Sustentabilidade

Jardim ambulante? Existe e foi criado com ajuda de brasileiro

Felipe Martins*
19/10/2016 16:00
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'Hortum Machina, B' é um projeto desenvolvido por dois mestrandos da Escola de Arquitetura Bartlett, da UCL em Londres (Divulgação)

A ideia resultou em uma esfera geodésica que contém um jardim no interior, com plantas nativas da Grã-Bretanha (Divulgação)
A ideia resultou em uma esfera geodésica que contém um jardim no interior, com plantas nativas da Grã-Bretanha (Divulgação)
Um projeto de mestrado que envolveu um arquiteto brasileiro e um engenheiro maltês está chamando a atenção pela internet. Carinhosamente chamado de ‘jardim ambulante’, a criação consiste em uma esfera de alumínio que, na parte interior, carrega pequenos jardins. E o mais interessante: a esfera conta com um sistema próprio de inteligência, e mecanismos que permitem movimentos próprios!
Vídeo demonstrando o mecanismo de deslocamento da esfera (Divulgação)
Para dar vida à ‘Hortum Machina, B’, a dupla formada pelo brasileiro Danilo Sampaio e o maltês William Victor Camilleri precisou de bastante trabalho. As pesquisas duraram seis meses entre workshops e aulas técnicas no Interactive Architecture Lab, parte da Escola de Arquitetura Bartlett em Londres (um dos diretórios da University College London, UCL). Foram diversas áreas de estudo, e outros semestre para a construção do produto. Além do projeto arquitetônico da esfera – seguindo padrões da esfera geodésica do arquiteto estadunidense Buckminster Fuller -, Danilo e William elaboraram pesquisas sobre o que as plantas sentem, construíram os jardins em placas dodecaédricas (com 12 lados), e adicionaram um mecanismo de deslocamento – baseado em contração e expansão das placas internas, deslocando o centro de gravidade da esfera.
Projeto envolveu arquiteto brasileiro e engenheiro maltês, e fez parte do Interactive Architecture Lab da faculdade (Divulgação)
Projeto envolveu arquiteto brasileiro e engenheiro maltês, e fez parte do Interactive Architecture Lab da faculdade (Divulgação)
O comando de tudo isso parte de um sistema de inteligência artificial, que foi instalado em computadores que ficam no núcleo da estrutura. Este sistema pensante identifica quando as plantas precisam de luz ou de água e, por meio de sensores externos, buscam a região mais próxima que tenha as características desejadas pelas plantas. Os estímulos são enviados às placas internas que podem se expandir ou contrair e, ao fazer isso, mudam o centro de gravidade da esfera. Desta forma, a engenhoca pode se deslocar suavemente pelas ruas da cidade, e ainda colabora com o meio ambiente por meio da fotossíntese.
Um dos autores do projeto, Danilo se formou na UFRJ, e se mudou para Londres por conta do mestrado, e destaca a inspiração do projeto. “A esfera geodésica é uma mini versão da nossa própria atmosfera, uma representação do nosso planeta. Nada mais é do que nossa representação da Terra. Assim como nossa atmosfera nos protege do meio externo, a esfera protege as plantas”, explica. O arquiteto ainda comenta sobre a parte conceitual do Hortum Machina. “Poeticamente falando, conseguimos fazer com que as plantas saíssem do chão. É uma forma de personificação das plantas. Nós damos um corpo, e permitimos que elas andem como os seres humanos, no nosso meio”, diz.
Por meio de estímulos e sensores externos, as plantas buscam condições ideais de luz e umidade, e fazem a esfera se deslocar (Divulgação)
Por meio de estímulos e sensores externos, as plantas buscam condições ideais de luz e umidade, e fazem a esfera se deslocar (Divulgação)
O projeto está agora em uma segunda versão, e deve seguir para o museu da Universidade ao ser concluído. Danilo ainda disponibilizou vídeos do processo de produção da esfera, para quem quiser conferir!
*Especial para a Gazeta do Povo

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