos são fotografados e inseridos em um catálogo florido. Já são 4 mil espécies listadas e cada uma requer uma atenção especial. Por isso, é preciso conhecer qual orquídea você está adquirindo, para identificar a melhor forma de mantê-la saudável. Cuidados comuns? “Paciência e dedicação. Eu passo o sábado com minhas plantas. Elas são meio humanas, sentem se foram abandonadas”, conclui.

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