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Paisagismo e Jardinagem

Primavera: quais plantas florescem e os cuidados necessários durante a estação

Heloisa Nichele, especial para HAUS
09/10/2020 21:04
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Nas ruas, o fim do inverno e chegada da primavera tem como marca o aparecimento dos ipês-roxos. | Bigstock

Depois de um período de dormência e renovação durante as estações de outono e inverno, quando as plantas guardam energia preparando-se para enfrentar uma temporada de baixa iluminação, temperatura e estiagem, chega o momento tão esperado da primavera. Nessa estação, as árvores e canteiros das cidades adquirem diversas cores e as condições climáticas para investir em um jardim florido em áreas externas ou sacadas tornam-se ideais.
É uma prática cultural no hemisfério Norte, como nos Estados Unidos e países da Europa, reformar os jardins na primavera, uma vez que o inverno é rigoroso e boa parte das plantas morrem, precisando ser replantadas. No Brasil, de clima mais ameno, é possível preparar os jardins em diferentes épocas do ano, mas como destaca o engenheiro agrônomo do Garden Center Chácara Flor da Suissa, William Nikkel, a primavera é um momento excelente para planejar ou reorganizar o jardim pela característica moderada do clima. “É uma estação ótima porque não está tão quente, as plantas sentem menos o transplante para jardins ou vasos e, de outro lado, não tem as geadas, que acabam machucando certas espécies”, explica.

As plantas da época

A primavera começou no dia 22 de setembro, mas em invernos amenos algumas plantas começam a florescer já no início de agosto, como as azaléias e cerejeiras- do-japão, que marcam a transição para a primavera com a floração dos ipês-roxo e amarelo, e do manacá-da-serra, espécies que colorem a cidade durante esse período. Dentre as árvores, algumas frutíferas também florescem na primavera, como as macieiras, ameixeiras e os pessegueiros. Com estações bem demarcadas, essas espécies frutificam no verão, perdem as folhas no outono e voltam a florir na primavera.
Nos jardins externos, sacadas e canteiros o que predominam são as “plantas de meia estação”, assim chamadas pois florescem apenas entre o verão e o inverno por se adaptarem melhor a condições climáticas menos extremas. Algumas das espécies para investir nessa época são as celósias, cravinas, boca-de-leão e margaridas, opções que apresentam uma variedade de cores para diferentes gostos: branco, vermelho, rosa, roxo, laranja, amarelo. Podem ser cultivadas em jardins, sacadas e canteiros com flores de uma única coloração, de cores variadas ou com espécies mistas – combinação que confere o charme diversificado da primavera.
A tagete tem floração exclusiva na primavera.
A tagete tem floração exclusiva na primavera.
No momento de escolher a planta é importante se informar sobre seu ciclo de vida, uma vez que muitas das espécies dessa estação têm um ciclo de vida anual, florescem apenas uma vez e depois morrem. Algumas resistem a duas estações, mais a segunda floração é mais fraca. “Elas ficam vivas durante o ano, com folhagem, mas florescem apenas na primavera. Depois da estação as flores caem, e por isso trocamos por outras espécies”, explica o técnico agrícola da Esalflores, Augusto Aguiar. Por essa característica são chamadas “flores de época”, dentre as espécies estão tagete, begônia, beijo-japonês e celosia.
Apesar de ser menos comum espécies que floresçam em ambientes internos, em luminosidade de sombra ou meia
sombra, não é regra, algumas plantas como lírio-da-paz, antúrio e clívea são boas opções para o cultivo nesses espaços. “Uma flor que floresce bem nessa época para meia sombra e que usamos muito em jardins internos é a clívea, que tem uma flor laranja superbonita”, descreve Nikkel.
A primavera não se faz apenas de flores, o agrônomo aponta como tendência as folhagens, como samambaias e marantas, que trazem a estação para dentro de casa.

Cuidados para a estação

Apesar de ser um período favorável para plantação, alguns cuidados são necessários para que as plantas desenvolvam-se sem imprevistos. Antes de tudo, é importante escolher a espécie de acordo com a luminosidade do local que se pretende destinar para a planta. Enquanto algumas preferem sol direto, outras se adaptam melhor à meia-sombra ou sombra. Outro fator que influencia na hora da plantação é fazer uma adubação correta da terra. Isso irá depender da espécie e do local de plantação, seja em vasos, canteiros ou jardins externos.
A periodicidade de irrigação também varia entre as espécies, enquanto algumas são mais tolerantes ao ambiente seco, outras se adaptam melhor ao úmido. Mas de modo geral, quanto maior a temperatura, maior é a quantidade de água que ela precisa para se desenvolver. Portanto, na primavera é normal que as plantas necessitem de mais regas durante a semana do que nos períodos de outono e inverno.
Uma dica para quem vai aproveitar a estação para reformar o jardim é caprichar nas primeiras regas. Isto é necessário pois quando a planta passa de um ambiente controlado, como um viveiro em estufa, e é transplantada para o jardim ou canteiro, parte das raízes é cortada, por isso uma irrigação abundante no início ajuda a planta a se adequar ao novo local. “No começo do jardim você precisa regar bastante. Em vasos é mais tranquila essa adaptação, mas em jardins externos a rega inicial deve ser forte”, destaca Nikkel.
De modo geral, um procedimento que deve ser evitado nesse período são as podas. Apesar de variar entre as espécies, a maioria das plantas são podadas na passagem do outono para o inverno, em meados de junho. Quando as temperaturas sobem, na primavera, as plantas usam a energia que conservaram durante essas estações para se desenvolverem com novas folhas, brotos, frutas e flores. Assim, podá-las durante a primavera inibe o crescimento das plantas.

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