A preocupação com a sustentabilidade e eficiência dos empreendimentos é cada mais alvo do trabalho desenvolvido por arquitetos e designers que, mais do que um conceito, têm nestas soluções verdadeiras armas para combater (e lutar contra) as mudanças climáticas.

Ao redor do globo, são muitos os projetos que, ao se debruçarem sobre o tema, mostram que é possível, sim, construir e inovar sem que isso signifique abandonar os cuidados com o meio ambiente ou potencializar os efeitos nocivos do desenvolvimento industrial sobre o planeta.

HAUS selecionou cinco deles que têm se destacado neste sentido. Confira!

Uma montanha capaz de absorver o gás carbônico da atmosfera. Esta é a proposta do designer Angelo Renna para reduzir o impacto da poluição na cidade de Turim, na Itália. Com 90 metros de altura e 11 hectares de extensão, a montanha seria erguida com a terra remanescente da construção de um túnel da linha férrea que liga Turim a Lyon, na França, e que seria misturada à areia e ao concreto.

Não bastasse esses benefícios, a montanha-esponja abrigaria, ainda, um parque aberto ao público, além de se tornar um marco verde na paisagem da cidade.

Um dos protagonistas quando o tema são as inundações e a geração de ilhas de calor, o asfalto pode passar de vilão a mocinho nos grandes centros urbanos. Pelo menos é o que promete a Tarmac, empresa britânica responsável pelo lançamento do Topmix Permeable, um tipo de asfalto absorvente.

Capaz de absorver até 4 mil litros de água por minuto, o produto permite que água seja absorvida pelo solo ou drenada e conectada à rede de coleta para que possa ser reutilizada. Segundo a empresa, o asfalto já foi instalado em duas cidades do Reino Unido.

Coletar a água das chuvas também é o objetivo do Climate Tile, um projeto-piloto assinado pela Third Nature em parceria com a IBF e a ACO Nordic. Previsto inicialmente para um trecho de 50 metros de calçada em Nørrebro, em Copenhague, o calçamento capta e redireciona cerca de 30% da água pluvial ‘extra’ decorrente das mudanças climáticas, desafogando a infraestrutura de drenagem local.

Uma construção autônoma quando o tema é a energia, a HouseZero, como foi batizada, trata-se do retrofit de um imóvel construído anteriormente à década de 1940 que abriga a sede do Centro Harvard para Edifícios Verdes (CGBC). Desenvolvido pela famosa universidade americana em colaboração com o escritório norueguês Snøhetta e a Skanska Technology, o prédio terá 100% de ventilação e de luz natural, além de utilizar praticamente zero energia para seu aquecimento e resfriamento interno.

Esta, por sua vez, decorre de painéis fotovoltaicos instalados na cobertura do edifício, que conta com janelas ampliadas, claraboias e sensores que abrem e fecham as aberturas externas para manter a qualidade do ar. A estimativa é a de que, ao longo de sua vida útil, a HouseZero irá produzir mais energia do que a necessária à renovação e operação de sua estrutura.

Mais do que uma possibilidade, algumas cidades já têm os efeitos das mudanças climáticas como uma realidade iminente, o que faz com que se debrucem na busca de projetos para contorná-las. É o caso de Boston, nos Estados Unidos.

No fim de 2018, a cidade apresentou um plano de renovação urbana desenvolvido em parceria com Studio Scape  que abre espaço ao longo da orla e amplia o acesso às praias da cidade, como forma de protegê-la de futuras inundações. Para isso, o projeto prevê a instalação de parques à beira-mar, de paisagens elevadas e de edifícios adaptados à enchentes, além da revitalização de toda a orla.

*Com informações do ArchDaily Brasil.