Sustentabilidade

Paraná chega a 5 empreendimentos autossuficientes em energia e lidera ranking nacional

HAUS
07/11/2018 19:11
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Sede da Petinelli em Curitiba é autossuficiente em energia e colocou o Paraná como o estado com o maior número de certificações. Fotos: Divulgação

A sede da Petinelli em Curitiba, empresa de engenharia especializada em eficiência energética e certificação, acaba de receber o selo Zero Energy (Zero Energia) do Green Builiding Council Brasil (GBC Brasil) e o Paraná passa a ter cinco edifícios autossuficientes em energia, ou seja, edificações que produzem toda a energia que consomem, sem depender da concessionária para abastecimento. Das sete construções com o selo no país, cinco delas estão no Estado, o que concede ao Paraná a liderança no ranking nacional de edificações autossuficientes em energia.
Fachada da Petinelli.
Fachada da Petinelli.
Além da sede da Petinelli, em Curitiba, as outras construções certificadas ou em processo final de certificação no Estado são: Geo Energética (Tamboara), De Paola (Curitiba), Plasmetal (Londrina) e RAC Engenharia (Curitiba). A sede do Sebrae Cuiabá, no Mato Grosso, e o empreendimento comercial Espaço, em Governador Valadares (MG), completam a relação de construções com o selo Zero Energia no país.
Sede da RAC Engenharia. Foto: Divulgação
Sede da RAC Engenharia. Foto: Divulgação
O diretor da Petinelli, Guido Petinelli, diz que além de receber o selo, a empresa foi a responsável pela consultoria para certificação das demais edificações paranaenses e atribui a vanguarda do Estado nessa tecnologia à existência de um ambiente empresarial favorável. “O Paraná possui um ambiente empresarial muito competitivo e as empresas da região entendem o papel da tecnologia no sucesso dos seus negócios.  Energia configura como a segunda principal despesa, depois apenas de recursos humanos, para a grande maioria das empresas. Estamos falando de uma questão estratégica e a auto geração passa a ser avaliada de forma seria como alternativa”, argumenta.
Foram instalados 56 módulos para produção de energia na sede da Petinelli. Foto: Divulgação
Foram instalados 56 módulos para produção de energia na sede da Petinelli. Foto: Divulgação
A sede da Petinelli em Curitiba tem 388 m² de área construída, com um ambiente de escritórios open plan, duas salas de reuniões, uma área para treinamentos e cursos e um lounge. A edificação tem um consumo anual de energia de 19,3 mil kW/h, que é utilizada para iluminação, ar condicionado e tomadas. Para conseguir gerar toda a energia de que precisa, a empresa investiu R$ 75 mil na implantação de um sistema fotovoltaico com 56 módulos e um inversor de frequência de 12 kW, além de todos os itens de segurança que compõem o sistema, como disjuntores, cabos e outras peças.

Monitoramento e excedente

Guido explica que o monitoramento e controle da energia gerada e consumida é feito a cada 15 minutos a partir da medição direta do inversor de frequência. Esta medição, no mesmo instante, é disponibilizada na internet para o monitoramento remoto do sistema, permitindo também informar possíveis problemas que venham a ocorrer no sistema de geração de energia.
Se, porventura, a energia gerada exceder a consumida, ela será destinada à rede pública e a concessionária (no Paraná, a Copel) vai gerar créditos em kW/h para a empresa. Em períodos de menor produção de energia, como no inverno, se o consumo for maior do que a geração, a empresa poderá usar os créditos gerados para compensação. Os créditos são cumulativos e podem ser utilizados em até cinco anos.
De acordo com Guido, a previsão é de que o investimento seja recuperado em seis anos e a empresa economize R$ 12,6 mil ao ano gerando a sua própria energia. Apesar dos benefícios econômicos, o diretor da Petinelli afirma que a importância do selo Zero Energy está na mudança de um paradigma sobre edificações sustentáveis no Brasil.
“Nós não estamos mais falando de contrapontos, mas de performance verificada. Não é a promessa de economia, mas sim a economia real. Até então, o sistema de certificação ambiental fornecia um selo ao projeto e à obra. Agora, o que está sendo avaliado é a operação, ou seja, o desempenho real da edificação quanto a produção de consumo de energia”, destaca.
O selo Zero Energy foi lançado pelo GBC Brasil em agosto de 2017. A certificação é uma chancela concedida às edificações que comprovem o consumo zero de energia local de sua operação anual devido à combinação de eficiência energética e geração de energia por fontes renováveis.
Essas e outras iniciativas sobre construções sustentáveis foram objeto da Conferência Smart Energy e GreenBuilding Brasil que acontece em Curitiba entre os dias 5 e 8 de novembro, com palestras, mostras e visitas técnicas.
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