Reação Urbana gera engajamento social e parceria inédita entre universidades

André Nunes*
29/10/2017 21:51
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Participantes do movimento Reação Urbana estarão presentes na exposição para apresentar as ações do Vale do Pinhão. Fotos: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo. | FERNANDO ZEQUINAO

Depois de quatro dias de apresentações, palestras, reconhecimento de campo e intenso trabalho em grupo, chegou ao fim na tarde deste domingo (29) o Laboratório de Reação Urbana do Vale do Pinhão, que reuniu cerca de 50 profissionais de formações variadas e moradores da região do Rebouças e Prado Velho e os habilitou como novos agentes urbanos de Curitiba.
O movimento deu o primeiro passo para a formatação do Plano Preliminar de Reabilitação Urbana do Vale do Pinhão a ser elaborado ao longo de 2018, a partir de encontros com a comunidade e envolvendo outros agentes urbanos. O documento será entregue formalmente à Prefeitura de Curitiba.
Com caráter colaborativo, o movimento é aberto para participação pública e reúne representantes dos setores público, privado e da comunidade. “O formato é inédito ao colocar em um mesmo trabalho a comunidade, a sociedade civil — representada pela Reurb — e por ter o apoio de um meio de comunicação forte, como é a Gazeta do Povo”, destaca o presidente da Agência Curitiba Frederico Lacerda. Ele reforça, ainda, que o trabalho realizado pelo Reação Urbana é um passo fundamental para duas frentes: a reabilitação da região do Vale do Pinhão e a consolidação do projeto da Agência Curitiba, que busca fortalecer o ambiente de inovação da cidade.
Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo
Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo

Novo convênio

“O Laboratório superou nossas expectativas, quando nos reunimos inicialmente com a HAUS e a Agência Curitiba e idealizamos o evento. Acho que o resultado prático mais interessante, talvez inédito no país, se deu entre as quatro universidades signatárias do Vale do Pinhão (UFPR, PUC-PR, UTFPR e UP), que fecharam uma parceria de cursos de extensão em conjunto entre seus corpos docentes. Essas extensões somadas numa carga horária total de 300 horas configuram um curso de especialização em Revitalização Urbana”, comemora Orlando Ribeiro, presidente da Reurb e um dos organizadores do evento.
Gerente do Núcleo Estilo de Vida da Gazeta do Povo, Andrea Sorgenfrei destacou o papel do jornalismo não só como fiscalizador do poder público, mas como transformador da sociedade. “Além de noticiar, nossa função dentro da comunicação social é inspirar, provocar e participar de processos como o Reação Urbana. É um orgulho para nós ser um agente urbano”, definiu.
Andrea Sorgenfrei, da Gazeta do Povo, e Orlando Ribeiro, da Reurb. Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo
Andrea Sorgenfrei, da Gazeta do Povo, e Orlando Ribeiro, da Reurb. Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo

Contribuições para o município

Membro da Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI da Câmara Municipal de  Curitiba, o vereador Felipe Braga Côrtes (PSD) esteve presente no evento de encerramento do Laboratório e enfatizou a importância da reunião de entidades sociais, setor acadêmico e iniciativa privada na discussão da nova lei de zoneamento de Curitiba. “Estamos com um tempo maior de análise da lei na Câmara, o que vai possibilitar a participação da comunidade em um novo formato, não de audiências públicas, e sim de workshop e trabalho conjunto já formatado pela Comissão de Urbanismo. A união de todos esses atores é fundamental para o processo”, afirmou.
Ogeny Neto, presidente da Urbs. Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo
Ogeny Neto, presidente da Urbs. Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo
Ogeny Maia Neto, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs) nomeado no início do mês, abriu as portas da secretaria para contribuições da sociedade. “Nossa gestão é participativa e colaborativa. Precisamos trazer para a Urbs a visão e contribuição das ruas, de forma que ofereçam soluções para a cidade. Dentro desse contexto, é muito bem-vindo o movimento Reação Urbana”.

As propostas dos grupos

As apresentações dos quatro grupos de trabalho começaram às 15 horas, trazendo não só diagnósticos dos problemas e oportunidades do Rebouças e Prado Velho, mas também propostas de revitalização urbana para a região.
Entre os pontos destacados pelos grupos estão uma abordagem qualitativa e humanizada dos dados levantados sobre os bairros demarcados, a participação ativa da comunidade nesse processo e a aplicação de ideias do Urbanismo Tático, como incentivo à ciclomobilidade, boulevards caminháveis, ruas de lazer, quarteirões setorizados (como as superquadras de Barcelona) e apropriação do espaço pela sociedade.
Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo
Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo
“A ideia de um bilhete único numa linha interuniversidades e inter-hospitais, por exemplo, poderia ajudar a criar ainda mais uma sensação de unidade dentro do Vale do Pinhão”, sugeriu Felipe França, administrador de empresas e membro da Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (Cicloiguaçu).

Cronograma de atividades

O Laboratório chegou ao fim de sua primeira edição, mas o Reação Urbana continua. “Durante o mês de novembro, vamos nos encontrar com entidades como o Sinepe, a Fundação Cultural de Curitiba, a Secretaria de Turismo e o Sebrae para continuar a mobilização do movimento. Em dezembro, começaremos a apresentação dos diagnósticos e a produção do material que será apresentado pelos agentes urbanos no evento Smart City Expo 2018, em fevereiro do próximo ano”, antecipa o arquiteto Gustavo Pinto, da Reurb.
Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo
Foto: Fernando Zequinão / Gazeta do Povo
Além disso, segundo Pinto, encontros semanais serão realizados pelo movimento nas terças-feiras e sábados, com reunião dos agentes e interação social para o resgate da cultural local.
Para contribuir e saber os próximos passos do Reação Urbana participe do grupo de discussão no Facebook.
*Especial para a Gazeta do Povo
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